A decepção de um pai

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Residência da família Tierry, segunda-feira...

Degel

Eu acordei por volta das 5:20 da manhã, pois perdi o sono — às vezes sofro de crises de insônia. 

Pelo fato de novamente perder o sono, me sentei sobre a minha cama e encostei-me à cabeceira da mesma. Logo após, acendi o abajur e peguei no criado-mudo o meu óculo de leitura e também o livro que estou lendo e que faltam só cinco páginas para que eu terminá-lo.

Fiquei ali tão compenetrado na minha leitura, que eu só percebi que o dia estava clareando, ao ouvir o cantar dos pássaros. E ao olhar novamente no relógio, o mesmo marcava por volta das 6:30, fato que me fez fechar o livro e colocá-lo junto com o óculos, novamente em cima do criado-mudo.

Em seguida, desencostei da cabeceira da cama e me levantei as presas da mesma, seguindo assim para tomar meu banho e fazer minha higiene matinal. Ao terminar, retornei a suíte para me trocar, colocando uma boxer preta com listras brancas, uma calça social branca e uma camisa de manga cumprida na cor salmon. Por último, o blazer da mesma cor da calça. Ajeitei o nó da gravata preta e calcei o sapato social da mesma cor da gravata. Ao estar completamente pronto, saí da minha suíte e segui para poder tomar o meu café da manhã.

Já estando na copa, Mayana, a minha nova empregada, serviu o meu café, me servindo um capuchino com chantilly e pães de mel. Porém, devido eu estar sem fome e, mesmo eu estando diante de uma mesa farta, só tomei meu capuchino e comi um pão de mel.

Ao terminar de tomar meu café, fui até o escritório que eu tenho aqui em casa, para poder pegar minha maleta de trabalho. Depois, segui até a garagem para pegar o meu Pocher, para assim seguir até a minha empresa.

Empresa Tierry,  sala de Kardia...

Kardia

Pelos deuses! Não estou conseguindo me concentrar em nada. Ainda estou nervoso, pelo fato de Sara ter tido o desplante de vir até Paris, atrás do nosso filho. Pior que eu não contei ainda a ele. Porém, hoje, antes dele ir à faculdade, eu terei que dar um jeito de contar a verdade sobre á vinda de sua mãe, até porque vai que aquela ordinária vá atrás dele novamente. 

De repente, saí de meus pensamentos um pouco preocupantes após ouvir três batidas na porta de minha sala, fato que me faz autorizar a entrada da pessoa que batia. Após a porta se abrir, vi que a tal pessoa era a Saori, a minha namorada. A mesma trancou a porta por de trás de si, vindo caminhado até a minha mesa.

— Bom dia, meu amor. Você me parece tão tenso hoje. É por causa da sua ex, não é? — ela questionou sorrindo de leve.

— Sim, minha Agapite. É por causa dela mesmo que eu ando tão tenso. Eu ainda não falei nada para o Milo e, eu estou com medo dela ir a procura dele, novamente. — eu relatei minhas inquietantes preocupações.

— Kardia, me desculpe te dizer isso, mas você já deveria ter contado para o Milo, ontem mesmo. Agora, você corre o risco da Sara ir falar com ele antes mesmo de você. Já pensou como ele ficaria? — me indagou de forma direta. Mas a nossa conversa fora interrompida com o telefone da minha mesa tocando. E ao atender, era a secretária do senhor Pierre que me disse que o mesmo precisava falar comigo e que me esperava em sua sala. Em seguida, encerrei a ligação e disse a Saori que eu teria de ir até a sala do senhor Pierre. Nos despedimos com um beijo e saímos juntos da minha sala. Ela seguiu até o setor em que ela trabalha e, eu fui à sala do senhor Pierre.

Ao chegar lá, bati na porta e após ele autorizar a minha entrada, eu entrei, fechando a porta em seguida.

— Bom dia, senhor Pierre. O senhor mandou me chamar? — questionei educadamente.

Coração bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora