Usagi

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05:00 AM 

Acordo com o toque irritante do despertador. Não lembro muito bem, mas acho que sonhei com o shodai-sama. Shodai-sama… eita, tenho que me apressar para o treino! Se fosse possível, eu teria me arrumado na velocidade da luz. Mas eu já ia chegar atrasada e o tempo para caminhar é muito longo, por isso tive que sair de qualquer jeito. 

Quando saio de casa, à um passo da rua, me lembro de não ter pegado a kusarigama e a katana. Ah, droga! Era só o que me faltava. Eu deveria ter posto o relógio para despertar um pouco mais cedo.  

Por um triz, quase que não chego atrasada. Encontro o Senju encostado em uma árvore com os braços cruzados, pronto para ver o sol nascer. Ele nem se deu o trabalho de olhar para mim, apenas disse para eu observar o horizonte. 

O sol nascia junto com um clarão alaranjado no céu. A lua também estava, mesmo estando meio furtiva, ela estava lá; os dois juntos era a coisa mais perfeita que eu nunca pude ver em Tetsu no Kuni. 

Hashirama: ─ Você nunca os viu juntos, certo? ─ Dizia sem desviar os olhos do horizonte. 

S/n: ─ Certo. O máximo que vi foi um sol embaçado que ficava escondido entre as nuvens. 

Hashirama: ─ Que bom que você pôde vê-lo de outra maneira, seria muito ruim se você nunca tivesse o visto assim. 

S/n: ─ Por quê?

Hashirama: ─ A natureza é incrível! Você tem que conhecê-la, não só você, mas as outras pessoas também deveriam ver o quanto ela é perfeita ─ Disse finalmente olhando para mim ─ Garota, o que aconteceu com você?!

S/n: ─ Como assim? 

Hashirama: ─ Suas roupas estão do lado avesso e você fez um rabo de cavalo com um pente junto. 

S/n: ─ É sério isso? 

Hashirama: ─ Sim.

S/n: ─ Ah, é que eu saí atrasada e coloquei a primeira coisa que vi pela frente ─ Soltei o cabelo para tirar o pente ─ Se acostume, talvez isso aconteça mais vezes. 

Hashirama: ─ Entendo ─ sorriu ─ Eu também vim meio atrapalhado para cá, mas eu só queria que você pudesse ver o pôr do sol. 

S/n: ─ Obrigada por tornar isso possível, eu amei ─ Sorri. 

Hashirama: ─ Não há de que. Bem, já perdemos muito tempo, vamos começar. 

S/n: ─ Eu vou ficar com estas roupas assim? 

Hashirama: ─ Por mim não tem problema, mas se quiser, pode ir atrás daquelas árvores alí para vesti-las de novo ─ Apontou para um conjunto de árvores bem unidas ─ Ninguém vai te ver. 

S/n: ─ Tudo bem, eu vou. 

Hashirama: ─ Vou te esperar aqui. 

Fui para trás das árvores. Tudo estava calmo, até que aparece um animal branco saindo de um arbusto fugindo de outro. Como eu nunca tinha visto esse tipo de bicho antes, com medo, gritei: 

S/n: ─ Hashirama-sama! 

Hashirama: ─ O que foi? ─ Respondeu gritando. 

S/n: ─ Vem aqui, rápido, eu não sei o que é isso! Eles vão me atacar. 

O shodaime apareceu utilizando o elemento madeira tirando o animal rastejante de perto de mim e o jogou para longe. 

Hashirama: ─ Ainda bem que você me chamou, aquela cobra é venenosa. 

S/n: ─ Cobra? Ela tem veneno? Como isso pode existir? 

Hashirama: ─ Você também nunca viu uma dessa antes, né? 

S/n: ─ Não. 

Hashirama: ─ Quando ver, fique bem longe. Não são todas que têm veneno, mas é bom não arriscar, elas ainda podem sufocar e matar. 

S/n: ─ Então era isso que ia acontecer com esse animal fofinho? ─ Peguei o pequeno bichinho que estava escondido entre meus pés. Com certeza, a cobra me atacaria para pegar o animal.  

Hashirama: ─ Sim, ele ia ser devorado. Você não ficou com medo dele? 

S/n: ─ Como posso ter medo de algo fofo que estava tremendo de medo? 

Hashirama: ─ Tem sorte que ele é inofensivo. Agora, deixe-o ir. 

S/n: ─ Ah, por quê? ─ Reclamei ─ Gostei tanto dele. E se aquela cobra voltar para comer ele? ─ Fiz um carinho na cabecinha dele, ele me pareceu gostar. 

Hashirama: ─ A gente não pode fazer nada. 

S/n: ─ Shodai-sama, o senhor me disse que a natureza é perfeita, mas isso me parece muito cruel. 

Hashirama: ─ S/n, é a lei da vida. Uns nascem, outros morrem e esse ciclo continua. Os animais precisam sobreviver, assim como nós também. Aquela cobra precisa de alimento e esse coelho (usagi) seria perfeito para ela. 

S/n: ─ Mesmo assim, isso ainda é muito cruel. 

Hashirama: ─ Vamos s/n, nós precisamos treinar. Deixe ele ir. 

S/n: ─ Tchau animal fofinho que eu nunca mais verei na vida ─ Com muito custo, deixei ele no chão. Eu não queria abandoná-lo alí para morrer, ele estava tão adorável dormindo na minha mão que pensei que eu pudesse ficar com ele. Poxa Hashirama, você é tão mau. . 

Estávamos treinando no lugar de início, ele, com certeza, notou que eu estava estranha. 

Hashirama: ─ S/n, foco. Sua postura estava boa e agora piorou.  

S/n: ─ Desculpa, vou tentar novamente. 

Hashirama: ─ Você está chateada com aquilo ainda? 

S/n: ─ Um pouco. 

Hashirama: ─ Pelo que percebi, você viveu muito tempo isolada, mas apesar das suas escapadas para treinar, o seu país não te deu uma possibilidade de ver como as coisas realmente funcionam. Aqui, você está aprendendo muita coisa, é tudo muito novo e difícil, eu sei, mas você terá que se acostumar. 

S/n: ─ Sim, eu já assimilei isso tudo, mas não é por isso que estou assim. 

Hashirama: ─ É por que, então? 

S/n: ─ Eu queria muito ficar com o coelhinho. Eu vi você e o Haru-chan se dando tão bem, e como eu gostei muito dele, achei que eu pudesse ter a mesma coisa que vocês têm. 

Hashirama: ─ Ah, entendi, você nunca teve um contato com um animal de estimação. Agora me sinto muito culpado por fazer você abandonar o coelho. 

Ele sentou no chão e escondeu o rosto nos braços cruzados em cima dos próprios joelhos. Parecia deprimido, eu nunca o vi assim. 

S/n: ─ Shodai-sama, você está bem? 

Hashirama: ─ Desculpa mesmo s/n, mas não se preocupe, vou dar um jeito nisso. ─ De súbito, se levantou e falou animado: 

─ Vamos recuperar aquele coelho! 

Um Amor Quase Inatingível 《Hashirama》Onde histórias criam vida. Descubra agora