A triste despedida

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Uma semana após Camus ter alta no hospital, residência dos Adamastor, domingo 5:30 da  manhã quarto de Kardia...

Kardia

Acordei um pouco assustado devido ao sonho que eu estava tendo com Sara — no sonho, ela parecia estar se despedindo de mim. De repente, o meu aparelho celular começou a tocar insistentemente, e ao eu atender, a enfermeira que cuidava da minha ex-mulher me avisou que Sara havia acabado de falecer. E o pior é que a pobre coitada morreu envolta em dor. Logo após receber a triste notícia, em minha mente vinha um turbilhão de pensamentos sobre uma forma de contar ao meu filho sobre a morte da mãe.

Milo se sentirá arrasado e extremamente triste, ainda mais que essa semana meu filho ficou tão próximo da mãe. Quer dizer... Nós ficamos. Só de lembrar que ontem mesmo eu estive com ela, e que a mesma me pediu perdão pelo passado, isso me dói muito...

Flash Back On

— Kardia, eu sei muito bem o quanto eu errei com você e com o nosso filho... Por isso, antes de eu morrer preciso do seu perdão. Eu não descansarei em paz sem obtê-lo. — a pobre mulher dizia segurando as minhas mãos, e ela estava com os olhos cheios de lágrimas.

— Por favor, não diga isso, Sara. Você viverá muito ainda. — eu tentava fazê-la ser otimista.

— Eu não tenho mais tempo, por isso eu preciso do seu perdão. — afirmou quase a sussurrar.

— Eu não tenho nada para lhe perdoar, Sara. — falei com a voz embargada.

— Por favor... Diga que me perdoa. — suplicou entre as lágrimas.

— Por favor, não chore! Eu lhe perdoo. — soltei, tentando não chorar.

Flash Back Off

Logo após eu me desfazer de meus tristes devaneios, me levantei e segui até o banheiro, para fazer minha higiene matinal e me preparar para cuidar do funeral de minha ex-mulher, pois Sara só tinha ao nosso filho e eu.

Após ter feito minha higiene, me vesti de luto. Depois de estar preparado para o triste funeral, segui até a cozinha para preparar o café da manhã para o meu filho, e depois liguei para a empresa para avisar sobre o ocorrido. Com o café pronto, eu resolvi preparar uma bandeja com tudo o que Milo gosta, e levei até o seu quarto.

Ao entrar no mesmo, Milo ainda dormia; então eu coloquei primeiro a bandeja sobre o criado-mudo que estava vazio. Depois, fui em direção à janela para abrir as cortinas, fazendo a luz diurna adentrar ao quarto.

— Pai, que horas são? — Milo indagou, coçando os olhos.

— São 6:00 horas da manhã. — falei com um tom de voz contendo tristeza.

— Nossa, pai! Que bom que o senhor me acordou, senão eu iria perder a hora de entrar no trabalho. — ele falou ao se levantar da cama.

— Milo, espere! Eu preciso conversar com você. — avisei direto.

— Pai, está acontecendo algo grave, não é? Pois o senhor trouxe até o meu café na cama. O que foi?

— Sente-se, pois a notícia não é nada boa. — eu dizia, tentado formular as palavras certas para lhe avisar sobre a morte de sua mãe.

— O que foi? Vai! Desembucha, pois eu estou aflito. — soltou ao bagunçar as madeixas azuis de tom royal.

— Milo, infelizmente sua mãe nos deixou para sempre. Ela faleceu nessa madrugada. — contei já contendo lágrimas nos olhos.

Coração bandidoOnde histórias criam vida. Descubra agora