Cap. 11

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- Luke P. O. V. -

Eu e Madison começamos a conversar e eu acabei contando a minha história a ela, sobre como eu tinha chegado até aqui.
    
— Nossa... Eu... Não pensei que pudesse ser por esse motivo.

— Essa é a primeira vez que saio de casa pra me divertir e olha como a minha noite acabou.

— Chorando com uma estranha no estacionamento — nós demos risada — o meu problema parece bem pequeno perto do seu...

— Uma amiga me disse uma vez que o meu sofrimento não vale mais do que o dos outros. Foi péssimo de ouvir aquilo, principalmente porque é verdade.

— Faz sentido... Nós nunca sabemos o que tem dentro de cada um pra julgar a forma como se sentem. Esse é o grande mal das pessoas...

— Eu tenho olhos sobre mim o tempo todo, observando cada passo meu pra me intitular uma má pessoa no primeiro tropeço que eu der. As vezes é muita pressão pra aguentar sozinho.

— Essa é a sua maior insegurança, não é?

— No momento, eu diria que sim.

— Então somos dois... — completei o copo e continuamos bebendo.

— Foi mal...

— Pelo que?

— Eu fiquei aqui falando da minha vida e nem te deixei falar o por que tava chorando.

— Eu só tive uma discussão com o meu namorado, não foi grande coisa.

— Mas o que houve?

— Ele só... Fala as coisas sem pensar as vezes. E nem sempre eu to preparada pra ouvir — voltamos a ficar em silêncio.

— Quer ouvir uma música?

— Por que não... — deu de ombros.

Abri meu carro e a chamei para entrar. Madison se sentou no banco ao meu lado e colocou os pés sobre o painel me fazendo rir da atitude.

— O que você sugere? — perguntei.

— Me surpreenda — ela sorriu.

Ela não me conhecia como artista, nem sequer sabia que eu fazia parte de uma banda, o que era uma ótima oportunidade de fazer uma amizade com alguém pelo que eu sou realmente além de fama.

— Vou por pra tocar uma banda que eu gosto bastante e você me diz o que acha — sincronizei meu celular com o rádio e logo se podia ouvir as melodias dentro do carro.

— Parece interessante, que banda é essa?

5 Seconds of Summer.

Fala sério, esse nome é péssimo — ela riu.

— Ei, não é não! As pessoas subestimam muito eles, principalmente pelas músicas mais antigas que não são as melhores, mas você vai descobrir que não muito bons.

— Tudo bem, podemos dar uma chance ao 5 Seconds of Summer.

Depois de acabar com uma garrafa inteira de vodka e ouvir dezenas de músicas dos mais diferentes artistas possíveis, já estava quase amanhecendo.

— Não acredito que ficamos aqui a noite inteira.

— Nem eu... Já são 5:00 da manhã, eu preciso ir, já to ficando com sono — abriu a porta do carro e saiu — valeu Luke, foi legal te conhecer.

— Eu que agradeço, eu não me divertia assim a meses.

Ela sorriu e entrou no veículo ao lado. Fiquei observando ela ir embora até que me lembrei de algo importante.

Eu não estava tão bêbado assim, afinal.

— Madison? — corri até ela antes que desse partida.

— Sim?

— Seu telefone... Me passa? — perguntei meio sem jeito — ah e eu to sem bateria.

— Relaxa, eu devo ter uma caneta em algum lugar... Aqui!

Ela tirou uma caneta no porta luvas, anotou seu telefone em um guardanapo que achou e me entregou.

— Se quiser sair pra almoçar qualquer dia desses, é só entrar em contato — assenti.

E assim foi embora me deixando sorridente.

Eu estava feliz por tê-la conhecido. Desde o começo ela se mostrou confiável e sincera, tenho o pressentimento de que seremos grandes amigos.

***

Acabo de chegar em casa e tento fazer silêncio para não acordar ninguém. Vou até meu quarto onde minha mãe e Hope dormiam tranquilamente.

Peguei algumas coisas e desci até o quarto de hóspedes onde tomei um banho e adormeci até que o barulho das panelas e o cheiro do almoço me acordassem.

Ao ir até a sala a primeira coisa que vejo é Hope cercada de almofadas assistindo a um desenho.

— Oi princesinha, fizeram isso pra você não fugir, foi? — ela sorriu — vamos lá ver o que a vovó tá fazendo pro almoço.

Peguei ela no colo e fomos para a cozinha onde minha mãe preparava uma Lasanha, meu prato preferido.

— Olha só quem acordou... Se divertiu bastante pelo jeito.

— É, eu me diverti sim — o que não deixava de ser verdade.

— Fico feliz com isso querido — ela sorriu orgulhosa — vamos focar no nosso almoço? Você sabe que vou embora hoje.

— É... vou morrer de saudade — a abracei mais uma vez.

— Você sabe muito bem que podem me visitar quando quiserem, aquela casa ainda é sua, Luke.

— Claro que eu sei mãe, e eu pretendo ir pra lá assim que minha vida voltar ao normal.

Nós tivemos um almoço agradável e tranquilo. Eu ajudei minha mãe a lavar a louça e à tarde eu também a ajudei a terminar de arrumar as coisas dela e quando já estava escurecendo a campainha tocou.

— Oi gente — dei passagem para entrarem.

— E aí Luke, viemos nos despedir da tia Liz.

— Chegaram bem na hora, o táxi pro aeroporto já vai chegar.

Eles entraram e se despediram da minha mãe e quando o táxi chegou fui com ela ajudar a colocar as malas no carro.

— Tchau filho, mamãe vai sentir muito sua falta! — me abraçou apertado — me promete que você vai ficar bem meu amor?

— Eu prometo mãe, obrigado por tudo, já to com saudades, principalmente da sua comida — nós demos risada.

— Quando você menos esperar eu volto, mas quero te ver lá primeiro!

— Pode deixar.

— E você trate de cuidar bem da minha neta, viu? Se não eu volto pra buscar ela e levar comigo até Sidney! — eu ri — olha, e eu quero que você me mande foto de tudo o que ela fizer de novo.

— Tudo bem mãe, vou mandar foto, fazer facetime... Pode ficar tranquila.

— Agora eu preciso ir amor, fica bem.

E assim ela entrou no táxi voltando a vida dela depois de passar meses comigo só para ter certeza de que eu e Hope ficaríamos bem.

É, eu tinha a melhor mãe desse mundo.

Ghost Of Past | LRHOnde histórias criam vida. Descubra agora