Daimio

3.6K 458 338
                                    

Dia seguinte...

Entramos em uma sala da residência do daimio e dois ninjas ficaram de guarda nos cantos das portas do lado de fora, e mais dois ficaram lá dentro, nos vigiando. Mifune e eu ficamos sentados um do lado do outro de frente para o senhor feudal.

Meu nervosismo era nítido, completamente o oposto do de Mifune que parecia estar tão despreocupado. 

Daimio: ─ Olá, Mifune. Há quanto tempo não nos vemos?

Mifune: ─ Bastante tempo. 

Daimio: ─ Essa é a filha do ex-general?

Mifune: ─ É sim. S/n, se apresente. ─ Sussurrou. Eu estava tão nervosa que até me esqueci disso. 

S/n: ─ Olá, daimio-dono, eu sou a s/n do País do Ferro e filha do ex-general dos samurais. 

Mifune: ─ A gente acabou de falar isso. 

S/n: ─ Me desculpe ─ Me curvei ─ Estou um pouco nervosa ─ Voltei para a posição inicial. 

Daimio: ─ Tudo bem, tenta se acalmar enquanto eu falo. Eu te chamei aqui porque seu nome andou circulando depois que enfrentou a salamandra de Hanzō, e também, ouvi muitos comentários positivos sobre você através do meu informante. 

Mifune: ─ Informante? 

Daimio: ─ Sim. Eu o infiltrei no País do Ferro bem antes da s/n desaparecer. Ele foi os meus olhos e ouvidos naquele lugar, pois estou em busca de novos guardas e tenho alguns outros objetivos e mente, mas desde aquele tempo, você veio se destacando, s/n. ─ Disse voltando a me olhar.

Mifune: ─ Novos guardas? 

Daimio: ─ Sim, os meus já estão muito exaustos, preciso substituí-los. 

Mifune: ─ Mas eu só vi shinobis na sua guarda pessoal. 

Daimio: ─ Pode ser samurais também, eles têm o mesmo valor de um ninja. 

S/n: ─ Daimio-dono, pode ir direto ao ponto? 

Mifune: ─ Mais respeito, s/n! ─ Disse ríspido. 

S/n: ─ Peço desculpas novamente. 

Daimio: ─ Sem problemas, eu gostei de você, você é direta. Então vamos logo com isso, eu te chamei aqui porque eu soube do seu sonho, e ele pode se tornar realidade, basta ter uma reunião com os outros daimios para remover essa lei. Esta regra de proibição não vai mais existir, só que ─ Lá vem! Se tem esse "só que", já sei que não é coisa boa ─ Você será a esposa do meu filho. 

Sabia que tinha algo estranho. Mifune me olhou assustado e eu também estava. Droga! Por que ele vem com uma proposta dessa? Nesse caso, é o meu sonho ou a minha felicidade que está em jogo. 

S/n: ─ Como assim eu vou ter que me casar?! 

Daimio: ─ Depois de um tempo, você vai pensar em construir uma família, certo?

S/n: ─ Sim. 

Daimio: ─ Essa vida de samurai não será para sempre e, depois disso, você se casaria e tornaria uma boa esposa para o meu filho. Eu quero você como nora, uma pessoa forte, determinada e que não se deixar levar por outras pessoas. Então, o que acha? 

S/n: ─ Recuso! ─ Respondi rapidamente e com convicção. Mifune me encarou incrédulo de novo, como eu sempre corri atrás do meu sonho, ele deve estar estranhando a minha abdicação.

Daimio: ─ Tem certeza?

S/n: ─ Tenho. 

Daimio: ─ Ótimo. 

S/n: ─ Quê?! Como assim "ótimo"? 

Daimio: ─ Eu só queria ver a sua resposta para confirmar como você pensa. Eu queria ver se você estava disposta a sacrificar tudo pelo seu sonho, mas você escolheu outro caminho. Eu te testei e você passou ─ Respirei aliviada ─ Daqui uma semana te enviarei mais uma carta, fique atenta. Vou conversar com os outros daimios e, se tudo der certo, você poderá até fazer parte da minha guarda pessoal. Bem, é isso. Agora eu preciso ir. 

• • •

Mifune: ─ Eu achei que fosse aceitar a proposta dele, fiquei feliz por ser um teste.

S/n: ─ Eu não chegaria a este ponto, ficar casada com uma pessoa que não amo só por causa da minha ambição já é chegar ao extremo. 

Mifune: ─ Fico feliz por pensar desse jeito, eu faria a mesma coisa. Quando a carta chegar, eu te aviso, ok?

S/n: ─ Vou esperar ansiosamente. 

Mifune: ─ Há um mês atrás, depois do incidente do Ibuse, você veio treinado muito mais, está tudo bem? 

S/n: ─ Está.

Mifune: ─ Sabe que não pode exagerar, isso fará mal a você. 

S/n: ─ Não se preocupe com isso, vou ficar bem. E se essa lei foi retirada, já fique ciente de que vou treinar muito mais. 

Mifune: ─ S/n! Eu sou seu segundo pai, e como pai, eu me preocupo bastante com você. Não vá exagerar, está bem?

S/n: ─ Hai, hai. 

Na volta para Tetsu, fiquei tão distraída com a conversa do daimio que acabei tropeçando, por pouco que eu não caio no chão.

Mifune: ─ No que está pensando? A conversa do daimio ainda te atormenta?

S/n: ─ Sim. Pensando bem, mesmo sendo uma hipótese, eu não quero fazer parte da guarda pessoal dele. 

Mifune: ─ Por que não? Isso seria muito bom para você. 

S/n: ─ Eu não quero sair de Tetsu. 

Mifune: ─ Você quer proteger o país junto com os outros?

S/n: ─ Exatamente. 

Mifune: ─ É isso mesmo ou você tem outro motivo para querer ficar?

S/n: ─ Er…

Mifune: ─ Eu não sei se isso tem conexão, mas, já teve duas vezes que eu levantei de madrugada e escutei as suas fungadas, o som era bem baixo, mas deu para ouvir. Eu achei que era coisa da minha cabeça, mas depois que você voltou de Konoha, você está mais triste. Duvido que os irmãos Senju tenham feito algo de ruim a você, então, o que você tem?

S/n: ─ Eu te conto tudo quando estiver preparada. 

Mifune: ─ Certo, tem o tempo que precisar. ─ Voltamos a prestar atenção na estrada. 

• • •

S/n: ─ Mifune, como reagiria se eu fosse embora do País do Ferro?

Mifune: ─ Que pergunta é essa, s/n? Seria ir embora para sempre?

S/n: ─ Vamos supor que seja quase isso. Não seria para sempre, mas passaríamos um bom tempo sem nos ver. 

Mifune: ─ Eu nunca pensei sobre isso… eu sentiria muito a sua falta, mas eu não iria te proibir de sair, se você estiver feliz, eu também vou estar, e é isso que importa.

S/n: ─ Então não tem problema, né? 

Mifune: ─ Não, mas por que a pergunta? 

S/n: ─ Sabe, já não tem condições uma mulher da minha idade ainda permanecer na casa do pai, né? Preciso arrumar a minha própria casa.

Mifune: ─ Ah, então é isso? Você pode ficar o tempo que quiser na minha casa, não tem problema algum, mas, se quiser, ainda tem a casa que seu pai morava, ela pode ser sua. Eu nunca toquei nesse assunto porque você nunca perguntou, mas saiba que aquela casa é sua. 

S/n: ─ Ah, então tá bom. ─ Sorri. 

Mifune: ─ Há quanto tempo eu não vi mais esse sorriso, hein? Você fica bem melhor quando está sorrindo. Deveria fazer isso mais vezes. 

S/n: ─ Pode deixar ─ Sorri novamente.

Um Amor Quase Inatingível 《Hashirama》Onde histórias criam vida. Descubra agora