quarenta e cinco¡! ♡

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Noah.

Ao fim do show, fomos diretamente para o camarim. Sofya se joga no sofá totalmente exausta. Krystian pega seu celular e dá uma olhada nas redes sociais. Joalin corre até a mesinha dos quitutes e pega pão de queijo. Shivani se senta na penteadeira e olha sua imagem no espelho. Já eu troco a camisa, já que essa está um pouco suada.

— O show foi um sucesso.

— E um dos mais comentados no Twitter.

— Estou tão feliz. — comenta Sofya. —
Foi, sem dúvidas, um dos melhores shows que já fizemos.

— Vou mandar ligar para a minha mãe e contar como foi. — Shivani sai da sala com o celular em mãos.

— Também vou ligar para a dona Urrea, mas só vou depois.

— Jo, você está quieta. Aconteceu algo? — pergunta Krys.

— Não, é só cansaço.

— GENTE! — Heyoon abre a porta abruptamente com um sorriso no rosto. — Vocês arrasaram hoje, estou orgulhosa!

— Nossa... Quanto entusiasmo!

— Pois é. Recebemos inúmeros elogios. — ela coloca as mãos na cintura. — Agora se preparem. Vamos começar o meet & greet, depois vamos jantar.

— Pode deixar, capitã.

Faço uma referência arrancando risadas de todos. A coreana dá cinco minutos para nos prepararmos. Vou até Joalin e faço uma massagem em seus ombros. Ela fecha os olhos aproveitando o momento. Sofya faz uns stories agradecendo pelo show de hoje. E Krys sai, acredito que foi ao banheiro.

Depois de um tempo somos chamados. Quando vi os fãs na fila acenei para eles. O lugar onde organizaram isso era próximo à entrada/saída da casa de show. Ou seja, tinham pessoas do lado de fora vendo tudo pelas janelas.

Joalin parou no caminho para dar entrevista, visto que o pessoal da impressa não nos deixava em paz. Em seguida veio se juntar a nós. A fotógrafa já estava em sua posição aguardando. Heyoon se colocou ao seu lado e começou a puxar papo com um segurança. Uma moça vem até nós, ela nos orienta a somente dar um rápido abraço e tirar a foto. Não podemos conversar com eles para não estender muito, afinal já são mais de 22h.

O primeiro fã se encaminha até nós com um sorriso enorme. Abraça a cada um e se põe no meio, ficando entre Sofya e Joalin. Ele pede que as duas beijem seu rosto para foto. Ficou bem fofo, admito.

A próxima foi bem mais ousada e tentou beijar Krys na boca. De longe deu para ver o quanto ele ficou desconfortável. Achei isso uma tremenda falta de respeito, tanto que nem me atrevi a sorrir para a câmera. Eu amo os fãs, mas agir dessa maneira não é legal.

Alguns foram bem carinhosos, chegaram a nos presentear com cartinhas, livrinhos com motivos pelo quais nos amam (esse foi o meu preferido), camisetas com frases ditas por nós ou referências, funkos nossos (Krys ficou apaixonado pelo bonequinho dele) entre outros. Até o momento atendemos vinte pessoas.

A próxima da fila estava com uma criança. Ao colocá-la no chão, a menininha veio correndo em minha direção. Eu também corri ao seu encontro e a peguei no colo. Ela colocou seus bracinhos em volta do meu pescoço me abraçando forte. Fechei os olhos envolvido totalmente naquele momento.

A organizadora tocou meu ombro e apontou para o meu lugar. Dou um sorriso sem graça para ela enquanto vou ainda com a pequena nos meus braços. Me ponho ao lado de Sofya e agacho um pouco para que sua irmã saia na foto. Após a foto, me viro para a jovem que tenta tirar a menina dos meus braços.

— Helena! — ela tenta puxá-la para si mas é em vão. — Acabou nosso tempo, filha.

Espera! O que ela disse? Pisco os olhos diversas vezes tentando assimilar suas palavras. Eu não estava preparado para isso. Desvio minha atenção da loira sapeca e levanto o olhar para a sua mãe. Meu Deus, é tão estranho dizer isso! Observo cada detalhe de seu rosto. De fato, é uma moça muito bonita.

Ela suspira e passa a mão no cabelo impaciente. As pessoas na fila começam a reclamar da demora. Me viro para os meus quatro amigos pedindo socorro com o olhar. Eles simplesmente dão de ombros e cruzam os braços observando a cena. O mais engraçado disso é que teve sincronia.

Com cuidado, desço até o chão com ela ainda agarrada a mim e fico agachado. Solto uma risada e apoio minhas mãos nos joelhos. Em momento algum ela me largou, pelo contrário, pressionou o rosto na curvatura do meu pescoço. Sua... mãe está de cabeça baixa, provavelmente com vergonha.

Penso em algo que crianças gostem e só vem uma coisa na cabeça. Era o que eu sempre pedia à minha mãe quando era menor. Certo, chegou o momento de falar o idioma que fiquei anos tentando aprender. Acredito que não esteja cem por cento perfeito mas dá para entender alguma coisa.

— Ei pequena. — ela não responde. — Quer tomar sorvete comigo depois daqui?

— De cocolate?

Sim, posso pedir de sobremesa depois de jantarmos.

— Eu quelo!

Certo, mas só vou dar se me soltar.

Dircupa, équi eu quelia passar mais tempo cum vucê.

UNEXPECTED LOVE ↯ noart [parte um]Onde histórias criam vida. Descubra agora