Dorme, neném...

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Poderia escrever um tratado sobre como é namorar sem nenhuma privacidade, e tenho certeza que a grande maioria dos adolescentes do mundo que tem pais malucos e superprotetores assinaria embaixo.

Faltavam duas semanas para meu aniversário de 19 anos eu eu ainda era virgem, embora, se comparado ao Gohan prestes a fazer 18 anos, havia avançado de totalmente virgem em um relacionamento sério com a solidão para quase não-virgem namorando a menina mais bonita da escola. Eu tinha, sem dúvida, evoluído.

Faltava apenas um pequeno detalhe: nós não tínhamos um lugar para transar. Minha casa tinha a minha onipresente mãe. A coisa mais certa para atrair a minha mãe para perto do meu quarto era a Videl estar lá em casa. Na casa dela, mesmo quando o pai dela não estava (o que era quase sempre) tinha a presença chata e pegajosa do Buu.

O Buu não era burro, embora parecesse, e enganá-lo era praticamente impossível. Quando íamos para a casa da Videl, não havia chocolate, doce ou outra qualquer guloseima que o convencesse a nos deixar a sós. E quando eu ia lá, o quarto da Videl era um local praticamente proibido para mim.

Verdade que nenhum deles desconfiava das nossas ligações noturnas. Nem minha mãe e nem o Mr. Satan imaginavam o que nós fazíamos quando nós trancávamos a porta à noite, e só isso aliviava nossa frustração. Eu e Videl já sabíamos de cor a forma, o tamanho, a cor de cada parte dos nossos corpos, e eu poderia ficar horas e horas apenas olhando para aqueles seios dela, pequenos e redondos, com seus mamilos rosados e firmes.

Mas por mais interessante que fosse ficar falando um milhão de sacanagens que não diríamos jamais em público enquanto nos tocávamos até o orgasmo, não ERA a mesma coisa que sexo. Nunca seria. E era pior ainda quando estávamos no meio do caminho e a ligação de vídeo caía.

O que fazer? Normalmente, eu parava de me masturbar e ficava desesperado tentando uma nova conexão, o que só acontecia com sorte. E nesse caso ficávamos os dois, pelados, com uma cara frustrada nos perguntando por onde e como continuar.

Uma noite, depois de conseguir ir até o fim e ir ao banheiro subrepticamente para me livrar das embaraçosas evidências, eu dei de cara com meu pai na cozinha. Meu pai não é do tipo que dá broncas e é muito, mas muito mais liberal que minha mãe, como vocês já sabem. Depois dos primeiros meses em que ele e minha mãe pareciam coelhos no cio, as coisas pareciam ter acalmado, e eu já não os ouvia gritando tanto, os gemidos eram mais abafados... e, convenhamos, como eu mesmo estava fazendo sexo virtual quase toda noite, já não prestava tanta atenção assim no que eles estavam fazendo.

Meu pai bebia um copo d'água e eu entrei naturalmente na cozinha para fazer a mesma coisa. Toda vez que eu desligava depois de uma dessas sessões com a Videl, corria para beber água, uma sede inexplicável. Mais de uma vez eu tinha dado de cara com meu pai fazendo a mesma coisa, mas nunca tinha ligado uma coisa à outra, até aquele dia.

Meu pai tinha a mesma expressão engraçada da noite em que Goten entrara acidentalmente no banheiro e me pegara... e vocês já imaginam por quê, né?

Eu peguei um copo e enchi de água e meu pai disse, bem na hora em que eu dei o primeiro gole:

- Não sabia que sexo virtual dava a mesma sede que sexo normal...

Cuspi água pela cozinha toda com o susto. Lá estava meu pai, de novo, fazendo um comentário completamente inapropriado sobre a minha vida sexual, que já não era tão patética, mas não podia ser chamada de completa.

- Pai, por que o senhor sempre faz isso? – eu perguntei, sentindo que meu rosto estava vermelho. Meu pai riu e disse:

- Eu gostaria de ter estado vivo para ter tido "a conversa" com você quando a sua puberdade chegou, sabe? Talvez você encarasse isso de forma mais natural do que encara. Como a sua mãe te explicou o que era sexo?

Virgem aos 19Onde histórias criam vida. Descubra agora