Capítulo XIII.

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Minhas pernas vacilam conforme tento me manter de pé. Meu corpo inteiro me alerta que minhas forças estão sumindo a cada segundo.

Uma vasta sensação de perda atinge meu peito. Somos postos na mesma posição em que fiquei, onde não acredito em meus olhos e nem ouvidos, onde sinto calafrios por todo o meu corpo, onde nego-me em silêncio. No qual devo me despedir de quem eu amo.

Eu já tivera uma visão em que minha vida seria tirada de mim em um piscar de olhos, que eu me tornaria polvilhos para enfeitar o céu, uma poesia, ou até mesmo mais uma estrela igual como fora chamada uma vez.

Mas, neste momento, eu não imagino o que eu serei a não ser um corpo estirado no chão. Parecera que minha visão está tornando-se real, pois minha vida não me pertencerá mais.

Após nos arrumarem juntos, pistolas são tiradas de seus uniformes e começam a apontar para as cabeças dos jovens. Eles não atiram de imediato, esperam o desespero dos mesmos de pedir piedade os fazerem rir. Respiro fundo. Buscando acalmar os ânimos, mas é tudo em vão quando ouço uma voz.

- De joelhos! Todos vocês! - Um deles ordena ameaçando-nos com a pistola. Logo, obedecemos um a um, de mãos erguidas, não consigo levantar as duas já que Verona segura uma delas e a aperta a cada instante, assim como o meu coração acelera a cada momento.

Não consigo descrever a raiva que estou sentindo nesse momento, me enoja ele optar pela execução do que pela ajuda que ele próprio disse que nos forneceria. Só que, nessas circunstâncias, esse é o tipo de ajuda que ele nos proporciona, um passe livre para a morte, um leve passo para conhecermos o que já iríamos ver.

Mas isso não me vale de nada. Não quando é minha vida que está em jogo, contanto que Liara e Maelly jamais tenham essa condição e que suas vidas não sejam postas em risco. Mesmo assim, temo que vejam isso.

Pray será encarregada de cuidar delas, e essa não é a parte ruim, e sim com a quantia de pesadelos que ambas irão ter quando lembrarem que não estaremos mais aqui.

Porém, neste momento, eu ainda estou viva, e tudo o que peço é que elas não estejam vendo isso, só que isso não é possível, pois ouço uma voz ecoar da Catedral.

- Lara Liz! - Maelly grita. Quando opto por olhar em sua direção, a vejo correndo para o tumulto dos ajoelhados, logo vejo Liliere vindo atrás, e atrás dela um vigia apontando sua arma para elas.

- Maelly, não! - Levanto-me e me esqueço do resto. Corro na direção dela.

- Merda! - Verona sussurra, se pondo em pé e vindo atrás de mim.
Tudo acontece tão rápido. Quando vejo a amargura nos olhos de Maelly, eu não penso, eu simplesmente a abraço e troco de lugar com ela, cujo a arma do vigia que apontava para suas costas tomam as minhas por sua mira. Verona faz o mesmo com Liara.

Alguns homens cerca-nos com as armas, por impulso ergo uma das mãos para eles, tal que de alguma maneira isso vá os impedir de atirar, Maelly me agarra e tudo parece se intensificar.

- Não atirem! - Grito. - Por favor, não atirem. - Peço com a voz firme. Ele não se impressiona com o meu pedido, pois vejo um lado de seu rosto se erguer em um sorriso.

- Esperem! Não atirem! - Verona ergue as mãos para o ar, lhes pedindo calma, o que não ajuda muito.

Ouço o engatilhar da arma.
Puxo Maelly para trás de mim, mantendo uma mão em seu peito, tentando a afastar da arma apontada em nossa frente, Verona mantém Liara sob seu abraço.

Ao ouvir, Maelly entra em desespero no mesmo momento, e tenta se debater para entrar em minha frente, mas não adianta.

- Liz, não faz isso! - Elly berra chorosa.

Montanhas Distintas - Renascença.Onde histórias criam vida. Descubra agora