Paris, França, domingo...
Degel
Acordei por volta das 8:30 — aliás, eu levantei da cama a esse horário, para poder tomar um banho e fazer minha higiene, pois nem dormir direito eu consegui, pelo fato de estar preocupado com Camus. Após ter tomado banho e ter feito a minha higiene, segui até a suíte do meu filho. Ele ainda dormia de forma profunda, pois foi medicado com fortes analgésicos, devido às dores que ele sentia.
Ao adentrar a sua suíte e vê-lo, dei graças a Deus, aliviado por ele estar vivo. Senti meus olhos ficarem marejados ao se encherem de água, que logo depois vieram se transformarem em lágrimas de dor, medo e tristeza — eu chorava, pensando que poderia ter perdido meu amado e filho único. Porém, em seguida tive que conter minhas lágrimas, pelo fato de vê-lo despertando. Já estando sentado sobre sua cama, com uma certa dificuldade, ele notou a minha parecença em sua suíte.
— Bom dia, pai. Que horas são? Ai, como dói meu braço e esse maldito tendão! —falava com as orbes já se marejando. Minha reação inicial foi ir até ele, na intenção de lhe abraçar, lhe dando um pouco de carinho, para amenizar um pouco de suas dores e sofrimento.
— Camus, bom dia! Eu imagino a dor que você esteja sentindo. Mas o mais importante é que você está vivo. Eu já falei com o doutor Howard e com o doutor Brian, um dos melhores fisioterapeutas de toda França. Ele vai cuidar de você junto de seu médico, o doutor Howard. — comuniquei, me mostrando otimista e tentando animá-lo.
— Pai, provavelmente eu terei que ficar muitas semanas ou até meses em casa. O pior é não poder ir para a universidade. — comentou desanimado. Eu tentei lhe animar, mas nossa conversa foi interrompida com alguém batendo na porta, fato que me fez ir até a mesma para ver de quem se tratava.
Ao abrir, vi ser Madelaine — a jovem moça veio me avisar que o café da manhã já estava posto a mesa. Eu a agradeci e disse que em breve estaria descendo para tomar o café, mas que antes eu ia esperar meu filho se arrumar para descermos juntos.
Logo depois retornei para o interior da suíte, para avisar meu filho sobre o café.
Camus
Após meu pai falar sobre o nosso café, o mesmo me ajudou a ir até o banheiro, me apoiando, enquanto eu tentava me equilibrar praticamente com a perna direita, já que a esquerda foi aonde eu sofri a lesão superficial, no maldito tendão. E como essa porra dói. Fora o braço engessado e as malditas escoriações que ardem.
Ao chegar ao banheiro, meu pai me ajudou a tirar minha roupa para tomar um banho e, em seguida ele me apoiou para eu fazer minha higiene.
Que raiva eu sinto por estar assim, tendo que depender do meu pai e de um enfermeiro que irá me ajudar, quando meu pai não estiver em casa.
Meu pai me ajudou a me enxugar e me trocar. Depois, ele me ajudou a descer pelo elevador, até chegar à copa para tomarmos o nosso café — passamos o domingo todo juntos.
Na segunda-feira, iniciei as sessões de fisioterapia — as mesmas durarão por semanas ou até meses. Saga ficou sabendo do acidente e veio me visitar todos os dias.
Eu disse ao meu amigo que ficarei por um tempo, sem ir à universidade. Ele reforçou para o reitor, o que meu pai já havia avisado antes, o motivo de eu ter que ficar um tempo sem ir para a faculdade. Saga me trás todas as matérias e diz que até o Adamastor perguntou por mim. Eu lhe perguntei o que falou para o petulante do Adamastor e, ele me explicou que contou toda a verdade sobre o acidente que eu sofri. Eu deduzi que Milo achou pouco e bom. Porém, Saga me contou que ele ficou preocupado e triste pelo o que houve comigo.
Eu me senti um pouco feliz, mesmo diante do que eu venho passando essas semanas e meses. Minha recuperação quase total foi logo após dois meses e meio. Por sorte, somos ricos e meu pai pagou os melhores e mais renomados profissionais, para cuidarem de mim.
Mas, mesmo tendo me recuperado por completo, fiquei com a sequela de sentir um pouco de dor no meu ombro direito e cotovelo. Isso ocorre todas as vezes que o tempo muda e, o mesmo acontece com meu tendão de Aquiles.
Dois meses, após Camus se recuperar, Empresa Tierry...
Kardia
— S-Saori, eu preciso falar algo bem sério para você. — eu disse, enquanto olhava fixadamente em seus lindos olhos azuis-claros. Fato que percebi ter lhe deixado surpresa e assustada ao mesmo tempo, pois ela arregalou as orbes azuis.
Saori
Enquanto Kardia me dizia que precisava falar algo sério comigo, senti meu coração bater acelerado e, um arrepio percorrer pela minha espinha, pois eu estava um pouco aflita.
— Com certeza, ele irá me falar que não sente nada por mim, além de amizade. — eu pensei triste. Ele se sentou ao lado de minha mesa e segurou minha mão direita entre suas mãos grandes e másculas.
— Saori, eu não estou aguentando mais esconder, muito menos reprimir o que estou sentindo por você. Eu não desejava vir me apaixonar tão perdidamente por você, da maneira que eu estou. Sei também que nós nos conhecemos a pouco mais de quatro meses. Porém, meus sentimentos por você são puros, genuínos e verdadeiros. — eu estava sem ração com o que ele dizia. — Não sei se você sente o mesmo por mim e eu entenderei perfeitamente se você recusar o meu pedido. — ele vai mesmo me dizer o que estou pensando? — Mas, mesmo assim, irei fazê-lo: Saori, você aceita namorar comigo?! — minha reação foi abraçá-lo e beijá-lo com amor e carinho. Lhe dei um beijo calmo e terno, mas repleto de paixão, amor e desejo. Ao cessarmos nosso beijo, ficamos nos olhando, ofegantes, até recuperarmos o fôlego. — Isso é um sim, minha Agapite?! — indagara, contendo um belo e cristalino sorriso entre os lábios perfeitos.
— Você ainda tem dúvida, Kardia?! — o beijei novamente. Depois, meu amor se despediu de mim e, seguiu rumo à sala de reuniões para a reunião que ele teria, junto de nossos chefes. Mas antes, ele me deu mais um beijo e disse que à noite iríamos comemorar o nosso início de namoro.
Já no final do expediente do nosso trabalho, Kardia e eu saímos juntos para um bom restaurante. O jantar estava uma delícia e, ficamos conversando e namorando um pouco. As horas passaram rapidamente e, as 21:00 horas, ele me deixou em casa, seguindo depois para a sua.
Milo
Confesso que me senti aliviado, pelo fato de Camus ter voltado à universidade. Só de pensar que ele poderia ter perdido a vida, me fez me senti extremamente triste. Porém, não sei ao certo se esse acidente serviu para mudá-lo, nem que seja um pouco.
Na verdade, pensei que nada faria esse cara mudar, o que me fez sentir muito mal, já que eu, de fato, estou gostando do Camus — só que eu não vou correr atrás dele.
Logo de cara, ele voltou para a universidade já me decepcionando, pois eu o flagrei transando com uma caloura. Ao ver tal cena, eu fiquei muito triste, pois pelo o jeito, ele continua sendo o mesmo traste, cafajeste e galinha de sempre...
Quer saber, Milo? Esqueça de vez desse cara. Ele nunca irar mudar e parar de tratar todos como brinquedos; Que quando perde a graça, ele descarta suas conquistas passageiras de forma cruel...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Coração bandido
FanficCamus Tyerri é um típico jovem francês que está cursando medicina, numa renomada universidade de Paris. Ele nasceu em berço de ouro, tendo tudo o que sempre desejou. Porém, mesmo com toda sua riqueza, boa educação e tudo do bom e melhor, cresceu se...