Capítulo 14 - O Irmão

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Ao entrar em casa com meus pais em meu encalço, decido subir para meu quarto e tranco a porta. Me jogo na cama e deixo as lágrimas rolarem sem parar por meu rosto.

Eu não queria falar com mais ninguém, não queria ver ninguém, somente o Billy.

"Pra quem se dizia não estar apaixonada, olha onde chegou" penso comigo mesma, o rosto manchado por lágrimas.

Ouço meu pai bater na porta.

— Filha, posso falar com você? — meu pai pergunta, abrindo a pota do meu quarto.

— Me deixa sozinha, pai — pedi, minha voz sendo abafada pelo travesseiro. — Por favor. — digo, olhando para ele, com lágrimas nos olhos, manchando meu travesseiro e meu rosto.

Ao me ver naquele estado, ele tenta querer me chamar para conversar, tentar desabafar comigo, para ver se eu diria alguma coisa.

— Por favor, pai — pedi em suplica. — Me deixe sofrer, por favor.

Ele vê que não havia ganhado aquela disputa, decide sair do meu quarto e vai para a cozinha.

Afundei novamente meu rosto no travesseiro e dessa vez não queria ninguém para conversar.

"Para quem queria se afastar, acabou se aproximando mais ainda" penso comigo mesma.

Que idiota eu fui! Por que tentei me afastar do homem da minha vida? Por que tive uma atitude tão infantil?

— Como eu fui tola — digo para mim mesma, enxugando o rosto, as lágrimas parando de rolar.

Eu estava tentando controlar a vontade de chorar, mas era difícil, pois mesmo que ele não tenha feito parte da minha vida, eu o amei. Mas deixei esse amor escapar por meus dedos e escorrer pelo ralo.

Deito a cabeça sobre o meu travesseiro, fecho os olhos e tento dormir um pouco mais. Talvez fazendo isso, quando eu acordasse ele apareceria em casa e contaria sobre o jantar que havia sido maravilhoso.

Eu estava na escola, conversando com a Charlotte sobre algum assunto. Talvez fossem garotos. Ou não, já que Carlos estava com a gente.

Ele estava abraçando ela pelas costas, ela segurava suas mãos, que estavam em volta de sua cintura. Era tão fofo ver os dois juntos.

Onde está o Billy? — perguntei para eles, que me olharam com um tipo de confusão no olhar.

Que Billy, amiga? — perguntou Charlotte, que olhou para Carlos, como se perguntasse de quem eu estava falando. — É algum amigo seu, Carlos?

Ela pergunta e eu fico na esperança que ele pudesse responder que era um amigo nosso, já que ela praticamente não se lembrava dele.

Não sei quem é — ele responde e eu sinto como se tivesse levado um soco no peito, pois meu coração doeu no momento que eu ouvi isso.

— Como assim não sabe quem é? — indaguei e tentei fazê-lo se lembrar. — Se lembra que ele te deu uma HQ dos X-Men, não se lembra?

Ele balança os ombros.

Não faço a mínima ideia do que você está falando — ele diz e eu senti como se uma escuridão me engolisse, pois eu me senti sozinha naquele momento, sem meus amigos de verdade, sem o Billy para me ajudar.

Billy? — chamei por seu nome, ao sentir alguém esbarrar em mim. — Billy, é você? — rodo no lugar, tentando encontrar a pessoa que havia esbarrado em mim.

Você está sozinha, Victoria — ouço uma voz parecida com a minha, mas tinha um toque de perversão estampado.

Q-Quem está aí? — perguntei, e senti um calafrio percorrer a espinha.

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