Contratempo

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Quando voltei, escutei um choro vindo de uma casa que tinha sido destruída pela salamandra. Como ninguém ainda não tinha ido resgatar aquelas duas crianças junto com a mãe que tentava as proteger com o próprio corpo? Olhei direito e vi que os samurais estavam ocupados demais em tirar o bicho de perto daquela casa, e um deles fez um sinal para que eu fosse tirar aquelas pessoas de lá. E assim foi feito.

─ Meu corpo está ficando dormente, o que está acontecendo comigo? ─ A mãe dizia preocupada e as crianças choravam muito.

S/n: ─ Ai droga! Você foi envenenada.

─ Envenenada?! ─ Disse fazendo uma expressão de pavor.

S/n: ─ Não se preocupe, você ficará bem, ok? Tem como confiar em mim?

─ Tem. Vou confiar porque sou a única pessoa que pode cuidar dos meus filhos ─ Disse um pouco mais calma ─ Pela voz, você é uma mulher, certo?

S/n: ─ Sim. Agora tenho que ir, deite-se porque seu corpo vai ficar paralisado e, crianças, não tenham medo, sua mãe vai ficar bem. ─ Os deixei em lugar seguro e saí. 

Uma pessoa já foi ferida… tem que dar tempo, não importa como, tem que dar. Onde está um médico quando você precisa? Espero que algum apareça para cuidar daquela mulher.

Voltei para casa destruída e todos ainda estavam lá. An… o bicho ficou mais agitado de novo? Olhei para os lados para conferir se não havia mais alguém ferido, felizmente, tudo estava ok, mas quando volto a prestar atenção no Ibuse, ele tinha desaparecido. Como aquele bicho gigante conseguiu se esconder? Já sei, embaixo! Ele vai vir atrás de mim, sinto que vai.

Mifune: ─ S/n! Pega a minha espada! ─ Ele gritou e a jogou para mim numa velocidade enorme.

Foi no momento certeiro, depois de saltar e pegá-la no ar, infundi as duas espadas com chakra para acertar a salamandra que vinha debaixo da neve. Percebi que ela só fica mais agitada quando apareço, já que ela me quer, vou levá-la o mais longe possível das casas, não quero que mais ninguém se machuque.

S/n:  ─ Mifune, nós precisamos tirar ele daqui! Ordene para que os samurais me sigam. Pelo que percebi, o Ibuse está com raiva de mim, ele, definitivamente, vai atrás de mim sem se importar com o lugar que eu esteja. ─ Gritei depois de fazer alguns cortes na cabeça do animal. Corri para levá-la na direção das montanhas Três Lobos, lá seria o lugar mais adequado já que é deserto.

Mifune: ─ Sigam-na! ─ Ordenou. E como pensei, a salamandra me seguiu.

Depois de uma corrida de três quilômetros, estávamos em menos de um terço próximos da Sanrō (Três Lobos). É uma distância considerável para que mais ninguém fosse ferido. 

Alguns ferimentos foram feitos no bicho durante o trajeto, ele até me lançou uma névoa venenosa, mas ainda bem que Mifune me fez colocar a armadura, a fumaça com o veneno já não iria me afetar por causa da máscara. Eu teria sérios problemas se ele tivesse dado um jeito de injetar o veneno em mim.  

Ibuse também já tinha envenenado a metade dos samurais que vieram com a gente, acho que eram trinta ao todo. Droga! Já tinha quinze pessoas para trás e nada de alguém de Konoha aparecer, e ainda temos que fazer o maldito antídoto. 

Já estou ficando preocupada e angustiada, e nem sei há quanto tempo estamos lidando com esse bicho. Só fizemos alguns arranhões e a fúria dele não está deixando com que a gente achei uma abertura para darmos um fim nele.

Mifune: ─ Temos que matá-lo logo ou as coisas poderão piorar. ─ Ah, droga! Já estou ficando cansada e essa salamandra dos infernos só está mirando em mim, tenho que ficar mais atenta. 

Em um movimento brusco e inesperado, o Ibuse girou e a sua cauda ia nos derrubar, mas seu plano fracassou e novamente foi para o subterrâneo. Eu só acho que um animal desse não deveria conseguir andar pela terra imersa de gelo, mas já que consegue, temos que ter bastante cuidado, pois não dá para saber de onde ele vai emergir. 

Mifune: ─ Todos, se separem! Ele vai atacar um por vez se ficarmos assim. ─ Dando um grande salto para trás, todos se espalharam ficando em lugares aleatórios. 

Hanzō: ─ "Sinto que o Ibuse ainda pode te dar um pouco de trabalho, pois sei que Tobirama não o matou. Se ele retornar, há uma maneira de derrotá-lo."  

S/n: ─ "E qual é?" 

Hanzō: ─ "Ao mesmo tempo, você deve acertar a espada no coração e no cérebro dele, caso não consiga, os poros vão liberar a fumaça de veneno que poderá se alastrar, matando todos aqueles que não possuir máscaras." 

S/n: ─ "Por que exatamente no cérebro?" 

Hanzō: ─ "Assim, você romperá a ligação dos nervos com os poros, vai desativá-los e não terá risco de ninguém se ferir." 

S/n: ─ "Então está me dizendo que se o Tobirama-sama tivesse o matado, ainda haveria risco?" 

Hanzō: ─ "Sim, pois todo mundo acha que tudo acaba quando acerta o coração, mas o Ibuse é diferente. Ele morrerá, mas seu gás venenoso sairá e se propagará até desaparecer por completo, e enquanto isso não acontece, todos que mantiver contato com ele, morrerá." 

Ainda bem que lembrei dessa conversa com Hanzō, lembrei um pouco tarde, mas lembrei. Pena que não deu tempo dele falar os ingredientes para fazer o contraveneno, ele só falou os ingredientes do antídoto que era para o Mifune. Seria tão mais fácil se desse tempo, mas ele não aguentou e morreu. 

Me arrependo um pouco por ter enfiado a espada nele tão cedo, se eu não tivesse feito, talvez daria tempo dele me passar os ingredientes, mas... já foi, e eu não quero me sentir culpada por ter feito isso. Só sei que tenho que colocar logo o que Hanzō me disse em prática, o único problema vai ser deixá-la quieta. 

Mifune: ─ S/n, por que se juntou à mim sendo que falei para ficarmos separados? 

S/n: ─ Tenho um plano para darmos um fim nisso. 

Mifune: ─ E qual é?

S/n: ─ Temos que… ─ A salamandra  emergiu, mas como era esperado que ela viesse atrás da gente, recuamos. Ela abriu a boca para soltar o gás, mas como a sua língua cortada ainda não tinha cicatrizado, ela não poderia nos engolir ou soltar o veneno. ─ Como suspeitei, ela veio realmente atrás da gente. 

Mifune: ─ Atrás de você especificamente.

S/n: ─ Isso mesmo. ─ Fiz uma careta ao lembrar da cena em que ela abria a boca, a situação era realmente muito feia. Eu não queria ter que matá-la, mas ela não parecia querer o mesmo com relação à mim. 

Mifune: ─ Você ia falar do plano, lembra?

S/n: ─ É verdade. Só há uma maneira de matar o Ibuse: Ao mesmo tempo, nós devemos acertar seu coração e cérebro.

Mifune: ─ Nunca vi isso. 

S/n: ─ Eu menos, mas a questão é, como vamos fazer com que ela fique quieta?

Um Amor Quase Inatingível 《Hashirama》Onde histórias criam vida. Descubra agora