Uma noite com Videl (e não é o que estão pensando)

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Achei que dali para frente ia ficar tudo bem. Mas eu estava enganado. Depois de apresentar Videl para quem ainda não a conhecia, eu pude, finalmente, ter uma refeição tranquila com ela do meu lado. Depois da janta ainda teve mais alguma diversão, colocaram umas músicas para tocar e eu descobri que meus pais são capazes de dançar juntos sem que meu pai quebre os pés da minha mãe. Já o Vegeta não dança, e a Bulma teve que se contentar em dançar com o Oolong. Quando estava ficando tarde, minha mãe saiu tocando todo mundo para os quartos e Videl ficou me olhando, meio apavorada, mas minha mãe chegou perto dela e disse:

- Venha, querida, vou te colocar no quarto com a Lunch.

Na hora eu não soube explicar, mas achei que aquela dupla não ia dar muito certo... talvez tenha sido o fato de que o Tenshin Han e a Lunch não tivessem se desgrudado desde o fim da janta, dançando juntos o tempo todo, ou o fato de que esse quarto era numa das casas-cápsula que a Bulma havia trazido, sem ninguém que a Videl conhecesse por perto... mas algo me dizia que a Videl não ia passar uma noite tranquila...

Aliás, nem ela e muito menos, eu. Meu quarto parecia uma zona de guerra, com o Trunks e o Goten brincando, sem o mínimo sinal de que queriam dormir, pulando de uma cama para outra. Eu ameacei chamar meu pai, o mestre Kame, a Bulma, o Vegeta... mas eles só sossegaram quando eu disse que ia chamar a minha mãe. Nessa hora, alguém bateu na janela do quarto pelo lado de fora. Eu abri e dei de cara com a Videl:

- Videl?

- Oi, Gohan – ela sussurrou – tenho um problema... aquele cara de três olhos e a Lunch começaram a se pegar no quarto dele e mandaram aquele anãozinho esquisito pro meu quarto. E eu fiquei com medo dele!

Meu coração disparou e eu fiquei um instante pensando no que fazer.

Chaos é inofensivo, mas a Videl não o conhece bem e eu confesso que também ia sentir medo se tivesse que ficar do lado de quem tem aquela expressão de boneca Annabele e é incapaz de piscar se não o conhecesse bem. Goten e Trunks já estavam mais pra lá do que para cá, meio dormindo. Então eu estendi meu braço para fora da janela e disse:

- Eu não acredito que não tenha um único quarto livre com tanta casa que a Bulma trouxe! Vem! – ela segurou minha mão e entrou no quarto pela janela. Foi o suficiente para agitar de novo meu irmão e o Trunks:

- Ela vai dormir aqui? – perguntou Goten.

- Eu vim contar uma história para vocês – ela disse e sentou na cama dos dois. Finalmente olhei para ela direito. Videl não estava com nenhuma roupa sexy, pelo contrário, usava um pijama curto e largo, parecido com o tipo de roupa que usa na escola. Ela começou a contar uma história sobre um ratinho valente e, pela primeira vez naquele dia, os dois moleques realmente pararam quietos. E em cinco minutos estavam dormindo.

- Videl como você conseguiu? – eu perguntei abismado.

- Eu gosto de criança. – ela deu de ombros e disse. Eu acho que quero ser professora.

Ela ajeitou os dois na cama que eles estavam dividindo carinhosamente e eu pensei que um dia ela ia ser uma ótima mãe. Ela ficou me olhando sem graça e eu abri espaço para que ela sentasse ao meu lado na cama. Ficamos nos olhando até que ela disse:

- Parece que eu vou ter que dormir aqui.

- É... – eu disse, nervoso. Levantei e puxei as cobertas e ela se acomodou no canto, junto à parede. Eu me deitei também e puxei as cobertas sobre nós dois, apagando a luz. Não ficou tão escuro no quarto porque a janela estava aberta e entrava luz da lua por ela.

Videl estava deitada com a cabeça no mesmo travesseiro que eu, olhando para mim, esperando uma iniciativa, e eu, com um pouco de medo, a puxei para mim e a beijei. Ficamos assim muito tempo, nunca havíamos conseguido nos beijar sem interrupções por tanto tempo, e aquilo era muito, muito bom.

Virgem aos 19Onde histórias criam vida. Descubra agora