cinquenta¡! ♡

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Sina.

MEU DEUS DO CÉU! Jamais poderia imaginar que algum dia eu, Sina Maria Deinert, fosse realizar o sonho de ir ao show dos Five Night, abraçar cada integrante e jantar com eles em um restaurante chique. A ficha ainda não caiu.

Sem mencionar no flerte descarado que Noah está tentando ter comigo. Obviamente que se ele fosse solteiro, eu iria aproveitar, afinal quem seria louca em não fazer isso? Mas acontece que ele é comprometido, e por estar agindo assim só prova que não é uma pessoa confiável.

Apesar disso, o jantar foi ótimo. A Heyoon pediu um bolo simples de aniversário e todos na mesa cantaram parabéns para mim. O local estava quase vazio, então não teve problema. A forma como me trataram e se esforçaram em falar português com nós duas me deixou ainda mais apaixonada por eles.

Logo depois, o americano pediu sorvete para minha menina. Eu já estava cheia, por isso não aceitei. Enquanto todos comiam, eu me beliscava constantemente para acreditar que realmente estava acontecendo. Meu braço, sem dúvidas, estava todo marcado mas não me importei.

— Gostou da sobremesa, pequena?

— Muito, titio!

— Já está tarde. — Joalin diz enquanto limpa a boca no paninho. — Devemos voltar para o hotel.

— Vocês podem ir. — diz Noah voltando a me encarar. — Eu levo elas para casa.

— Tem certeza?

— Claro! Deixar voltarem de ônibus está fora de cogitação.

— Não tem necessidade... — começo mas sou logo interrompida.

— Eu vou levá-las e pronto.

— Melhor aceitar, Sina. Quando ele põe uma coisa na cabeça, não tem quem o faça mudar de ideia.

— Está bem.

— Tome cuidado, Urrea. — adverte Heyoon.

— Fica fria, amor. — ele vai até a mulher e deposita um beijo em sua bochecha. — Vamos?

Me levanto e pego na mãozinha de Lele seguindo o moreno até o lado se fora do estabelecimento. Durante nossa caminhada até o carro, pude ver ele discretamente pegar na mãozinha da menina. Ela sorri com seu ato me fazendo também mostrar um sorriso.

Por não querer deixá-la sozinha no banco de trás, decido sentar com Lele. Tenho a leve impressão de que isso chateou o rapaz um pouco, mas resolvo ignorar. Ela se deita sobre o assento e coloca sua cabeça sobre meu colo. Faço cafuné em seus cabelos durante todo o trajeto.

— Ela dormiu?

— Sim. Foi um dia cheio.

— Imagino. — me olha pelo retrovisor e sorri de lado. — O que vai fazer amanhã?

— Considerando que é quinta-feira, eu vou trabalhar o dia todo, depois ir para a faculdade e fazer tarefa quando chegar.

— Não tem tempo livre?

— Só no horário do almoço, mas eu como com a minha amiga lá na lanchonete mesmo.

— É garçonete?

— Sou.

— Interessante.

— As ruas estão desertas. — digo observando pela janela. — Acho que não seria uma boa ideia voltar sozinha com a Lele.

— Você acha? — diz ironicamente. — Posso fazer uma pergunta?

— Já está fazendo.

— Você volta todas as noites da faculdade sozinha?

— Sim. Por que?

— Por que? — ri sem humor. — Não é bom que você ande só por aí a essas horas da noite.

— Nunca aconteceu nada comigo.

— Mas não quer dizer que não vá acontecer. Tome mais cuidado, por favor.

— Por que se preocupa tanto comigo?

— Porque é minha fã e eu amo todos vocês. Quero o seu bem.

— Entendi.

— Diga qual rua eu entro agora.

— Naquela esquina ali. — aponto para onde eu falei. — A casa é do lado direito do supermercado.

Acordo a pequena que resmunga insatisfeita. Noah estaciona em frente da nossa residência. O jovem sai do carro e vem correndo até mim, pegando Lele dos meus braços. Olho surpresa para ele que apenas sorri. Pego as chaves e abro a porta.

É muita coisa para assimilar! Show, meet & greet, jantar e agora um deles está em minha casa. Não sei o que eu fiz de tão bom para merecer isso, mas estou adorando. Ele adentra olhando ao redor.

Minha sala não é tão grande, diria que é média. Tem um sofá de três lugares do lado esquerdo. Uma televisão de 30 polegadas em cima de um rack do lado direito da parede que divide as portas do meu quarto e do de Lele. Algumas fotos minhas com minha família na parede de frente para a porta. E um vasinho com rosas no canto ao lado do sofá.

Penduro as chaves e o sigo, que foi andando em direção à porta com o nome escrito "Helena". Cuidadosamente a coloca na cama lhe cobrindo e dando um beijo em sua testa. Aquela cena me fez cair em lágrimas. Queria tanto que o pai dela fosse assim. Que não tivesse me abandonado, que tivesse me ajudado com a gravidez e que cuidasse dela como se fosse seu bem mais precioso.

Noah ouve meu choro e vem até mim me dando um forte abraço. Só então percebo que não o havia abraçado desde que o vi. É tão bom estar em seus braços. Fecho os olhos e inalo seu perfume amadeirado. Queria poder nunca mais soltá-lo. Infelizmente ele se afastou, mas permaneceu perto. Segurou meu rosto em suas duas mãos e com os polegares limpou as lágrimas.

Meu olhar encontra o seu. Sinto borboletas fazendo festa no meu estômago. Minhas mãos começam a transpirar então as tiro do seu peito, nem percebi que as tinha colocado ali. Logo somos trazidos de volta à realidade quando Lele se mexe na cama.

— Eu... — retira as mãos lentamente do meu rosto. — Eu preciso ir.

— Acompanho você até a porta.

Caminhamos até lá em silêncio. Antes de sair apressadamente para fora, ele me olha mas nem ao menos me dá adeus. Suspiro enquanto observo ele partir. Entro em casa novamente com um sorriso no rosto. Consegui realizar meu sonho! Começo a dançar sozinha que nem louca na sala.

UNEXPECTED LOVE ↯ noart [parte um]Onde histórias criam vida. Descubra agora