Capítulo 11

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- Carolina! - ela disse com dificuldade.

Eu estava apavorada, passei dois anos achando que ela estava MORTA, não me lembrava dela e só o que pude fazer foi ver fotos e ouvir histórias de como ela era maravilhosa, mas sempre senti que faltava algo nessas histórias. Agora ela está ali parada, viva e de pé em frente ao seu trono branco.

Ela era a rainha! Por isso me chamaram de alteza. Por isso Maia não queria que ninguém me visse, iriam me reconhecer. Eu era uma espécie de princesa perdida? Meu pai ainda ama ela, então ele é rei? Como assim? Por que mentiram para mim? Eu... eu...eu estou muito brava, e muitas pessoas, me devem muitas explicações.

- Maia? - eu olhei para ela com raiva, e sei que deu certo. - Explicações. Agora!

- Vou explicar, mas antes disso, eu acho que você deveria olhar para trás. - ela apontou com o dedo para algo atrás de mim. Eu me virei e lá estava ele, meu pai,  me olhando com uma cara muito brava e de braços cruzados.

- Acho que Maia não é a única que precisa dar explicações. - Ótimo agora deveriamos montar uma mesa redonda de explicações.

Na verdade foi mais ou menos isso que aconteceu. Sentamos todos em uma mesa, mas não era redonda, era retangular, e de madeira marrom, a unica que eu vi até agora que não era branca. Meu pai estava em uma ponta, a rainha, ou melhor minha mãe,  estava na outra, eu estava no meio, em uma das laterais da mesa e Maia na outra.

- Bom, quem começa? - disse minha mãe como se aquilo fosse uma simples reunião de família. Estando todos quetos ela voltou a falar. - Ok, então eu decido. Carolina, quer fazer as honras de ser a primeira a falar?

- Não. - eu estava brava e encrencada, então que diferença fazia ser mal educada?  Eu tinha o direito!

Mentiram para mim durante dois anos! Ela e meu pai se entre olharam e eu cedi. - Tá. O que querem que eu exclareça?

Meu pai voltou o olhar para mim e disse:

- Começe com: o por que fugiu?; como?; e quanto tempo faz que se lembra da Maia? - ele estava calmo, mas dava para perceber a tenção dele enquanto falava.

- Eu já até me perdi. Vamos aos poucos. Não fugi, eu pretendia voltar para casa. Por um portal que abri, e falando nisso - virei-me para encarar a rainha. - me desculpe por esquecer de fechar, tinha sido por isso que viemos aqui.

Ela assentiu com a cabeça e me disse que não havia problema já que nada de ruim aconteceu, e pediu para eu ter mais cuidado. Assim que terminou de falar meu pai dirigiu-me a palavra.

- Você esqueceu de falar quanto tempo faz que se lembrou da Maia. - nossa ele não deixar passar nada. Eu abaixei a cabeça e respondi baixinho, mas saiu alto o suficiente para que todos ouvissem já que a sala estava vazia e tinha uma bela acústica.

- Não lembro..... Eu ainda não me lembro da Maia. - meus pais pareceram chocados, e um pouco confusos.

- Você saiu do país com uma lourinha louca, sem juízo, e que você não conhecia? Sem ofensas. - essa última parte ele dirigiu a Maia.

- Não ofendeu. - respondeu Maia tão naturalmente quanto se já estivesse acostumanda com esse tipo de insulto.

- Nada de insultos aqui. - mesmo entre a família ela não deixava de falar como a rainha que era. Estava gostando dela.

- Anh.... foi. - respondi.

- Certo, está ótimo. Obrigada. Já que escolhi você,  agora escolha alguém.

- Prefiro deixar que a próxima pessoa se ofereça. - Eu não gostava muito de ter que jogar o problema para alguém. Então resolvi deixar eles se resolverem.

AmnésiaOnde histórias criam vida. Descubra agora