cento e trinta e dois¡! ♡

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Sina.

Uma semana havia se passado e eu ainda não tinha conseguido um emprego. Eu sei que devo ter paciência, mas a comida já está acabando e não tenho coragem de pedir um empréstimo para os meus pais. Até hoje não tive contato com a família May, e isso de certa forma me deixa triste pois eles me ajudaram quando precisei.

Meus dias só não têm sido um completo tédio porque estou gravando covers. Não pretendo postar mas é divertido estar na frente das câmeras cantando minhas músicas favoritas. Com esse tempo livre pude também adiantar algumas lições e trabalhos da faculdade. Pelo menos com isso eu não me preocupo.

Também me aproximei ainda mais de Joel. Ele ainda não se declarou mas percebi que está interessado em mim. Não sei se um relacionamento com ele seria bom agora. Estou tão confusa. Noah esteve em meus pensamentos durante todo esse tempo, e por mais que eu tente colocar na cabeça que é somente meu amigo, não dá.

O hate continua, e está mil vezes pior depois do fim do namoro deles. Joalin chegou a postar um vídeo em seu canal no YouTube dizendo que entre ela e Noah só existe amizade. Às vezes tenho que me conter para não desabafar no Twitter e isso gerar ainda mais problemas.

Com esses dias de "folga", conversei com minha mãe a respeito de uma viagem. Sempre quis conhecer o Rio de Janeiro. Ela disse que veria com a tia Amanda, que por sinal é rica e mora em um dos apartamentos de frente para o mar. Estou ansiosa pela resposta.

Já são por volta de 17h e estou me preparando para buscar a minha filha quando escuto batidas na porta. Ué, Joel já veio? Ele disse que iria aparecer só daqui uma hora. Pego minha bolsa e vou até a entrada. Um sorriso brota em meus lábios quando vejo de quem se trata.

— SABINA! — corro até ela dando um forte abraço.

— Tive que vir já que você nunca mais deu as caras.

— Desculpa não ir te ver. Estou tão ocupada esses dias.

— Eu já imaginava isso, então aproveitei para buscar a pequena.

— Obrigada amiga, você é um anjo.

— Mamãe, vô tumá banho. — diz Lele entrando.

— Pode ir, a toalha já está lá.

— Nossa, esse pingo de gente já toma banho sozinha?

— Ela quis aprender. Disse que é para crescer mais rápido.

— Não julgo, eu era do mesmo jeito. — rimos. — Mas então, me conte as novidades.

— Ah, nada de interessante. Só que eu ainda estou procurando emprego. Estou mais próxima de Joel e...

— Como assim mais próxima?

— Ah, estamos nos conhecendo.

— Ainda? Está para nascer alguém mais lerda do que você. Faz duas semanas que estão "se conhecendo" e nem uma bitoca deram?

— Por Deus, Sabina. Quem fala bitoca?

— Não desvia o assunto. Afinal, o que você está esperando? Um sinal de Deus?

— Talvez.

— Ah, claro! Até porque Ele vai aparecer entre as nuvens e dizer: Sina Deinert, beije essa boca agora. — ela diz tentando fazer uma voz masculina.

— Você me entendeu.

— O que você precisa é de atitude. Quando ele vem aqui?

— Hoje, daqui uma hora. Vai me levar para jantar e depois para a faculdade.

— É um ótimo momento para dar o primeiro beijo.

— Doida! — jogo uma almofada nela.

— Sou mesmo.

— Não posso fazer isso, Sabi.

— Por que? — lanço um olhar culpado para ela. — Noah? Sério?

— Eu estou tão confusa.

— Olha, eu sei que ele terminou com a fulana lá, mas seria terrível você ter algo com ele. As coisas para o seu lado só iriam piorar.

— Acha que eu não sei? Infelizmente não consigo mandar no que sinto.

— Eu sei como é, mas talvez beijando o Joel isso mude.

— Duvido muito.

— Assim fica difícil te defender, amiga. — rimos.

— Quer alguma coisa? Suco, café, refrigerante?

— Aceito suco.

— Qual sabor? Tem de maracujá, laranja, acerola...

— Acerola.

Me levanto indo para a cozinha. Enquanto pego a jarra na geladeira ouço a voz da mexicana lá da sala. Provavelmente está mexendo nas minhas coisas em cima da mesa, o tripé e a câmera.

— O que estava fazendo antes de nós chegarmos?

— Gravando covers. — digo já de volta com o copo na mão.

— O QUE? — grita. — E você vai postar?

— Eu não. Só iria ter comentários ruins no vídeo.

— Mas também abriria possibilidades para você. Imagina se alguma gravadora visse isso, te chamaria na hora.

— Seria ótimo, mas não, obrigada.

— Você é uma chata, sabia?

— Mamãe, vem mim ajudar. — grita Lele do banheiro.

— Já volto.

Fico de pé novamente e vou até minha pequena. Ela molhou todo o  banheiro com água. Seus fios estavam unidos e cheios de sabão. Isso mesmo, ela passou sabonete no cabelo. Conto de dez para baixo tentando me acalmar. Queria gritar, brigar, dar uma correção nela, mas tudo o que eu fiz foi banhá-la e tirá-la dali para que eu pudesse limpar tudo.

UNEXPECTED LOVE ↯ noart [parte um]Onde histórias criam vida. Descubra agora