NADA É O QUE PARECE

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*olhos azuis a encaram do outro lado do bar, o rubor em seu rosto aumenta deliberadamente, o homem que está vestido em trajes de época senta-se em sua frente como se so tivessem eles no estabelecimento agora, a loira ouve uma voz muito calma e grave se direcionando a ela ‘oh! Meu amor, acorde agora, agora, saia correndo’ e tudo voltou a ficar escuro*

A ruiva acordou suando, um leve temor percorre seu corpo, era a primeira vez em tantos anos que escutava a voz daquele homem em seus sonhos, por frações de segundos esqueceu que estava no trailer daquele que se relacionou na noite passada, cheiro de comida invadiram suas narinas a acalmando levemente em instantes a porta do pequeno quarto se abre e um homem muito bonito vestido apenas de cueca adentra a sala com uma bandeja de comida em mãos, seu sorriso se torna genuíno ao ver a ruiva já acordada  com o cabelo despenteado ‘vejamos quem ja despertou, bem! Isso era pra ser surpresa’ aurora apenas sentiu seu estômago borbulhar de felicidade ‘então conheci um cavaleiro?, nunca me trouxeram nada na cama, muito obrigada' o homem deixou um beijo no topo de seus cabelos ruivos e deixou a bandeja em seu colo antes de continuar a olhar ‘oh! Olhe para você tão fofa e linda assim, as vezes você tem cheiro de ingenuidade’ aurora corou bem mais olhando para baixo, quando notou sua nudez e cobriu rapidamente com um travesseiro ‘esse é um elogio bem peculiar, mas você também e um brotinho’ risadas ecoaram por todo o trailer, eles apenas se olharam com grande intensidade e sorrisos no rosto, aurora por um segundo se lembrou de seu sonho e uma corrente gélida passou por todo seu corpo, mal comeu é se levantou apressadamente procurando suas roupas no chão ‘bem… eu preciso ir’ fernando a olhou com curiosidade ‘tão rápido?, espere me vestir e te levarei’ a ruiva pensou seriamente em recusar mas, estavam no meio do nada ‘ok’ disse por fim se vestindo.
        A estrada parecia diferente agora, era mais afastada da cidade do que se lembrava, campos cheios de neve branca muito bem conhecidos por ela passava em sua visão. por fim minutos que pareciam mais eternidades se concretizaram com o pequeno barulho do opala preto fosco parando em frente a um grande prédio ‘obrigada, por me trazer’ aurora se virou para o homem que já a encarava ‘não agradeça, foi um prazer ficar um pouco mais com você’ um sorriso tímido se formou em seu rosto ‘bem, de qual quer forma obrigada’ ela ficou parada por uns segundos dentro do carro o olhando sem saber o que fazer, por um impulso seus lábios percorreram a bochecha de fernando, mas em um movimento rápido ele virou um pouco a cabeça e beijou seus lábios, seus beijos ao contrário da noite passada eram calmos e doce, arrepios subiram por todo o corpo da ruiva ‘uau!!' Exclamou ele, Seus beijos foram quebrados pela respiração ofegante de ambos ‘hey!, se estiver disponível topa sair hoje a noite?’ aurora sorrio para ele ‘claro, porque não?’ ela saiu do carro e ouviu o motor ligar novamente ela correu na direção dele dando-lhe um papelzinho dentro de sua bolsinha ‘ei, tome meu número de telefone’ o homem a olhou com um sobrancelha levantada e apenas sorriu e acenou, aurora viu o carro sumir de sua visão em instantes, ao virar-se até a portaria se perguntou mentalmente se em algum momento havia dito ao homem onde ficava sua residência por ele saber exatamente onde ficava, mas apenas deu de ombros em minutos e adentrou o prédio.
      A noite de natal chegou o mais rápido possível, a ruiva estava mais que ansiosa para o encontro dos dois, seus cabelos bem avolumados davam destaque para seu rosto branco e aveludado, seus olhos quase verdes brilhavam de alegria, a ruiva praticamente se escondia embaixo da enorme roupa de frio que usava, seus pés calçados com várias camadas de meias e uma bota de veludo, o seu telefone tocou à tirando de seus devaneios correndo para o tirar do gancho ‘oi, sim estou pronta, desço em um minuto" aurora se olhou uma ultima vez ao espelho verificando seu batom. A rua estava cheia de neve mas como era natal haviam pessoas andando por toda a parte apressadas procurando presentes de ultima hora, a cidadezinha estava toda enfeitada dando um brilho maravilhoso à ela, aurora andava lado a lado com os braços cruzados ao de fernando que estava seu lado ele estava simplesmente divino, parecia ter saído de um catálogo de moda — a moda de 1990 era simplesmente extraordinária — os amantes passeavam alegremente por toda a cidade olhando os enfeites de natal gloriosos, vitrines e mais vitrines com temáticas natalinas; a ruiva avistou ao longe seu pai e sua madrasta rodeados de paparazzis, mesmo que em seus subconsciente ela tinha certeza que seu pai tinha um dedo muito bom para moda ela se recusava a dizer mas, eles estavam deslumbrantes ‘ora, ora parece que o prefeito está com uma nova pobre coitada’ a voz de fernando saiu baixa perto do ouvido de aurora ‘uma pobre coitada muito bonita’ a ruiva falou involuntariamente sem pensar e se arrependeu no mesmo instante ‘isso é mesmo’ fernando pareceu não se importar com o comentário da ruiva, o prefeito pareceu fazer um breve discurso natalino em praça pública trazendo um pequeno grupo de pessoas ao seu redor; com o dispersar da multidão o prefeito se dirigiu juntamente a sua esposa ao encontro da ruiva ‘olá minha filha, feliz natal, aparentemente você não notou o recado que deixei em seu telefone’ o homem gesticulou, aurora odiava como cada palavra de seu pai parecia deboche ‘não mesmo, minha secretária eletrônica esta tendo problemas’ apenas mentiu rápido para não dar explicações a seu pai, claro que tinha ouvido apenas ignorou, seu pai continuou voltado para ela falando e falando como se nunca fosse acabar, sua madrasta a olhava de cima em baixo de vez enquando antes de desviar o olhar, nem teve oportunidade de cumprimenta-la, fernando parecia desconfortável ao seu lado, seu pai nem ao menos notará a presença dele ao seu lado ou nem ligou em cumprimenta-lo o que a deixou à enfurecida e cortou o discurso do pai ao meio ‘que bom joseph, agora precisamos ir embora’ se virou rapidamente entrelaçando os dedos nos do homem ao seu lado e saiu ‘seu pai é o prefeito?, bem… me senti bem desconfortável ele nem ao menos notou minha presença, não que eu não esteja acostumado’ seu olhar parecia triste mesmo com um sorriso no rosto ‘oh! Sim, meu pai e o magnífico prefeito, não se importe com ele, ele não e muito relevante para ninguém’ a ruiva abraçou a cintura de fernando fazendo o se sentir o mais confortável possível ‘então quer dizer que minha namorada é quase uma princesa da política?', ‘’bem… o que!!! Eu sou sua namorada?' a ruiva parou em extase o olhando ‘bom, eu nao…não quis dizer… é so que…’ aurora pulou em seu pescoço o beijando apaixonadamente o interrompendo, os dois sorriam um para o outro com brilhos nos olhos o azul piscina de fernando brilhava como uma bolita ‘esse foi o pedido de namoro mais peculiar e rápido que fizeram para mim’ o homem deu um leve selinho em seus lábios ainda segurando sua cintura ‘me sinto privilegiado então’. os dois voltaram para o apartamento da ruiva com os sentimentos a flor da pele, seus corpos se tocaram novamente em um ritmo frenético , aurora sentia-se completa pela primeira vez em sua vida, adormeceu nos braços dele que poderia chamar de familia.
       Aurora acordou com um pequeno raio de sol batendo em seu rosto, notou que ao seu lado estava o homem dormindo tranquilamente seu peito descia e subia em calmaria, poderia ficar o dia inteiro o observando; mas seu devaneio foi quebrado por uma voz familiar vindo do lado de fora do quarto chamando seu nome ‘aurora, cadê você esta aqui?’ aurora xingou Hock mentalmente ‘porque chegou tão cedo, meu deus como vou tirar um homem desse tamanho daqui sem ser percebido' falou baixinho para sí mesma, não queria o acordar mas se sua amiga entrasse no quarto veria ele e teria que explicar muita coisa — coisa que não queria no momento — um braço forte a puxou deitada na cama novamente, fernando roubou um rápido beijo de seus lábios ‘querido, sinto em lhe dizer mas minha amiga chegou de viajem, e não estou a fim de explicar para ela porque tem um homem em minha cama NU’ o sorriso do homem aumentou com sinceridade ‘bem, então a distaia em outro lugar enquanto saio daqui’ ele se levantou rapidamente vestindo suas roupas ‘oh céus você e tão lindo’ aurora correu em seu encontro o beijando uma batida foi ouvida do lado de fora do quarto e uma voz doce e preocupada soou ‘aurora, amiga!! Você tá bem?’ a ruiva disse calmamente limpando a garganta ‘é... sim, sim não se preocupe já estou saindo’ os dois se desvencilharam rapidamente ‘vou sair e a vou levar para a cozinha, saia de vagar' disse a ruiva sussurrando no ouvido de fernando ‘não se preocupe apenas vá minha princesa’ antes de chegar na porta ela sentiu seus olhos encherem de água “minha princesa e como mamãe me chamava” pensou consigo mesma, ela limpou os olhos e saiu do quarto fingindo sonolência; ‘Hock, Hock?, voltou cedo para casa’ chamou a amiga na porta da cozinha ‘amiga que saudade também, voltei mais cedo porque o hospital me chamou dizendo que a enfermeira chefe foi demitida e queriam conversar comigo urgente’ o loira se virou para a ruiva a abraçando fortemente e prosseguiu ‘hum… está com perfume de homem, aham quem é o sortudo’ aurora gelou por um instante tentando processar uma mentira convincente ‘pare com isso Hock, sabe que não me envolvo a muito tempo com alguém’ a loira apertou os olhos por um instante e puxou o roupão no pescoço da amiga para o lado ‘bem…então sinto em lhe dizer mas acho que temos morcegos aqui que estão atacando pessoas NO PESCOÇO’ seu sorriso era mais que vitorioso ‘ok. Ok eu talvez esteja com um homem’ a ruiva se deu por vencida, o grito estridente de felicidade da loira ecoou por toda a cozinha ‘agora me diga quem é ele’ a loira puxou aurora com força para a sala ‘ai Hock, ele é lindo, fofo, romântico, inteligente, tem um sorriso tão lindo e o beijo dele… ai, ai' aurora apenas encarou a parede com um sorriso bobo ‘aaaaiiii amiga, eu viajo por uma semana e você ja ta saindo com um cara, e ja ate transou com ele’ a ruiva ficou totalmente vermelha 'HOCK’ ela a repreendeu ‘essa carinha de puta apaixonada não me engana aurora, eu te conheço!’ a loira disse por fim antes de sumir na cozinha, aurora foi sorrateiramente até seu quarto verificar se ele já tinha conseguido sair — e se saiu, foi muito bom e rápido — no seu quarto so havia a fragrância dele deixada no ar “uau, ele e muito bom mesmo, saiu que nem eu mesma ouvi nada” a ruiva pensou consigo mesma antes de adentrar seu quarto e correr para o banheiro, um bom banho era o que precisava.
  Seu dia passou calorosamente bem, sem interferências, pensará que após o natal muitas pessoas precisavam de um bom psicólogo para desabafar e os aconselhar — já que ela era a única por ali — dia 27 seria movimentado, então descediu cuidar de sí mesma relaxar em seu quarto. em um mantra na sua meditação a ruiva encontrava-se totalmente nua no meio de sua cama com as pernas cruzadas, sua mente se expandia em energias positivas, relaxada, seu corpo permanecia calmo e na sequência de respirações lentas ouvindo sons da natureza em um rádio de pilha. Uma luz emanou em todo o quarto, seu corpo permaneceu tranquilo em um estado de transe profundo, mãos femininas tocaram levemente seu corpo sussurros foram pronunciados levemente em seu pé do ouvido ‘aurora… auroraaa… auroraaa não tenha medo, quero que saiba que você e bastante especial para nós, você tem que se preparar física e mentalmente para o grande dilúvio que virá em sua vida, lembre-se que nada é o que parece' a voz era tranquilizadora, e passa paz e calmaria em seu corpo, a ruiva estava impossibilitada de abrir os olhos uma outra voz ao fundo chamava seu nome ‘aurora...aurora…aurora…AURORA’ a voz ficou mais perto e mais perto até a ruiva despertar com uma loira bastante frustada a olhando ‘meu deus amiga, você dorme igual uma pedra, seu alarme despertou a mais de uma hora’ a loira se virou e saiu da sala vestida com seu clássico traje de enfermeira, deixando uma ruiva muito confusa no quarto ‘mas eu estava… meditando a poucos minutos’ pensou alto ainda muito confusa, mais tarde no banho acabou refletindo tudo o que se lembrava, aqueles sussurros em seu ouvido, alguém queria alerta-la sobre grandes perigos e não duvidava nem um pouco em ser sua mãe de certa forma, embora desejava muito sair correndo para o trailer de fernando e fazer amor com ele ate adormecer novamente, o trabalho a esperava e fazer o que gostava à deixava com mais prazer do que qualquer sexo.