– "É amor, e meu coração sofre. Estou feliz por estar tão infeliz, porque sei que você também está, e como é doce compartilhar essa tristeza. Com você o prazer foi amor; agora a dor também é amor, e será preciso que nos confrontarmos com todas as faces do amor."Fechei o livro, e Thomas sorria docemente me olhando… Me levantei da poltrona e fui até ele, beijei sua cabeça e segurei sua mão, me segurando para não deixar as lágrimas caírem mais uma vez, sabia que isso só pioraria sua condição.
– Você é um romântico nato… Depois de todos esses anos, ainda consegue fazer isso…
– Olha quem fala! Quem mandou uma dúzia de rosas em casa pra mim dois dias atrás?
Ele riu… E como era bom ver seu sorriso… Me inclinei sobre ele e o beijei, agora em seus lábios, me afastei após um momento, avistando a enfermeira adentrar o quarto de Thomas.
– Senhor Stilinski, desculpe interromper, mas o senhor Sangster tem um compromisso inadiável!
Disse a jovem enfermeira de cabelos escuros e óculos, "Linda" era sempre simpática, e cuidava muito bem de Thomas, sorri para ela e ele também.
– Desculpe amor. - Thomas – Já conhece essa aí, não permite que eu atrase nem um minuto.
– Não posso discordar. - Linda sorriu se aproximando e começando a tirar o soro do braço de Thomas.
– Tudo bem… Preciso ir para casa molhar as plantas não é mesmo?
Disse me afastando, Thomas assentiu e logo estava na cadeira de rodas pronto para ser levado para sua sessão.
– Amor… - ele disse antes que Linda o levasse – Vá pra casa, tome um banho… Descanse bem, escreva… volte amanhã.
Thomas disse com um fraco sorriso… Fui até ele e me abaixei a sua frente.
– Não posso ficar tanto tempo longe de você…
– Faz isso por mim?
Pediu pegando minha mão, a levou aos lábios e a beijou, não pude evitar, sentir meus olhos se encherem, e minha garganta se fechar. Apenas assenti e me levantei, fiz um sinal para Linda, para que ela pudesse levar Thomas.
– Muito bem, então. Vamos lá. - Linda.
– Eu te amo, Sti. - Thomas.
– Também te amo, Tomi.
Eles saíram. Me voltei a poltrona que estava antes, a poltrona que eu passava o último ano ao lado de Thomas. Deixei as lágrimas virem por alguns minutos, me sentei olhando a cama que Thomas estava… Então, me levantei, deixei o livro ali para que ele pudesse ler quando voltasse da sessão de quimioterapia.
Saí do hospital, fui direto para nossa casa. O lar que vivemos os últimos quinze anos juntos, não muito longe do centro da cidade, não muito grande também. Era um lar, mas agora, não parecia mais com isso… A um ano, Thomas fora diagnosticado com câncer nos pulmões. A um ano ele lutava contra isso, e eu estava ao seu lado, apesar de ele me mandar embora diversas vezes… "É hora de seguir seus sonhos, Stiles… É hora de recuperar o tempo perdido" Ele me dissera isso algumas vezes durante esse último ano, mas apesar de eu saber do que ele falava, eu não poderia deixar Thomas sozinho…
Entrei em casa, tomei um banho demorado, era manhã, havia passado uma noite cansativa no hospital, e havia acordado Thomas com aquela leitura romântica aquela manhã… Era a nossa preferida e de tempos em tempos eu a lia para ele, como uma declaração de amor.
Meia hora depois, eu estava limpo e vestido. Molhei as plantas que Thomas amava, todas espalhadas pela casa, ele sempre dizia que aquilo trazia mais vida, e ele estava certo… Pensei em ir dormir, mas sabia que não conseguiria. Então, me sentei a frente do notebook, abri o navegador, sabia que Thomas me incentivava a escrever, mas faziam meses que eu não escrevia nem sequer um capítulo do meu trabalho atual… Podia esperar mais… Entrei naquela rede social, havia criado um perfil anos atrás, um Fake, nem foto havia colocado, aquilo era apenas por um motivo, ver Nolan… Vi a foto do dia dele, ele acabará de postar uma self com um amigo, na legenda "Gabe para de ser esse ogro todo dia" os dois sorriam com algum tipo de piada interna… Aquilo me fez sorrir… Não podia estar próximo a Nolan, mas sabia que meu filho estava bem… Um som familiar me fez tirar os olhos do meu filho, o telefone ao lado da mesa tocava, me levantei e atendi, sentindo uma fraqueza tomar conta do meu corpo, me fazendo sentar ao ouvir a notícia. Desliguei o telefone, peguei as chaves e saí de casa às pressas. Corri até o hospital com meu coração a mil. Entrei no prédio e Linda já veio ao meu encontro.
– Senhor Stilinski, sinto muito, ele teve uma recaída…
– Linda… o que… o que isso quer… dizer?
Seus olhos me mostravam tudo, não eram necessárias as palavras que viriam a seguir…
– Precisa ficar com o senhor Sangster… Sinto muito senhor, não há mais o que fazer.
Ela baixou o olhar e me deixou… Só me restava vê-lo… Tentava não chorar mais ainda, e me direcionei para o quarto de Thomas. Ele estava na cama, mais pálido do que eu costumava vê-lo, seus olhos fechados. Me aproximei, peguei em sua mão, percebendo que ele estava quase gelado, Thomas abriu os olhos.
– Stiles… - um leve sorriso ao me ver – Amor, você chegou rápido.
– Mas é claro… - limpei uma lágrima em meu rosto, tentando ser forte – Atravessaria o oceano por você, Thomas…
– Stiles… - seus olhos se encheram – Meu amor, preciso que faça uma coisa por mim…
– O que amor…
– Seja feliz… Não pare nunca, Sti… Passe por cima "dele" se precisar… Recupere… Nolan…
– Thomas… descanse… Não fale tanto…
– Sti… Prometa…
– Eu… Prometo, Thomas.
Thomas levou sua mão ao meu rosto, ele estava sorrindo… mas pra mim aquilo era impossível, aproximei meus lábios dos dele e o beijei delicadamente, me afastei e Thomas fechou seus olhos, não os abrindo mais… Os aparelhos entraram em pânico ao seu lado e aquele som me agonizava. Os médicos entraram na sala, me afastando dele, as palavras não saiam de minha boca e tudo parecia acabado para mim.
– Senhor Stilinski… - a voz de Linda, ela me segurava pelo braço me guiando até a maldita poltrona ali – Sinto muito senhor… Thomas se foi.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um Amor de Diamante (Completa)
FanfictionStiles e Derek vivem esse amor, um pouco inconstante... Stiles é um jovem escritor, casado com Derek Hale, um homem poderoso e inquebrável, dono do Império dos Diamantes, fabricante das mais caras e belas jóias. Tudo parece ir bem, mas quando surge...