Gente, estou vindo aqui no início do capítulo para dizer que ele tem relatos de cenas muito sensíveis. Sugiro que quem não gosta de ler ou possuí o emocional mais suscetível, pule este capítulo ou comece a leitura a partir do primeiro corte de cena (os dois losangos pretos), pois pode conter gatilhos.
Eu estava presa outra vez, mas desta, certamente não sairia. Talvez nem mesmo a sorte estaria a meu favor.
Uma semana se passou desde o baile de cumprimento e o envenenamento não tão misterioso do rei. Para mim, era claro como a água do mar que Zen e as Sullivan haviam preparado uma armadilha.
Nesse tempo, fiquei detida até que Van John retornasse às suas atividades e desse início à convocação de um julgamento — que certamente fora manipulado por ele próprio e pelos famigerados conselhos dados por seu segundo filho.
— Majestade, eu posso tentar realizar um reconhecimento do veneno pirata. — pedi mais uma vez, ajoelhada forçadamente por guardas, enquanto estava de frente para o rei. — Talvez eu o conheça e consiga informações sobre um antídoto ou algo que retarde o efeito...
— CALÚNIA! — Bradou para os quatro cantos do salão e se levantou do trono. — Você é o único indivíduo dentro dessa Corte que armaria contra mim! Primeiro com o mapa e sua criada e, agora, o veneno! Sempre soube que Marie Anne estava errada ao deixá-la se infiltrar em meu palácio...
Meus olhos recaíram imediatamente para um Zen que continha um sorriso de divertimento bem sutil em seus lábios. No momento, não conseguia sequer medir o quanto a raiva se apoderava de mim a cada vez que eu tornava a observá-lo.
— Decreto Saphira como culpada por tentativa de assassinato da autoridade máxima do reino de Spéir, condenando-a à prisão por tempo indeterminado! — Van John apontou para mim, furioso. — Levem esta bruxa daqui!
Os guardas me levantaram bruscamente, puxando-me pela sobra da corda que prendia meus pulsos e me levando para a prisão no subsolo do palácio.
Desde então, passaram-se alguns dias até que ouvi alguns rumores vindos de guardas que o médico real classificou o veneno como nocivo a longo prazo, o que fazia o rei estar correndo risco pela possível grande quantidade ingerida.
No entanto, parece que ainda não se sabe acerca de algum antídoto ou em que circunstâncias Van John tomou o veneno. Somente os residentes do palácio sabem do tratamento e de suas reais condições.
O único fato concreto é que alguém o envenenou não só para me atingir. O rei corria perigo e a minha revolta era saber que o possível traidor estava debaixo do nariz dele, mas seria incapaz de vê-lo.
Enquanto toda essa barbaridade rolava por debaixo das tapeçarias luxuosas do palácio, estive aqui, presa injustamente e sendo torturada desde o dia em que fui declarada como culpada, quando, inclusive, tomaram a safira de mim.
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Spéir: O Porto dos Sonhos [Completo]
Ficção HistóricaSaphira vive como pode em meio às dificuldades enfrentadas pela sua posição social em Spéir, um farto reino irlandês do século XVI. Encontrada e criada por piratas celtas desde a infância, sua principal motivação é descobrir quem ela é com a única p...