Capítulo 04 - Aposta

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Estava muito ansiosa para poder falar com meu pai, pedir permissão para ele me deixar ir dormir na casa de Charlotte. Já fazia tempo que eu não ia para lá, e estava com saudade de dormir por lá.

Já liguei para Charlotte, avisando que iria contar a meu pai que iria dormir em sua casa, mas não entrarei em detalhes, só direi que seria uma noite entre garotas. Melhor dizendo, entre nós duas.

A porta da entrada se abre e meu pai chega em casa. Eram 19:25, horário em que sempre chegava em casa.

Coloca sua bolsa em cima da mesinha em frente ao sofá, e se dirige em direção em minha mãe, e lhe dá um selinho.

— Como foi no trabalho, querido? — minha mãe questiona, retirando o paletó de meu pai.

— Obrigado querida — ele agradece. — Foi bem, o patrão vai me dar um aumento.

— Nossa pai, isso é demais! — comentei, com um enorme sorriso no rosto.

— Como foi a aula, minha filha? — meu pai pergunta, me dando um abraço.

— Bem, pai — respondo e logo pergunto. — Pai, eu queria saber… se… eu não poderia dormir na casa da Charlotte essa semana?

Ele me lança um olhar de questionamento e eu o desvio para o outro lado, para não mostrar que estava apreensiva. Será que ele iria me deixar dormir na casa de minha amiga? Eu estava esperando pela sua resposta.

— Vamos falar sobre isso mais tarde, está bem, querida? — meu pai diz, e eu fico aliviada, mesmo tendo dúvidas quanto sua resposta.

Mais tarde em meu quarto, após a janta eu tinha ido ao banheiro e depois vindo para cá. Fiquei lendo um pouco mais de minha obra favorita, até que alguém bate na porta.

— Filha, podemos conversar? — era meu pai do outro lado. Vou até lá e abro a porta. — Eu sei que você deve estar ansiosa para poder dormir na casa de sua amiga Charlotte.

“Lá vem bomba!” pensei.

— Você não vai me deixar ir dormir lá, não é mesmo? — questionei, a cabeça baixa, indo em direção à minha cama.

— Você não me deixou terminar, filha — ele continua, e se senta perto de mim. Ele afaga meus cabelos com delicadeza. — Sabe filha, eu até deixarei você dormir na casa de sua amiga, com tanto que você não se envolva com garotos.

— Ah, qual é pai? — digo e ele me olha com a sobrancelha erguida. — Você sabe que eu odeio garotos! Nunca irei namorar garotos. Credo!

— Eu fico feliz em ouvir isso, mas também fico temeroso quanto a essas palavras proferidas — ele diz e se levanta.

— Por que temeroso?

— Porque não é bom você dizer não, a alguma coisa. — ouço sua explicação. — Pois as vezes você não consegue manter a promessa, e acaba fazendo o que havia dito nunca fazer.

— Então... eu poderei dormir na casa de Charlotte? — perguntei, um pouco animada, um grande sorriso em meu rosto.

— Claro, mas se fizerem uma festa — ele abaixou o tom de voz para que somente eu e ele pudéssemos ouvir. — não se envolva com garotos.

Reviro os olhos e ele ri, e logo, sai do quarto.

Por que diabos ele acha que eu vou me apaixonar por um garoto? Depois de tudo que eu presenciei em todos os anos de colégio, duvido que teria alguma atração por algum garoto. É, espero não mudar nunca, viverei solteira pelo resto da vida. Bom, quem sabe eu não convido Charlotte para morar comigo em uma casa grande em Malibu, Portugal ou até mesmo no Brasil. Ainda não me decidi para onde irei me mudar após terminar os estudos. Mas já sabia que iria querer morar sozinha, sem macho comigo.

Sorte no AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora