Capítulo 11 - Conselho

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Dentro do carro da minha amiga — do pai dela, na verdade — estávamos indo em direção ao hospital, encontrar nosso amigo, Carlos. E pelo que percebi ela estava animada, ansiosa para poder revê-lo, mesmo que já o tenha visto hoje pela manhã.

— E como ele está se sentindo, amiga? — perguntei, querendo saber sobre o estado dele.

— Ele me disse que estão fazendo exames diários, para saberem como está sendo sua melhora. — ela responde, mas não era isso que eu pretendia ouvir.

— Na verdade eu queria saber se ele está conseguindo se recuperar dos ferimentos — falei, e ela pareceu entender desse modo.

— Ele disse que os médicos estão cuidando deles. — ela conta e eu fico sem entender nada. — Disse estar se sentindo na Doctor House.

— Por que Doctor House? — indaguei.

— Eu sei lá também — ela deu de ombros.

— Chegamos — anuncia o Sr. Blake, estacionando o carro. Charlotte e eu descemos do veiculo, e nos despedimos de seu pai. — Quando saírem, me liguem!

— Pode deixar, pai! — ela responde, com um sorriso no rosto. O senhor Blake começa a sair do estacionamento, e nós o observamos se distanciar.

— Vamos ver o Carlos? — Ela afirma com a cabeça.

Colocamos nossos celulares no silencioso e adentramos ao hospital. Fomos até a recepcionista, e dissemos que viemos fazer uma visita. Ela pede para que nós duas a acompanhasse, e assim fizemos.

Chegamos a sala de Carlos, e ela nos diz que não poderíamos ficar por muito tempo, então nós concordamos e ela voltou para a recepção.

— Você quer ir primeiro? — pergunto para minha amiga, que bate as mãos de ansiedade, com um sorriso infantil no rosto, como uma criança que ouve : "Quer ir ao parque, querido?"

— Você entra depois, amiga? — ela pergunta, e eu confirmo com a cabeça. — Obrigada, obrigada, obrigada! — ela agradece, sem aumentar o tom de voz.

— Vai logo antes que eu mude de ideia — brinquei e ela riu, mas parecia ser uma risada de nervoso.

Eu fiquei sentada ali na cadeira, esperando por minha amiga, enquanto ouvia algumas músicas em meu celular, músicas aleatórias. Até que do nada, comecei a pensar naquele casal ridículo. Rebeca e Billy, que casal mais idiota... Mas por que estou pensando neles? Nenhum dos dois tem nada a ver comigo.

A porta do quarto onde Carlos estava hospitalizado se abre, e eu volto a mim, os pensamentos focados na música. Parei o som e me concentrei em minha amiga, que estava alegre, com um grande sorriso no rosto.

— Por que esse sorriso no rosto? — perguntei, e ela se aproxima do meu ouvido, me fazendo gelar.

— Não posso contar nada — ela ri e eu fico curiosa com o que eles conversaram. — Mas acho que você... não direi nada, vou deixar como surpresa.

— Sobre o que... — perguntei, mas ela nada responde, apenas colocou o dedo indicador em meus lábios e me impediu de prosseguir com minha pergunta.

— Só vai lá, que ele te conta tudo, está bem? — ela piscou para mim.

— Sua chata — brinquei e ela riu. Eu entro na sala e noto que ele estava lendo uma revista em quadrinho, e me aproximo dele para poder ler o titulo.

— Você sabia que os X-Men também sofrem desprezo pela sociedade por serem diferentes deles? — ele comenta, sem tirar os olhos de seu quadrinho.

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