Nada supera os bons drinks

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Eu nunca gostei de festas. Sempre achei desnecessário. Convívio social é uma ova. Mas tinha algo nas festas que me agradava completamente. Sempre me agradou. Não é da música que estou falando, mas poderia ser. Puxei o gosto musical de Celine, ela era incrível com certeza. Porém, nesse caso falo de algo que puxei de Nora Caliman, além do meu temperamento e sangue quente. O gosto pelas bebidas. Bebidas alcoólicas. Nada supera os bons drinks, querida. Como ela dizia em seu sotaque que a mil anos atrás poderia ser chamado de sotaque latino. Aos quatorze anos. No casamento de Agatha. Foi a minha primeira experiência com o álcool. Nora veio com sua taça em forma de tulipa do velho Whisky Escocês, o seu favorito. Colocou a taça em minha frente e disse: Beba. Não, ela não estava bêbada. Nora nunca ficava bêbada. Seria um ultraje se o corpo dela a obrigasse a passar por tal vexame. Eu fiz o que ela mandou. Eu bebi o conteúdo de sua taça sniffer e odiei. “Isso tem gosto de remédio”. Lembro-me bem de sua cara trancada, quando insultei a sua querida bebida. “Isso é Laphroaig, seu demoniozinho". Apesar da minha crítica ao famoso Laphroaig, eu me acostumei a beber com ela o puro malte escocês. Não o Laphroaig, aquele ali me enojava até hoje. Era isso o que eu estava bebendo na festa de despedida de Sam. Um antigo puro malte escocês. Relíquias de 1938.

Eu estava pensando nas circunstâncias que fizeram minha irmã se casar tão nova, quando um garotinho parou ao meu lado no balcão. Era James, me perguntando se eu desejava alguma coisa.

Eu não estava com o aparelho de comunicação no ouvido dessa vez. Ao que parece August e Laura tiraram o domingo de folga. Marissa insistiu em dizer que eles tiraram a noite de domingo juntos. Depois de muitas reclamações da parte de Marissa eu disse que eles estavam dispensados, poderiam descansar. Robert disse que eu não tinha o poder de dispensa-los. Marissa o mandou calar a boca.

Ah, certo. O menino James, tinha me esquecido dele. Ainda estava parado em minha frente.

- Eu estou bastante confortável no momento, James. Obrigada. – eu respondi levando a taça sniffer na boca.

- Isso é puro malte escocês? O papai diz que esse é o Whisky dos justiceiros. – ele diz com toda animação sentando no banco ao meu lado.

- Você tem idade o suficiente para saber o que é um puro malte escocês? – eu perguntei com a sobrancelha erguida.

- Vou completar treze anos daqui a cinco semanas. – ele responde orgulhoso.

- Você está contando as semanas? – perguntei levando a taça outra vez a boca.

- Estou, é óbvio. – ele respondeu indignado. – De qualquer forma, eu ouvi você pedindo a bebida ao barman.

- Então você ainda não provou um puro malte? – perguntei e ele sorriu.

- Tá doida? A minha mãe me mataria. – ele sorriu, olhando esperançoso para a minha taça.

- Você quer provar? – ofereci.

- Se eu disser que sim, a senhorita não vai contar pra minha mãe não né? – o garoto perguntou desconfiado.

- Não teria motivos para contar. Meu primeiro gole foi aos quatorze. Um ano e cinco semanas a menos não faz tanta diferença. – eu respondi deslizando a minha taça para frente dele.

O rapazinho olhou para os lados e assim que tomou conhecimento de que estava seguro levou a minha taça a boca, quase se engasgando.

- Ei, garoto. Isso se faz com calma e maestria. – eu aconselhei enquanto ele, depois de quase se engasgar, soltava algumas risadas travessas.

Emma, que descia as escadas, olhou em nossa direção. O garoto sorria e seu rosto ainda estava corado. Pego no flagra. Puxei a minha taça de volta ao seu local, assobiando. Chamei o barman com um sinal. Esse sorria para mim, tinha presenciado a cena em que eu oferecia bebida ao garoto.

- Ryan, o que houve aqui? – Emma se dirigiu ao barman, tive a impressão que ela já sabia a resposta.

- Na minha presença? Nada, senhorita. – o barman mentiu enquanto enchia a minha taça com uma piscadela.

- Jimmy? – Emma sorriu apoiando os cotovelos no balcão e encarando o garoto ternamente.

- Eu não tenho culpa de nada. – ele respondeu, tirando o dele da reta. Pilantrinha.

- Regina? – ela se virou para mim com a sobrancelha arqueada. Não me chamava de “senhorita Mills" agora.

Eu perdi o direito de ser chamada de senhorita Mills. Ela me pegou aprontando, naquele momento era apenas alguém prestes a levar um castigo, uma bronca. Ela ganhara esse direito. Naquele momento eu era uma criança levada, escondendo os meus feitos. Talvez eu estivesse um pouco alterada por causa do álcool. Talvez.

- Emma? – eu sorri retribuindo o gesto.

- Você ofereceu bebida para o James? – ela perguntou, seu rosto bem próximo ao meu enquanto ela se apoiava no balcão.

Ela disse você, não senhorita. Subimos um nível na intimidade, eu estava ganhando aquele jogo afinal.

- Ofereci. E ele aceitou. – respondi sinceramente.

- Senhorita Mills!!! – James reclamou.

- Eu disse que não contaria para a sua mãe. – me virei para ele.

Emma sorria de uma maneira engraçada. Por que ela estava sorrindo daquele jeito?

- Suba. Beba um pouco de suco antes de chegar perto da sua mãe. Ela está chamando para ajudar lá em cima. – Emma deu as ordens ao garoto.

Ela sentou ao meu lado, assim que ele desocupou o banco. Ryan, o barman, lhe ofereceu bebida e ela pediu um vinho branco. Me decepcionei. Logo vinho branco?

- Você não pode oferecer bebida para menores. – ela ralhou, mas ainda sorria. Ela achava graça de que aliás?

- Minha mãe me ofereceu um puro malte escocês quando eu tinha quatorze, no casamento da minha irmã mais velha. – eu deixei escapulir.

Droga. Por que eu estava falando da minha vida pessoal? Eu não deveria mentir?

- Quantas taças dessa você bebeu? – ela perguntou.

A palavra você outra vez. Não era só eu que estava me entregando. Ela estava se permitindo, um pouco de amizade não faz mal a ninguém. Não precisamos de polidez por aqui.

- Poucas. – menti.

- Poucas quanto? – ela desconfiou.

- Eu estou perfeitamente sóbria. – menti outra vez.

Não vou permitir que o álcool tome conta de mim. Sou uma Caliman. O álcool já faz parte do meu sangue forte. Não posso estar bêbada.

Emma se virou para o barman outra vez.

- Água. Bem gelada. – ela pediu e o rapaz assentiu.

- Você não precisa cuidar de mim outra vez. – eu murmurei, ela sorriu.

- Isso não é por você. É pelas crianças. Se continuar bebendo assim vai oferecer puro malte escocês até para Anne May. – ela brincou.

O sorriso irônico dela era lindo.

Ryan voltou com uma jarra de água. Água congelada. Gelo puro na verdade. Emma colocou a água em um copo e estendeu para mim.

- Beba. – ela ordenou.

- A mesma coisa que a minha mãe disse quando me ofereceu a taça de Laphroaig dela. – eu respondi, enquanto bebia a água do copo.

Outra vez me expondo. O que ela tinha para eu me expor desse jeito? Ela era um imã de confissões?

- Sua mãe deve ser uma mulher um tanto incomum. – ela comentou.

- Sim. Ela foi muito incomum. – eu respondi colocando mais água no copo. – Você nem faz ideia do quanto.

- E a sua irmã? – ela perguntou em um tom casual.

- O quê tem ela? – perguntei de volta.

- Você disse que estava aqui para visitá-la. Depois não vai visitá-la. É um tanto incomum também. – pronunciou, sua voz denotando curiosidade.

- Ela é um pouco complicada. Não sei por quanto tempo vai ter que resolver as coisas, sabe, problemas de família. – eu menti, e acho que ela percebeu.

- É a que se casou? – ela indagou. – A que você bebeu no casamento.

- Não! Essa é a Agatha, a mais velha. Ela se casou cedo, tinha apenas dezenove anos. – eu respondi.

Por deus! Por que eu estava lhe contando aquelas coisas? Por que as palavras não ficavam guardadas na minha boca? Se Lauriana estivesse me ouvindo me mataria, ou pelo menos me ameaçaria.

- Você tem bastante irmãos, então?

Ela não parava de perguntar. Tanta curiosidade.

- Tenho quatro. – respondi. – Só me dou bem de verdade com duas.

- A que você vai visitar é qual? – ela continuava.

- Lauriana. A mais nova. – e eu continuava a responder.

- Um nome incomum também. – ela disse por fim, fingindo não estar tão interessada.

- Ela prefere ser chamada de Laura. – eu respondi outra vez.

Eu estava enrascada. Ela tinha me envolvido em sua teia. Aquelas perguntas. Por que eu não conseguia deixar de responder? Ela poderia arrancar qualquer coisa de mim naquele momento. Eu estava vulnerável. Aos seus pés. Eu estava odiando aquilo tudo, obviamente.

Ficamos um tempo em silêncio. Ela estava calada, olhando para o alvo de dardos ao lado do balcão. O alvo ficava perto da porta do banheiro masculino, se uma pessoa jogasse os dardos no momento em que um homem saísse do banheiro seria um acidente na certa. Celine teria achado graça. Mulheres sabem lidar com o perigo e se safar deles com facilidade, dependendo da situação, fazem isso mesmo enquanto passam a maquiagem. Homens? São apenas homens. Ela comentaria. Saudades de ouvir ela cantar, em bares como aquele. Ela tinha uma voz harmoniosa. Era a mulher mais inteligente que eu já conheci, poderia ter qualquer cargo que quisesse. Mas ainda assim, não largava a música, não abria mão dos palcos. Era uma artista completamente apaixonada pelo o que fazia. Ela era incrível.

A música que tocava, não reconheci. Mas a voz, uma voz doce, melodiosa. Como uma clássica italiana. Tentei me lembrar do nome assim como me lembrava da voz. Rebecca tinha esses discos, gostava de escutar essas músicas antigas quando era adolescente. Explicando a minha irmã: ela era uma historiadora. Historiadores da minha época são bem diferentes dos historiadores da sua época. Eram pessoas mais do que respeitadas. O conceito na época era como o conceito de filósofos para a Grécia Antiga. Eram pessoas que faziam a sociedade ir para frente, nenhum outro cargo tinham tanto reconhecimento. E Rebecca era ótima no que fazia. Voltando a voz melodiosa. Era uma cantora norte-americana que tinha feito bastante sucesso da década de 20. Como acontece na maioria dos casos, morreu bem cedo por se envolver com pessoas de mal caráter ou algo assim. Em 1925, eu acho.

- Christina Scarabel. – eu entoei saudosa, lembrando das palavras de Rebecca.

Emma não disse nada. Apenas suspirou profundamente, contornando a borda da taça com seu dedo indicador. Ela já tinha repetido o ato várias e várias vezes. Estava pensativa, enquanto ouvia a melodia ao fundo.

- Algo lhe incomoda, Swan? – perguntei e ela ergueu o rosto em minha direção.

Ela estava abalada. Mas sorriu para mim, queria disfarçar sua tristeza, sua melancolia. Algo doía dentro dela.

- Faz muito tempo que não escuto a voz dela. – ela respondeu, breve, concreta, cautelosa.

- Scarabel? – perguntei e ela assentiu. – Você devia ser uma criança quando ela cantava, no auge da carreira.

- Sim. – ela disse. – Costumava ir com meus pais.

Fiquei encarando o seu rosto. Brilhando a luz da fraca lâmpada acima de nós. Ela ainda brincava com a borda da taça. Ryan veio até nós outra vez, Emma pediu mais um drink.

O álcool já não estava fazendo tanto efeito assim em mim, estava me recobrando aos poucos. Estava nas condições de admira-la melhor. Avalia-la, eu quis dizer avalia-la. Eu não estava encantada por Emma Swan.

- Você já perdeu algo que amava muito? – ela perguntou.

Ela não me encarava. Apenas continuava a brincar com a borda da sua taça.

- Sim. – eu respondi e ela me encarou. – As minhas mães.

Ela franziu a sobrancelha. Oh, certo. Casais homoafetivos não são bem vistos em 1938. Suspirei.

- Sim. Eu fui criada por duas mulheres. Casadas. – eu respondi e ela me fitava com uma grande curiosidade.

- Eles deixaram? – ela perguntou um tanto espantada. – Crianças serem criadas por lésbicas, no caso.

Ela disse lésbicas, uma palavra socialmente proibida na época deles.

- Foi um tanto difícil. Mas elas conseguiram. – eu respondi, estava um pouco emburrada com ela. Óbvio.

Não podia pensar que Emma fosse esse tipo de pessoa.

- Você está me criticando. Ei, você está me entendendo errado. – ela se defendeu. – Famílias homoafetivas não são comuns por aqui, você sabe. Depois da guerra.

Ela estava certa. Eu estava a julgando mal. Ela é de outra época Regina. Na época dela toda a sua família seria jogada na fogueira. Eu pensei.

- Então você não vê problema? – perguntei, ela deu de ombros.

- E por que eu teria? Não me afeta em nada. – ela disse, sorrindo.

- Você perdeu muitas pessoas, Emma? – perguntei, voltando ao assunto inicial.

- De certa forma. – ela respondeu.

Aí estava. A tristeza estampada em seu rosto. Ela estava mergulhando em suas lembranças, lembranças que não eram boas. Naquele momento senti a necessidade de ter o poder de ler mentes, de ler a mente dela. Só isso.

- Pobre Sam. – ela murmurou e levou a taça de vinho a boca, e então se virou para mim. – Nós estamos prestes a entrar em outra guerra.

- Você acha? – perguntei, como se não soubesse nada sobre a situação.

- A Alemanha quer vingança. – ela respondeu, brevemente.

Ela estava mais do que certa, ela sabia o que estava acontecendo. Ela sabia o que viria a seguir.

Estávamos no final de 1938. O acordo de Munique já tinha sido assinado. Tal acordo forçava a República Tchecoslováquia a entregar a região dos Sudetos para a Alemanha nazista, importantes posições estratégicas de defesa militar nas mãos dos demônios. Hitler estava vencendo aos poucos, para anos mais tarde perder a guerra outra vez.

- Você é de onde? – ela perguntou.

- Sou americana. – respondi.

Não estava mentindo de certa forma. O local onde nasci um dia tinha feito parte do que eles chamavam de América Latina. Hoje nós chamamos de Nova União Americana. Engraçado como nações mudam totalmente depois de uma guerra, ou várias guerras.

- Você não é americana. – ela decretou. – Seu sotaque é um pouco mais forte.

Ela tinha se permitido reparar no meu sotaque então?

- A América não é unicamente os Estados Unidos. – eu disse sorrindo e ela piscou um tanto desconcertada.

- Cubana? – ela perguntou.

- Nem todo latino é de Havana. – eu disse sorrindo outra vez e ela riu. – Sou de Porto Rico.

Menti dessa vez. Minha mãe, Nora, era de Porto Rico. Mas achei aceitável decretar minha descendência desse modo, uma vez que se dissesse o nome do País onde nasci ela definharia de tanto procurar nos mapas de sua época.

- Já ouvi falar. – ela disse em um tom casual, com uma expressão um tanto engraçada no rosto.

- Já esteve na América, senhorita Swan? – perguntei e ela me encarou pensativa.

- Uma única vez, quando era mais nova. – ela respondeu, breve.

- Na época de Christina Scarabel? – perguntei outra vez.

- Isto. – ela disse simplesmente.

- A América é bonita não acha? Todos aqueles clubes.

- São exóticos. – ela disse em um tom formal.

Eu tinha encurralado ela dessa vez. Se tivesse estado na América na época de Christina Scarabel deveria ser uma criança muito pequena. Crianças, principalmente pequenas, não entravam no tipo de clubes onde Scarabel se apresentava. E a América nesta época estava um caos, após a Primeira Guerra. Emma estava mentindo para mim. Mentindo descaradamente.

O meu trabalho exigia que pessoas soubessem mentir para mim o tempo inteiro, esse era o dever deles. Me enganar. E o meu dever era não se deixar enganar. Desconfiar de tudo e de todos. Eu já estava acostumada com isso, normalmente não me incomodava em nada. Porém, ao ver Emma mentindo para mim, eu não senti raiva ou outro sentimento que fosse reflexo do meu ego. Eu sentia tristeza. Eu queria que ela pudesse contar para mim a verdade. Eu queria que fosse genuína. Eu queria continuar sendo uma pessoa afável e reconfortante para ela. Eu queria que ela confiasse em mim.

Isso faz parte do meu trabalho. É claro. Tenho que fazer ela confiar em mim. Isso é importante para a missão.

Emma C. Swan precisava confiar em mim. Pela missão. Nada mais além disso.

O jovem Sam, a estrela da festa, estava vindo em nossa direção agora. Uma hora mais cedo, antes de eu começar a beber, ele já tinha me feito companhia junto com sua jovem e linda noiva. Ele já estava bêbado naquele momento, agora então estava o dobro de bêbado.

Ele era um rapaz bem humorado. Um rapaz inteligente, nada muito fora do padrão mas ainda assim inteligente. Os poucos minutos que conversei com ele se mostrou um rapaz de opiniões fortes. Mas infelizmente oprimido pelo pai. O Major Mason. Sam e a sua noiva, Alicia, desejavam se casar quando ele voltasse da missão. Ele estava arrasado por ter que deixar a noiva esperando. Mas era o dever dele, era o que ele podia fazer pelo pai.

- Deseja dançar, senhorita Mills? – ele perguntou estendendo uma de suas mãos para mim. A outra mão parando seu copo de chopp em cima do balcão.

- Alicia não ficará enciumada? – brinquei soltando uma piscadela para a moça algumas mesas atrás de nós. Ela sorriu timidamente.

- Alicia está “enjoada demais para dançar”. – ele imitou a voz da garota, que ao ouvir a imitação dele caiu na gargalhada.

- Não sou muito boa com passos de dança. Que tal Emma? – sugeri e ela sorriu para mim.

Ela precisava se distrair. Parecia tão desamparada.

- Só não vá pisar em meu pé dessa vez. – Sam disse estendendo o braço para ela.

Pobre Sam. Pensei outra vez, vendo o rapaz rodopiar Emma Swan enquanto Alicia ria e batia palmas como se estivesse assistindo alguma apresentação de circo. Eles eram divertidos. Era um bom casal. Pareciam se dar bem um com o outro.

Lembrei de uma história que Agatha costumava contar para mim e para Rebecca quando éramos mais novas. Ela dizia que a Morte era um Anjo Amigo. Que nos deixava aproveitar o melhor da vida antes de nos levar para sempre. E que tínhamos que esperar isso acontecer. Sam estava esperando. O Anjo viria lhe buscar daqui a dois anos, em um ataque a Londres. Não por hora. Ele ainda tinha que ver o filho deles nascer. Era presente do Anjo.

Pobre Alicia. Pensei dessa vez. Apenas isso. Pobre Alicia.

Emma virou o seu rosto para mim enquanto dançava. O que ela queria mostrar? Que estava agradecida? Ela sorria. Genuinamente. E me senti aliviada em meio a esse curto espaço de tempo. Sorria Swan, enquanto as notícias ruins ainda não nos assombram.

A Garota ImpossívelOnde histórias criam vida. Descubra agora