trinta e oito¡! ♡

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Mesmo sendo algo simples, vejo que foi feito com muito carinho. Uma cortina rosa que tem pendurada uma foto minha impressa. Na mesa, o bolo, os salgadinhos e os docinhos. Ao lado esquerdo dois balões de números dois e um formando a minha idade.

Steven, minha mãe e meu pai vem ao meu encontro dando um abraço em conjunto. Lele não quis ficar de fora, então se enfiou no meio de nós. Logo depois meu trio de melhores amigas
aparecem e também me dão um abraço. A essa altura já não consigo mais evitar as lágrimas.

Depois de receber felicitações, me encaminho até a mesa. Jenni acende as velas. Em um coro, o pessoal começa a cantar parabéns. Lele puxa a barra da minha blusa pedindo colo. A pego nos braços fazendo com que a mesma fique à vista de todos ali. Ao fim da canção, Sabina me impede de assoprar as velas. Olho para ela confusa.

— Faça um pedido antes.

Fecho os olhos e penso no show do Five Night. Espero ir com minha filha quando vierem para cá novamente. Assopro as velas com a ajuda de Lele e Steven. Palmas e assobios, por Bailey, são ouvidos.

Ajudo minha mãe e Jenni a servir os convidados. Dou o primeiro pedaço para Lele que fica muito feliz. Ao terminar, me escoro na mesa e observo rapidamente as pessoas naquela sala. Esse é um dos melhores aniversários que já tive.

Depois de um tempo, vou até Bailey que está na frente da casa, sentado na calçada comendo o terceiro pedaço de bolo. Dou uma risada vendo isso. Haja malhação no dia seguinte. Me sento ao seu lado e como provocação, pego o brigadeiro de seu prato.

— Ei, isso é meu!

— Não é mais. — coloco o doce na boca e mastigo.

— O que eu fiz para você? Primeiro me bateu e agora comeu meu brigadeiro.

— Estou fazendo isso pela Laura.

Vejo sua expressão mudar ao ouvir o nome da namorada. Tocar nesse assunto o afeta. Ótimo! Preciso abrir seus olhos.

— Sabina me contou sobre a traição. Você tem noção do quanto ela vai sofrer quando souber?

— Não vai saber se não contarem.

— Hã? Bailey, se você tinha consciência de que não iria ser fiel, por que aceitou namorar com ela? A Laura não merece isso.

— Chega, Sina! — ele grita me fazendo pular de susto. — Eu não preciso de mais uma pessoa me dando sermão. Deixe que da minha vida cuido eu. E aliás, sabe o que eu acho? Que você e a Sabina deveriam arrumar alguém para me deixarem em paz.

E saiu pisando forte. Boquiaberta, fico pensando no que acabara de acontecer. Se pensa que vai fazer a Laura de idiota, ele está muito enganado. Deixo os pensamentos de lado quando a minha pequena vem até mim me puxando para dentro. Jeky estava à minha espera.

— Sina, eu preciso que venha comigo.

— Para onde?

— É... — ela aperta as mãos nervosamente. — Meu primo chegou hoje de Natal e quer que eu o vá buscar no aeroporto. Vamos comigo, por favor.

— Mas eu tenho que ajudar minha mãe a guardar as coisas e...

— Não se preocupa com isso. A Mona e a Jenni vão ajudar.

— Então ok.

— Posso ir tumbém?

Deve. — ela bagunça o cabelo da mais nova. — Vai se arrumar.

— Que? Minha roupa não está boa?

— Não. — ela fica pensativa por um minuto. — Está sujo nas suas costas, agora anda logo.

Franzo a testa tentando entender o porquê disso. Só iríamos até o aeroporto. Pego na mãozinha de Lele e a puxo para o banheiro. Depois de banhá-la e deixar no quarto se vestindo, vou para o chuveiro. Enquanto a água fria cai sobre minha cabeça, me permito pensar nos últimos acontecimentos.

Sou trazida de volta quando ouço batidas violentas na porta. Me enxugo e abro me deparando com minha amiga encostada na parede de braços cruzados. Reviro os olhos indo em direção ao armário. Pego uma blusa cropped, uma jaqueta, calça jogger, e por fim tênis branco.

Jeky desaprova meu look, está evidente em seu rosto, mas fica calada, o que eu entendo como "se quiser ir com isso o problema é seu". Ela avisa que vai me esperar lá fora com Lele e daí murmurando palavras que não me dei o trabalho de ouvir.

Já era por volta das 19:30h quando chegamos ao destino. Saio do carro totalmente confusa pois não estamos no aeroporto. Me viro para ela que está controlando um sorriso. Jeky me oferece um embrulho pequeno e fino, parece um marcador de texto.

— Eu, Mona e Jenni nos juntamos para comprar para você. — ela me abraça. — Feliz aniversário.

Abro com cuidado e quase caio para trás quando vejo do que se trata. As lágrimas brotam em meus olhos rapidamente. Lele se segura em mim e fica na ponta dos pés para visualizar meu presente. Puxo a garota a minha frente para outro abraço, enterro meu rosto em seu ombro e choro descontroladamente.

UNEXPECTED LOVE ↯ noart [parte um]Onde histórias criam vida. Descubra agora