oitenta e seis¡! ♡

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Sina.

Coloquei um vestido florido e folgadinho, calcei minhas sandálias e fiz uma maquiagem fraca. Sabina que me ajudou com esse look afinal se dependesse de mim eu iria de saia jeans, uma blusa qualquer e os meus inseparáveis Nike Air Force. Ao finalizar, me observei através do espelho. Até que não estava tão mal. Peguei minha bolsa e saí em direção à cozinha.

Shaz terminava de lavar os pratos e Sabina varria o chão. Ambas ficaram de queixo caído ao me ver. Entendo o choque delas, nunca fui vaidosa, pelo contrário. Bailey aparece e tem a mesma reação. Reviro os olhos quando os três começam a me zoar. O filipino vem até mim e me faz dar uma voltinha.

— Caralho Sina, eu estou me sentindo atraído por você.

— Sai para lá, palhaço! — o empurro de leve. — Não quero dar mais um motivo para falarem mal de mim.

— Como assim?

— Sabe o amigo famoso dela? — Sabina pergunta.

— Ah, o Noah Correia.

— É Urrea. — o corrijo.

— Ele postou um print da tela de bloqueio dele e tinha uma mensagem da Sina lá. Resultado: boa parte dos fãs estão mandando hate.

— Chegaram ao ponto de dizer que é traição.

— Por falar nisso... — cruzo os braços.— Já conversou com a Laura?

— Sim, e ela me perdoou.

— O que? — eu e as garotas dizemos em uníssono.

— Essa garota merece um certificado de trouxa.

— Eu vou ter uma conversa séria com ela.

— Sina... — Shaz estava olhando para a janela. — O seu namoamigo chegou.

— Tchau, e bom passeio.

— Depois me liga para nós combinarmos de sair. — Bailey dá uma piscadela.

— Espera sentado porque de pé vai cansar.

Dou um abraço em cada um e saio apressada para o lado de fora. Noah estava encostado em seu carro quando eu apareci. Vejo que ele ficou bastante surpreso com meu visual. Sinto minhas bochechas ficarem coradas quando ele sorri para mim. Começo a mexer na minha pulseira nervosamente.

— Uau. — ele exclama vindo até mim.— Você está maravilhosa.

— Obrigada, e você está... Apresentável.

— Só isso?

— Mas é claro. Esperava um "e você está gato"?

— Sim.

— Então você não me conhece mesmo. — digo, enfatizando a última palavra.

Ele solta uma gargalhada gostosa me fazendo rir junto. Durante o percurso, conversamos sobre coisas aleatórias. Descobri que ele chora com filmes de romance. Fiquei chocada com isso, mas óbvio que logo depois fiquei fazendo piadinhas. Foi interessante conhecer um lado do Noah que ele não mostra publicamente.

— Chegamos.

— Espera... — toquei seu braço enquanto olhava surpresa pelo retrovisor e em seguida para o banco de trás. — Você comprou uma cadeirinha só por causa da Lele?

— Sim.

— E fala assim?

— Assim como?

— Como se ela realmente importasse para você.

— Mas importa, Sina. Eu gosto muito da sua filha.

— Ao ponto de comprar isso?

— Eu não acredito que você está dando chilique por causa de uma cadeirinha.

— Eu não estou.

— Jura?

— Vou buscar ela.

Abro a porta do veículo totalmente desnorteada. Comprar um bichinho de pelúcia é uma coisa. Agora uma cadeirinha que irá ser usada somente hoje é bizarro. O que ele pretende fazendo isso? Eu tenho uma vaga ideia do que seja mas me recuso a aceitar. Ignoro meus pensamentos e vou em direção ao portão onde dona Vera já me esperava com a minha filha.

— Como vai, dona Vera?

— Vou bem, querida. — ela espia por cima do meu ombro. — Veio acompanhada?

— Vim, de um amigo.

— Amigo, sei... — ela diz desconfiada enquanto se agacha para ficar do mesmo tamanho de Lele. — Não faça mais isso, certo?

— Isso o que?

— Helena irá lhe explicar tudo.

— O que houve, filha? — silêncio.

— Até segunda.

— Até.

Ainda intrigada pego em sua mãozinha e guio até o carro do outro lado da rua. O rosto de Lele se ilumina ao ver quem tinha vindo comigo. Ela me solta e sai correndo até Noah, que abre os braços para recebê-la. Observo aquela cena um tanto emocionada.

— Titio Noah, vucê limbrou de mim.

— E tem como esquecer desse rostinho lindo? — beija a bochecha dela.

— Ele vai nos levar para o parque de diversões. — digo, a fazendo bater palminhas animadas.

— Oba!

— Mas antes, quero te dar um presente. — a coloca no chão e vai até a porta do passageiro.

Num é meu anivesálio.

Eu sei, mas quero te dar mesmo assim. — ele esconde o presente atrás de si. — Posso mostrar?

— Sim, sim, sim!

— Tchanran! — coloca o ursinho na frente do seu rosto deixando minha filha eufórica.

— O SULLIVAN! OLHA MAMÃE, O SULLIVAN!

— Estou vendo. — rio com sua empolgação. — Como se diz?

Obligada, titio Noah.

— Por nada, princesa.

UNEXPECTED LOVE ↯ noart [parte um]Onde histórias criam vida. Descubra agora