noventa e sete¡! ♡

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Sina.
{Dia seguinte, terceiro dia da banda em Pernambuco}

Durante o caminho até a creche, eu e Lele estávamos cantando algumas música do Five Night. Amo esses momentos que passo com ela. Me sinto mais leve e esqueço um pouco todo esse caos em que se encontra minha vida. Já perto do nosso destino, vejo a pedagoga de braços cruzados aguardando nossa chegada, e pela sua expressão séria, tem algo errado.

— Bom dia, dona Vera.

— Ela não conversou com você a respeito de sexta-feira, não é?

— Ah! — dou um tapa leve na testa. — Eu estava preocupada com tantas coisas que acabei esquecendo.

— Bom... — ela alterna o olhar entre nós duas. — Me acompanhe até o escritório.

Nem tive tempo de dizer alguma coisa, a mulher já tinha entrado. Decidi segui-la ainda de mãos dadas com Lele. Percebi o quanto minha filha estava nervosa e isso me deixou um pouco inquieta. O que houve para deixá-la nesse estado? Vera deixa a porta de sua sala aberta para mim e se senta apontando uma das cadeiras em frente à sua mesa, indicando meu lugar.

— É tão grave assim?

— Sina... — ela cruza os dedos sobre a mesa. — A sua filha brigou com um colega.

— O que? — encaro Lele que permanece de cabeça baixa. — Por que?

— Ela não quis me falar o motivo.

— Como foi essa briga?

— Ela empurrou o menino do balanço. Graças a Deus ele caiu de joelhos. Imagina se fosse com o rosto no chão.

— Meu Deus! — digo um tanto desnorteada.

— Espero que isso não volte a se repetir.

— Eu não entendo... Helena nunca foi agressiva.

— Muito menos eu. É a primeira vez que a vejo dessa forma.

— Não irá acontecer novamente. — digo decidida. — A senhora pode nos dar licença? Preciso ter uma conversa séria com ela.

— Claro.

Após a saída de Vera, me levanto me acalmar respirando fundo. Me viro para Lele com as mãos na cintura. Em nenhum momento ela levantou o olhar para mim. Está envergonhada pelo ocorrido.

— Por que fez isso? — silêncio. — Helena, estou falando com você.

— Hum? — é só o que pronuncia sem me olhar nos olhos.

— Me conte o que aconteceu.

Num quelo.

Isso não é um pedido, filha.

Vucê vai ficar tliste.

Por que? — me agacho para ficar da sua altura. — Me diga.

— O Igor tava mim ilitando. Ele dissi que vucê é uma... — deixa a frase morrer.

— O que ele disse sobre mim?

— Uma palava muito feia. Tumbem dissi que foi a mamãe dele que dissi.

Merda! Imagino que isso se deva a notícia de que eu sou amante do Noah. Não me importo com esses comentários, mas é óbvio que isso afeta Lele. Me sinto um lixo nesse momento por ela ter sido envolvida.

— Escuta. — sento na cadeira ao seu lado. — As pessoas são cruéis as vezes e não há nada que possamos fazer. Ignorar é a nossa única opção.

— Mas ele falou mal de vucê.

Mesmo assim. Nada se resolve com violência.

Dircupa, mamãe.

— Não faça mais isso, certo?

Ela assente abaixando a cabeça novamente. Tiro a mochila de seu colo e a pego nos braços. Uma lágrima solitária rola pela minha face enquanto abraço a minha filha. Odeio essa situação. Eu sabia que era errado me envolver com uma pessoa famosa, mesmo sendo só amizade. Que idiota, Sina. Você é uma idiota!

Após alguns minutos a solto e limpo ao redor dos meus olhos. Dou um sorriso fraco para ela que não retribui, ao contrário, fica preocupada com minha cara de choro. Digo para ir que irei ficar bem. Mentira! Com certeza, vou passar o dia pensando nisso e à noite irei chorar. É tudo culpa minha. Fui burra antes e estou sendo agora. Eu preciso consertar isso e vai ser agora.

UNEXPECTED LOVE ↯ noart [parte um]Onde histórias criam vida. Descubra agora