Sorte no Amor

Capítulo 10 - Charlotte Desencalha

Desperto em um lugar e noto estar em uma casa enorme, o que não fazia minha cara, já que eu prefiro coisas simples, e uma casa grande como esta não era o tipo de casa que eu sempre sonhei.

Mas isso era estranho, pois eu estava deitada em uma cama de casal, com edredons em tom de rosa chiclete. E olhando mais atentamente em volta, percebo que tinham coisas com cores claras; cortinas púrpura, os lençóis azul bebê.

Não fazia ideia de quem teve a ideia de fazer esse tipo de decoração. Era uma combinação um tanto quanto bizarra, mas que de alguma maneira, eu estava gostando.

— Bom dia, amiga! — ouço a voz familiar de minha amiga.

— C-Charlotte? — Ela sorri, e me dá um selinho. Eu a encaro, perplexa com o que acabara de fazer.

— Dormiu bem, amiga? — ela pergunta, se sentando na cama ao meu lado.

Passo o olhar novamente pelo quarto, todo colorido, com cores em tom claro. Será que eu e minha amiga estávamos morando juntas realmente? Eu sabia que aquilo era um sonho, mas era ao mesmo tempo um tanto quanto real.

— Mamãe! — uma menininha entra no quarto, com seus lindos cabelos lisos balançando, um sorrisinho inocente no rosto.

Instintivamente eu abro um sorriso para ela, e ela abre seus bracinhos. Eu a abraço e dou beijinhos em seu rostinho levemente rosadinho.

— A Pâmela acordou faz uns dez minutos — comenta Charlotte, e eu deito minha menininha na cama, entre nós duas.

— Billy ligou, e disse que depositou o dinheiro que você pediu, amiga — ela diz, e eu pisco varias vezes, tentando entender sobre o que ela falava.

— Filha, você pode ir ver um pouco de desenho? Mamãe vai conversar com a tia Lotty — peço e a minha pequena me da um beijo e logo em seguida, caminha até a sala, com sua chupeta na boca. Peço para Charlotte fechar a porta, e ela faz. — Que dinheiro?

— Da pensão, ora! — ela responde, e eu fico pensando sobre aquilo. — Mas não precisa se preocupar, amiga — ela começa a se aproximar de mim. — Eu não vou te deixar, como ele fez.

Eu não podia acreditar no que estava ocorrendo. Minha melhor amiga estava realmente querendo me dar um beijo? Não pode ser.

Abro os olhos, meu rosto pingava de suor, e eu me sentia sem senso de direção, pois olhava para todos os lados, como se estivesse perdida.

Pego meu celular que eu nem lembrava que estava comigo, e olhos as horas. Já eram 05:27 da manhã, e eu havia dormido muito? Como isso é possível?

Me levanto apressadamente. Coloco o celular no carregador e o plugo na tomada. Pego uma toalha e minhas roupas e vou para o banheiro. Tranco a porta do recinto e tiro minhas roupas. Ligo o chuveiro, e fico esperando a água esquentar, para que eu pudesse entrar.

— Vai logo! Anda! — murmurei, esperando a água dar uma mornada.

Entro debaixo do chuveiro, e deixo a água cair sobre meu corpo, me aliviando um pouco a tensão que eu estava sentindo.

Ainda no banho, começo a lembrar daquele sonho que eu tive, e muitas perguntas começaram a surgir em minha cabeça. Perguntas do tipo : "Será que ele irá me abandonar?". Ou "Será que eu sou lésbica?".

"Você não é lésbica, sua maluca" diz meu subconsciente. E dessa vez, eu tive de concordar com ele. Eu não era lésbica. Senão não estaria tentando conquistar o Billy.

"Você realmente está apaixonada por ele" meu subconsciente da as caras novamente.

— Não,não estou — respondi para mim mesma, os olhos fechados.