Em busca de uma oportunidade de trabalho.

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Paris, França, proximidades do rio Sena, Residência da família Adamastor...

Milo Adamastor

Acordei bem cedo, numa típica manhã de segunda-feira. Eu e meu pai acabamos nos mudando aqui para Paris, após minha mãe meter o pé na bunda dele e fugir com seu amante para os Estados Unidos da América.

Esse lamentável fato ocorreu alguns meses atrás.

Meu pai, por ser um grande profissional de administração de empresa e, também por ser contador, foi transferido para trabalhar Paris e, já estamos aqui 15 dias.

Eu estou à procura de um emprego para poder ajudar meu pai com as despesas, pois mesmo que o salário que ele ganha seja bom, por eu já ser adulto não devo deixar tudo para ele, não posso ficar só vivendo as suas custas. A nossa casa não é alugada, pois a empresa nos cedeu para morarmos...

Com o que meu pai ganha vivemos até bem, só que mesmo assim já passou da hora de eu lhe ajudar. Hoje eu vou tentar uma vaga de entregador de pizzas e lanches, numa pizzaria e lanchonete. Que os deuses me ajudem a conseguir essa vaga de trabalho.

Hoje também vou iniciar o meu curso de administração de empresa, na universidade de Paris, pois fiz uma prova conseguindo passar em 1° lugar e, ganhei meia bolsa - a outra metade será paga por mim. Por isso, eu preciso trabalhar urgentemente. Eu não posso e nem devo deixar tudo nas costas do meu pai, pois o senhor Kardia já faz muito por mim e, agora eu devo ajudá-lo.

Logo após eu fazer minha higiene matinal e, colocar uma roupa simples, mas apresentável, eu segui para cozinha e, antes mesmo de adentrar o cômodo, logo senti o cheiro de café e ovos mexidos com bacon.

Ao adentrar no interior da cozinha, meu pai estava de costas para mim e de frente para o fogão; o mesmo estava mexendo os ovos com bacon, numa frigideira bem grande - ele nem havia percebido a minha presença, até eu lhe desejar um bom dia...

- Bom dia... O senhor precisa de ajuda, pai?

- Bom dia, meu filho. - ele começou, virando de frente para mim. - O que faz acordado tão cedo...? - indagou confuso. - Pode se sentar, pois já está quase tudo pronto para o café da manhã. - ele dizia ao esboçar um belo e cristalino sorriso entre os lábios.

Kardia

Assim que acabei de preparar os ovos mexidos, vim levá-los a mesa, após colocar em um prato, colocando também a garrafa de café. Logo depois, me sentei à mesa, junto de meu amado filho para iniciarmos o nosso café da manhã.

- Milo, meu filho, o que houve com você? Caiu da cama para ter acordado tão cedo assim...? - perguntei em tom de brincadeira. Logo comecei a rir e ele também, até que depois ele ficou sério, algo que me deixou confuso.

- Pai, eu acordei mais cedo do que de costume, pois irei à pizzaria e lanchonete, para tentar uma vaga de entregador. - ele explicava para mim, contendo entusiasmo.

- Milo, meu filho... Você não precisa se preocupar, pois com o que eu ganho dá muito bem para a gente viver. Você deveria se preocupar apenas com seus estudos. - expliquei sem entender esse seu estranho interesse por um emprego.

- Pai, não se preocupe, pois eu conseguirei conciliar tanto os estudos quanto o trabalho. E, além do mais, já passou da hora de eu trabalhar para ajudar o senhor...

- Meu filho, você não sabe o quanto você me deixa orgulhoso e feliz. - comentei orgulhoso. - Realmente, você é um filho de ouro. Espera um pouco, meu filho. Eu não desejava ter que cessar nossa conversa, porém é a ligação do chefe e eu preciso atender. - após isso, fui atender a ligação com calma. - Está bem, senhor Degel. Pode deixar, eu vou procurar nos livros de contabilidade, o porquê e para onde foi destinado essa quantia tão grande. Ok! Já estou indo, porém chegarei um pouco atrasado já que terei de pegar o metrô. Não, senhor Degel... Não há necessidade do motorista do senhor vir me buscar, pois não desejo incomodar o senhor e, nem o senhor Peter. - Eu falei agradecido por sua gentileza. - Milo, meu filho! Me desculpe... Depois mais tarde conversarmos, pois agora eu tenho que ir para o meu trabalho.

- Sem problemas, pai.

- Até mais, filho. E eu torço para que dê tudo certo para você. Abraços! - falei, saindo apressado para não chegar mais atrasado do que já chegarei.

Milo

Após ver meu pai saindo às pressas para poder ir trabalhar, eu retirei a mesa e, antes de sair, lavei a pequena louça que estava suja. Depois de eu terminar, ao ir à sala, peguei minha carteira e os documentos necessários para ir tentar a vaga, que tenho fé nos deuses já ser minha...

Ao sair de casa, tranquei a mesma, peguei minha bicicleta no quintal e segui até meu destino, chegando lá rapidamente. Porém, antes de chegar, quase fui atropelado por um louco filho da mãe que dirigia em alta velocidade. A praga do cara espirrou a água lamacenta na minha roupa nova e, se eu não fosse esperto iria morrer. O cara de nariz empenado sequer quis saber se eu estava bem.

Finalmente consegui chegar vivo e, não muito sujo ao meu destino. Por mal dos pecados, havia cinco rapazes na minha frente, porém alguns deles não passaram na entrevista e, eu, por milagre dos deuses, consegui preencher a todos os prés-requisitos para o trabalho, a qual já iria começar no dia seguinte...

Depois de acertarmos tudo, eu retornei a minha casa feliz da vida. As horas passaram e, eu fiz o almoço por volta das 13:30. Meu pai veio almoçar e, eu lhe contei a novidade, falando também do cara chato que quase me atropelou, percebendo que ele ficou um tanto assustado e preocupado.

Em seguida, ele me ajudou a retirar a mesa e, depois se despediu de mim, retornando para o seu trabalho.

As horas voaram e, eu segui para tomar um banho e me arrumar para ir à faculdade, optando por uma calça jeans clara e uma camiseta polo de cor vermelha, sem muita frescura.

Me vesti com as peças escolhidas, passei perfume e desodorante spray, pegando depois minha mochila. Após eu já estar completamente pronto, saí do interior do meu quarto e, ao sair de casa, novamente a tranquei, pegando minha bicicleta para ir para a faculdade.

Cheguei lá rapidinho, já que a universidade não é longe. Ela é bem grande e tem muitos alunos. Fui seguindo pelo corredor até esbarrar num cara, que logo veio com ignorância para o meu lado.

- Oh, seu cego dos infernos! Vê se olha por onde anda! - que cara grosso. - Está precisando de óculos, seu imbecil?! - dizia o idiota de cabelos longo e azulado para mim, que mais tarde descobri ser Camus Tierry. Pedi desculpas, porém ele continuou com sua grosseria, só parando ao ouvir o sinal tocar. Ele seguiu para sua sala e eu para a minha...

Coração bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora