Cap. 17

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- Luke P. O. V. -

— Ah... É mesmo? Mas por que?

— Eu só vim pra cá por causa do Rick, Luke. Desde que nós terminamos eu moro em um hotel, não quero fazer isso pro resto da vida — explicou — e eu não conseguiria pagar algum aluguel com o dinheiro que eu ganho na loja. Aliás hoje foi meu último dia lá.

— Então você vai embora de vez?

— Não tem mais nada que me prenda aqui, Luke — senti meu coração se apertar dentro do peito e demorei para ter uma resposta.

— Eu entendo... — engoli seco pensando em algo mais para dizer mas a verdade é que eu jamais encontraria as palavras certas.

— Você pode me visitar quando quiser, eu vou estar apenas a algumas horas de distância — ela sorri e eu apenas devolvo o gesto.

— Vamos voltar, tá ficando muito frio aqui.

Voltamos para dentro da casa e cada vez mais garrafas eram abertas.

O tempo todo eu só conseguia pensar no fato de que ela iria embora e de que talvez demorássemos a ter um momento como esse novamente. Na verdade, meu medo maior é de que nós nos afastemos.

— Eu vou sentir saudades daqui — ela diz — não foi o melhor lugar onde eu já morei, mas pelo menos me trouxe algo de bom — sorriu.

— Queria ter feito as coisas de um jeito diferente, sabe, talvez tivéssemos passado mais tempo juntos. Você nem conheceu meus amigos ainda.

— Eu teria feito o mesmo no seu lugar Lu, não se sinta mal. Nós ainda vamos ter muito tempo juntos — passou a mão no meu rosto.

Tentei segurar ao máximo a vontade que eu tinha naquele momento, mas aos poucos se tornou algo mais forte que eu.

Comecei a me aproximar e já estava perto o suficiente para sentir sua respiração batendo contra meu rosto, mas antes que eu pudesse fazer o que tanto queria ela me para.

— Luke... — segurou meus ombros — não.

— Eu... Vou na cozinha pegar mais uma garrafa — me afastei — vai querer também?

— Não, obrigada.

- Madison P. O. V. -

Ele não tinha esse direito. Ele simplesmente não tinha o direito de entrar na minha vida e causar essa confusão toda nos meus sentimentos, não quando eu tinha certeza de que nossa amizade voltaria ao normal agora.

Eu tentei ao máximo evitar que isso surgisse dentro de mim, ainda mais agora que a minha vida está um verdadeiro caos.

Algo me disse que isso aconteceria, mas eu não vou estragar a nossa amizade por pura bobagem, uma vez que já cometemos esse erro.

Talvez o melhor a fazer fosse ir embora e fingir que esse momento jamais aconteceu, e é exatamente o que eu vou fazer.

— Luke, eu tenho que ir — disse assim que ele voltou.

— Mas agora? Por que você não passa a noite aqui? Não deveria dirigir.

— É melhor assim, eu to bem — talvez não tanto quanto eu pensava, mas eu precisava ir agora se não quisesse levar tudo por água abaixo.

Juntei minhas coisas e ele me acompanhou até a porta.

— Desculpa... sabe, por tentar... — ele diz meio sem jeito mordendo o canto dos lábio, é um hábito de nervosismo pelo que já percebi.

— Tudo bem, Lu, vamos só esquecer isso, ok? — dei um abraço nele.

— Te vejo amanhã? Quer dizer, você ainda quer sair comigo, né?

— Claro Luke, amanhã a gente se fala — me despedi e fui para o meu carro encarando minhas mãos segurando o volante. Mas o que é que eu estava fazendo?

Eu estava desnorteada demais para dirigir para qualquer lugar que fosse, não tinha a mínima chance disso acontecer, não quando eu mal conseguia colocar a chave na ignição.

Merda o que eu ia fazer agora? Não posso voltar para o hotel nessas condições, muito menos voltar lá para dentro depois do que aconteceu, bom, quase aconteceu.

Por que isso agora? Logo agora que eu estava indo embora e nossa amizade estava indo tão bem. Só me resta rezar para que isso seja culpa do álcool.

De qualquer forma, eu não estava com a mínima condição de dirigir. Desci do carro é voltei para a porta da casa de Luke tocando a campainha esperando que ele ainda estivesse acordado.

Foram longos minutos de espera, tentando decidir entre tocar novamente a campainha ou voltar para o carro, mas antes que eu escolhesse qualquer uma das opções, Luke me deixa sem reação quando aparece na porta.

— Luke... Não consigo dirigir... — desviei os olhos para o carro — posso dormir aqui?

— Entra — ele ri e abre espaço.

Ele fecha a porta depois que eu entro mas eu ainda não consegui dar mais nenhum passo. Luke fica me encarando por alguns segundos esperando alguma reação da minha parte e inesperadamente a única coisa que eu fiz foi me agarrar em seu pescoço e beija-lo com toda a vontade que senti naquela hora.

No primeiro momento, se afastou e me olhou buscando alguma explicação, mas a verdade é que nem mesmo eu conseguia explicar aquilo, por isso tudo o que eu fiz foi retomar o beijo e dessa vez com mais intensidade. Luke não pareceu se importar, muito pelo contrário, as mãos dele se divertiam no meu corpo e fiz questão de me entregar a todos os toques.

Quando me dei conta, já estávamos no sofá dele, onde às pressas, as nossas peças de roupa eram retiradas e jogadas no chão.

Alguma parte do meu subconsciente me dizia o quão errado aquilo era te tantas formas, mas eu ignorei todo e qualquer pensamento e me entreguei por completo ao momento.

Não me importei se ia ou não me arrepender amanhã, não me importei se iria culpar a bebida, e também não me importei se aquilo poderia estragar nossa amizade. Não me importei com nada.

Ali, só me importavam eu e ele.

Ghost Of Past | LRHOnde histórias criam vida. Descubra agora