UNEXPECTED LOVE ↯ noart [parte um]

cinquenta e oito¡! ♡

Noah.

Não consegui dormir. Passei a noite em claro pensando na Sina e na Helena. Como pude me apegar tão rápido à elas? Nunca agi assim com nenhum fã antes. Me viro para um lado, para o outro, mas na minha mente só vem a imagem delas duas. Eu estou muito fodido!

Me levanto da cama indo em direção ao banheiro. Molho o rosto e fito minha imagem refletida no espelho. Solto um longo suspiro ao lembrar da noite anterior. O quão próximos estávamos depois do abraço. Se não fôssemos interrompidos eu teria feito merda.

É então que me lembro de Any. Nos conhecemos no último ano da escola. Acabara de perder os pais e decidira sair do Brasil logo após o fatídico acontecimento. No início era isolada, até que decidi fazer amizade com ela. Depois de meses vim perceber que estava tendo sentimentos pela mesma e ao ver que era mútuo, abri o jogo. Desde esse dia estamos juntos. Minha família a amou desde o primeiro instante. A mesma coisa com nossos amigos.

Porém de uns tempos para cá notei que o nosso namoro não é mais o mesmo. Claro que eu a amo mas não na mesma intensidade de antes. Na festa do Evan foi a primeira vez que disse isso em voz alta. O pior é que eu me sinto horrível por isso. Eu não a mereço.

Ouço passos próximos à porta então esfrego as mãos no rosto para despertar. Levanto o olhar e Krystian está escorado na porta de braços cruzados. Ele notou que estou preocupado com algo mas mesmo assim permanece calado. Pego a toalha que estava ao seu lado e vou para o box e tomar um banho rápido. Enquanto tiro meu short e ligo o chuveiro, ouço sua voz baixa do outro lado.

— Seja lá o que estiver acontecendo, saiba que você pode contar sempre comigo. — fico em silêncio. — Eu tenho visto que você anda preocupado ultimamente. É por causa da Any?

— Como você sabe que tem a ver com ela?

— Noah, você mudou muito em relação à ela. Antes era Any isso, Any aquilo. Agora nem tocar no nome dela você faz mais.

— Eu sei. — digo em voz baixa. — Não sinto mais o que sentia antes.

— E já conversou com ela a respeito?

— Não tenho coragem.

— Certo. — ele suspira. — Não irei te pressionar como a Joalin fez, mas pensei cara... Isso não é justo com ela.

— E você acha que eu não sei? — abro a porta, pego a toalha e enrolo sobre a minha cintura. — Estou cansado dessa situação.

— Você tem medo.

— O quê?

— Não quer perder o relacionamento que construiu com ela. É compreensível.

— Eu acho melhor você se apressar. — pego outra toalha e enxugo meus cabelos com ela. — Nós vamos sair daqui a pouco.

Às dez e meia, descemos para encontrar as garotas, mas elas nem estavam perto de terminar de se arrumarem. Me sento em uma das poltronas do saguão e abro uma revista. Encontro fotos do meet & greet de ontem. O que me chama atenção é uma foto minha com Helena entre tantas outras.

Eu não consigo evitar o sorriso ao olhar aquilo. E de repente uma saudade me invade. Preciso vê-las novamente! Deveria ter pego o número dela. Vozes conhecidas me trazem de volta à realidade então vejo que são as meninas chegando. Cumprimento cada uma com um beijo no rosto e saio em direção ao estacionamento abraçado a Sofya.

Visitamos inúmeros lugares mas logo meu estômago começa a roncar. Olho no relógio e já são quase meio dia. Lanço um olhar de socorro para Heyoon que logo entendeu.

— Vamos almoçar?

— Graças a Deus, estou morrendo de fome.

— E quando não está?

— Cale a boca.

— Vou ver um restaurante aqui perto.

— Não, espera! — grito atraindo olhares de todos. — Eu sei um lugar perfeito para comermos.

— Deveria estar com medo?

— Relaxa, amor. Vocês vão adorar. — dou uma piscadela para ela. — Vamos?

Joalin e Heyoon vieram comigo enquanto Shivani e Sofya foram com Krystian. Um silêncio reinou durante o percurso. Até quis quebrá-lo mas ao ver a expressão séria no rosto de ambas, fiquei quieto. Ao chegar na esquina da rua de Sina estaciono o carro e saio dele deixando as duas mulheres confusas.

Caminho até o bar e paro em frente à um homem no balcão que estava organizando os copos na prateleira. Observo rapidamente o local, não está cheio devido ao horário. De longe vejo Krys e as garotas na calçada tentando se esconderem com seus óculos de sol e bonés pretos.

— O que vai querer?

— Na verdade, vim pedir uma informação.