cento e dezesseis¡! ♡

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Sina.

Eu vou ser demitida! Como pude aceitar ir ao aeroporto? E outra, eu tinha dito a mim mesma que iria ignorar Noah, mas só foi ele me mandar mensagem que eu fiquei trouxa. Odeio não poder ter controle sobre meus sentimentos.

Pego a bolsa em cima da mesa e puxo Lele para irmos rápido para lá. Um lado meu grita que devo deixá-la na creche e ir para o meu trabalho, mas a outra quer que eu vá de encontro a Noah. É uma luta interna. Odeio essa situação. Tomar decisões nunca foi o meu forte. Espero estar fazendo a coisa certa.

Desço do carro e pago a corrida. Não contei a Lele sobre o porquê de estarmos aqui, mas ela já deve ter uma ideia. Tem muitas pessoas. Desvio delas e cutuco o ombro de um homem que está fardado.

— Com licença, gostaria de saber se o vôo de Salvador para cá vai demorar.

— Uma hora, mais ou menos.

— Certo. Obrigada, moço.

Pego Lele no colo e vou até a sala de espera. Ela reclama de estar com fome, afinal nem comeu direito por eu ter a apressado. Deixo ela comer as batatinhas que era para o lanche. O meu coração está acelerando. Mãos transpirando. Pernas bambas. Isso vai te causar problemas, Sina, grita meu lado racional. Será que dá tempo de desistir?

Um tempo depois, ouço uma gritaria do outro lado. Pego na mão de Lele e vou na direção do alvoroço. De longe vejo os cinco atravessando a grande porta. Rapidamente coloco minha filha nos ombros, de modo que ela fique sentada, e vou até a multidão. Estão atendendo os fãs. Tento passar mas ninguém me dá espaço, até que a voz fininha da minha menina ecoa pelo local. Mesmo com o barulho é possível ouvir.

— TITIO NOAH!

— Com licença.

— Titio Noah, a genti ta aqui.

Ele levanta o olhar e então sorri. Heyoon estava do outro lado e logo tenta intervir mas é impedida por Joalin. A finlandesa diz algo em seu ouvido e a empresária concorda. Continuo andando até chegar na barreira. Noah devolve o celular de uma fã depois de tirar uma selfie e agradece. Logo depois vem em minha direção.

Estou tendo um troço. Ai meu Deus, me ajude a ficar viva até eles pegarem o próximo vôo! Dou um sorriso amarelo para ele que só acena com a cabeça. Entrego meu celular para ele, que tira uma selfie e me devolve. Seus dedos tocam delicadamente os meus, e com o polegar faz um carinho discreto em minha mão.

Lele pede colo mas eu não permito. Apenas a coloco perto o suficiente para que ele dê um beijo em seu rosto. Antes de ir, ele dá uma piscadela. Uma garota me empurra e eu quase vou ao chão. Esse povo não tem noção? Estou segurando uma criança.

Enquanto me afasto vejo que eles dão adeus e entram em outra porta. Um pouco triste vou até um banco ali e me sento. Seguro a vontade de chorar. Não posso fazer isso. Olho para a minha filha que está cabisbaixa. Óbvio que isso a afetaria. Não é só relação de fã e ídolo. Ela se apegou muito à ele por ser quem é, titio Noah. Noah Urrea, o cantor famoso, não é mais tão relevante.

Por estar observando o chão vejo uma sombra em minha frente e levanto a cabeça. Uma mulher de traços asiáticos estende sua mão. Nela tinha uma caixinha. A encaro confusa. O que é isso?

— Eu trabalho na assessoria da banda. O Noah me pediu que te entregasse isso.

— O que é?

— Não faço ideia.

— Olha, eu sei que você deve estar pensando...

— Sina, relaxa. — diz pousando sua mão livre em meu ombro. — Conheço ele há um bom tempo, sei que não seria capaz de trair a namorada. E bom, ao que me parece, você é uma boa pessoa. Espero que tudo se resolva logo.

— Obrigada... — ela percebe que não havia se apresentado.

— Hina. Meu nome é Hina Yoshihara.

— É um prazer te conhecer.

— Bom, tenho que ir.

— Certo. E obrigada mais uma vez.

— Até mais.

E sai em direção onde os outros haviam ido. Lele se apoia em meu braço tentando ver o que Hina havia me entregado. Com um sorriso bobo no rosto, abro a caixa de deparando com uma linda pulseira de prata com alguns detalhes referentes à Paris. Eu amo essa cidade. É meu sonho conhecer um dia, e ele sabia disso.

— Que lindo, mamãe! Vucê vai usá?

Mas é claro.

— O titio Noah gusta muito de vucê.

Será? — pergunto insegura.

— Se num gustasse num tinha dado isso.

— É verdade, meu amor. — dou risada.

UNEXPECTED LOVE ↯ noart [parte um]Onde histórias criam vida. Descubra agora