Capítulo 13 - O Adeus

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A noite que se seguiu após esse desastre foi silenciosa, nenhum de nós querendo trocar uma palavra. O som do carro estava desligado, e o tédio estava me consumindo, assim como a vergonha também. Como eu tive coragem de me jogar para esse idiota? Ele era um babaca por rejeitar meu beijo assim.

Quando chegamos em frente de casa, fiz um tempinho para sair do carro dele, para tentar me acalmar um pouco. Não estava com paciência para ouvir sua linda voz. Até que sinto vontade de sair do veiculo, e deixá-lo ir embora dali, mesmo sabendo que ele morava ao lado da minha casa.

- Você pode me desculpar? - ele pede, me pegando de surpresa. Olho para ele, a porta meio aberta. - Eu não quero que você fique brava comigo. Pode me desculpar?

Ele está querendo se desculpar comigo? É brincadeira, não é?

- Eu não sei, Billy - foram as palavras que saíram de minha boca. - A noite foi bacana, foi legal sair com você, mas sinceramente eu não sei.

- Será que vamos dar certo? - perguntou ele. Dessa vez eu não respondi sua pergunta, - Está certo, eu fui o errado da historia aqui.

Me viro para ele.

- Ainda bem que sabe disso, pois eu estava querendo consertar as coisas com você - digo para ele. - Mas você outra vez estragou tudo, Billy Wilder.

Eu estava muito alterada por ele não querer me beijar. Eu queria mesmo no momento, e esperava que ele também quisesse me beijar. Mas foi um erro que eu cometi, e nunca mais quero cometer esse erro de novo.

- Some da minha vista, Billy - digo para ele, e a porta de casa se abre. Minha mãe aparece, os braços cruzados, curiosa e preocupada, querendo saber o motivo de eu estar discutindo com esse garoto.

- Pode deixar, Victoria - ele diz e eu paro alguns passos após entrar na sala. - Eu irei embora, sim. Vou te deixar livre de mim.

Minha mãe se mantinha calada, como se não quisesse se envolver no nosso assunto.

- Dorme com Deus - diz Billy, e estaciona o carro em frente a sua casa, e depois, sobe as escadas para entrar.

- O que houve, querida? - perguntou minha mãe, mas eu nada respondi de imediato.

- Nada não, mãe - minto, e começo a subir as escada, indo as pressas para o meu quarto.

Me jogo na cama sem nem ao menos tirar as roupas que eu saí, e agarro o travesseiro, escondendo meu rosto nele, as lagrimas começando a descer por ele.

- Como fui besta em acreditar que ele também estaria apaixonado por mim - digo para mim mesma ainda com o rosto sobre a travesseiro, a voz abafada, assim como o choro. - Eu devia ter pulado fora bem antes.

"Você iria conseguir tirá-lo da cabeça" ecoa meus pensamentos. "A curiosidade estaria te matando nesse instante".

- Cale a boca - digo para mim mesma, tentando espantar meus pensamentos, a raiva em mim estampada em meu rosto.

Ouço batidas na porta e passo as mãos no rosto, para poder secá-lo. Mas havia sido inútil, pois a maquiagem havia sido borrada. E olha que eu não era de usar maquiagem. O máximo que eu fazia era escovar os dentes, pentear os cabelo e já era.

- Pode entrar - digo em resposta à segunda batida, e quando eu vejo, era meu pai. Estava sério, e eu não sabia o motivo... na verdade já imaginava. - O que foi, pai?

- Ele te fez algo de errado? - ele pergunta e eu balanço a cabeça negativamente, mas isso não pareceu convencê-lo. - Eu sabia que não era para confiar nele.

Meu pai começa a caminha de volta para... sei lá... quarto? Sala? Não sei.

Eu o sigo.

- Ele não fez nada pai! - tento dizer, mas ele já estava descendo as escadas, apressadamente. Tento alcança-lo. - Ele não fez nada!

Sorte no AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora