Cap. 18

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- Madison P. O. V. -

Ao acordar percebo que estou na sala de Luke e automaticamente me lembro da noite de ontem. O loiro deitado sobre mim está abraçado ao meu tronco nu e quando me dou conta estou sorrindo.

Me repreendo internamente por esse ato quase que involuntário e de repente uma onda de arrependimento toma conta de mim. Mas o que foi que eu fiz?

Eu queria me levantar mas era quase impossível com todo aquele peso sobre mim. Passo as mãos nos seus cachos carinhosamente e o chamo.

— Luke — ele resmunga — Luke, levanta.

Ele não diz nada e apenas vira seu rosto para o outro lado.

— Lu... Precisa levantar.

— Não, Maddy... — murmura contra minha pele me fazendo arrepiar.

— Sim, Luke. Hope já deve ter acordado a muito tempo — solta um suspiro em reprovação e apoia seus braços ao lado do meu corpo se levantando.

Ele me encara por uns instantes e todo esse contato visual me faz queimar de vergonha depois que ele esboça um sorriso que me faz ter efeitos que eu não gostaria de ter agora.

— Será que você pode... — tenho certeza que estou com o rosto completamente corado.

— Claro — abre espaço e eu me levanto imediatamente a procura das minhas roupas para sair logo de perto dele.

Luke também se levanta e coloca a calça. Ele vai em direção as escadas e antes de subir volta a me olhar.

— Não ouse ir embora.

Não era fácil pra mim lidar com essa situação em que acabamos nos envolvendo. Não quero que ele crie expectativas, não quero que eu crie expectativas. Bom, ontem foi um deslize, um descuido. A partir de hoje tenho certeza que não vou permitir que isso aconteça novamente.

Naquela manhã, ou melhor, no que restava dela, nós tomamos um café da manhã como se nada tivesse acontecido, eu cuidei de Hope para que ele tomasse um banho e depois fomos para o hotel onde eu pude fazer o mesmo.

Já passava um pouco do meio dia quando finalmente almoçamos. Desta vez em publico, sem nos escondermos ou algo do tipo. Só um almoço entre amigos, sem preocupações.

Passamos a tarde visitando alguns pontos turísticos que de acordo com ele, eu "não podia ir embora de Los Angeles sem passar lá!". Foram passeios rápidos, porém incríveis! Eu me diverti muito aquela tarde, como a muito tempo eu não fazia.

— Já são seis horas! Ainda falta um passeio.

— Não acha melhor irmos embora? Hope já deve estar cansada, Luke — ele riu.

— Olha só pra ela — de fato parecia mais animada que nós dois juntos.

— Aonde vamos?

— Um lugar especial, você vai ver.

Foi uma viagem rápida de carro que não durou mais do que trinta minutos. Assim que chegamos, eu pude ver que era mesmo um lugar especial, pois me encantou no mesmo instante.

— Não acredito que me trouxe pra Santa Mônica! — eu não conseguia parar de sorrir, sempre quis visitar o píer, mas nunca aconteceu.

— Surpresa? — ele devolve o sorriso.

— Eu sempre quis vir pra cá, Lu. Como adivinhou?

— Na verdade você quem comentou comigo, quando a gente se conheceu.

— Não acredito, você se lembrou?! — ele da de ombros.

— Vamos, não vai querer perder o pôr do sol.

Pegou Hope no banco de trás que agora sim, estava bem cansada depois do passeio de carro. Luke mal a tirou do carro e ela já dormiu encostada em seu peito. Era uma das cenas mais fofas que eu já vi.

O lugar era mágico, as luzes, a energia, tudo. A luz do sol que se punha, trazia uma sensação de aconchego e eu não me cabia de alegria por estar lá.

Nós compramos algodão doce e nos encostamos ao parapeito do deque num canto vazio que conseguimos achar. Um bom lugar para assistir ao inesquecível pôr do sol de Santa Mônica é algo muito concorrido por lá.

— Se tivéssemos vindo mais cedo, teríamos pegado um lugar melhor.

— Esse lugar está ótimo, Luke — dei de ombros enquanto me deliciava no algodão doce que tinha um gosto nostálgico de infância.

— Era sua primeira vez aqui, queria que fosse perfeito.

— Está brincando?! Nada poderia melhorar isso aqui, olha essa vista, esse mar... E o melhor, um lugar exclusivo só pra gente — ele sorriu — nada poderia estragar isso aqui, Lu.

- Luke P. O. V. -

Ver a felicidade dela de estar alí me fazia feliz também.

Aquele fim de tarde maravilhoso me fez viajar. Por um segundo fechei os olhos para o mundo e apenas me concentrei em apreciar as companhias que eu tinha ali ao meu lado.

Hope dormia como um anjo. Os pequenos cachinhos louros balançavam com o vento e sua respiração era calma como o mar a nossa frente, naquele momento desejei que ela nunca crescesse, que fosse para sempre minha pequena, minha princesinha.

Maddy olhava para o céu como se nunca tivesse visto algo mais bonito antes. Os olhos castanhos da morena brilhavam refletindo todos os tons de roxo e laranja. Eu não conseguia mais vê-la apenas como uma amiga, e sinceramente, queria que ela também pudesse pensar assim.

— Lu, já sentiu que estava fazendo a coisa certa, mas depois percebeu que talvez não fosse o melhor a ser feito? — pergunta pensativa.

— Muitas vezes, o tempo todo na verdade.

— E o que você faz? Pra saber se está mesmo no caminho certo?

— De verdade, não tem como saber. Tem que fazer o que sua intuição sente.

Voltamos a ficar em silêncio e logo Maddy se volta para mim.

— Eu sei que estou fazendo o certo em pegar minhas coisas e ir embora, consertar a minha vida e encontrar a minha própria felicidade.

— E o que a sua intuição te diz?

— Minha intuição me diz que eu deveria te beijar agora.

— E por que não beija?

— Porque não vou conseguir seguir o caminho certo se te beijar — voltou a olhar o mar.

— Tudo o que eu mais queria era que você ficasse, Madison, mas se isso for custar a sua felicidade, eu vou ser o ultimo a te impedir de ir embora.

Ghost Of Past | LRHOnde histórias criam vida. Descubra agora