TRANSFORMANDO

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    A dor que sentia era imensurável, cada célula do seu corpo pedia por ar puro mas, a única coisa que seu corpo sabia fazer era ficar parado olhando para a parede amarelada, o ódio tinha uma grande mistura amarga com a profunda tristeza, seu peito a cada hora se afundava, as lágrimas nem ao menos conseguiam fugir, seu corpo e alma doiam, a resposta parecia sempre distante, era como nadar contra a correnteza, mas por ela estar ali tinha uma culpada, ela...  a trancafiou e jogou a chave fora, pior que um animal, sua raiva sempre presente a cada segundo, agora as perguntas somente aumentaram cada vez mais, tudo era uma catastrófica confussão, tudo por causa dela…

        AGOSTO
       DIA 05
 
   O quarto estava escuro, provavelmente cheirava pior que um lixão mas, suas narinas se acomodaram ao cheiro, o banho saiu de seu itinerário a mais de uma semana, a cama e as cobertas eram seu único conforto, cada vez que pensava parecia que tudo era uma extrema confussão, nada se encaixava, marie adentrava ao quarto algumas vezes ao dia checando como estava, sempre deixando algo para comer ou beber, os alimentos sempre apodreciam no canto do quarto, a fome não era algo que sentia a dor inexplicavel cobria toda a fome, mary somente olhava na fresta da porta em alguma madrugada enquanto achava que aurora estava dormindo, seu suspiro triste ecoava por toda a sala, antes de deixar a sala em total escuridão novamente. Pesadelos inundavam sua mente, a exaustão estava estampada em seu rosto. A grossa cortina da sala tampava o sol da manhã, somente uma pequena fresta inundava o quarto, a melodia dos pássaros era a unica indicação que o sol já nascerá. o abrir da porta chamou a atenção da ruiva, uma mary muito abatida adentrou a sala, fechando a porta atrás de sí, a mesma sentou-se ao seu lado calmamente ‘Aurora! Por favor!! Saia do quarto, eu e marie estamos preocupadas demais, você ta a quase duas semanas aqui dentro, isso aqui cheira a mofo.’ a voz de mary era quase uma suplica, e ainda sim chorosa ‘Não posso!, ele… ele pode vim e eu preciso de respostas eu… preciso mary!!! Eu preciso saber, ele vai me matar!.’ sua voz parecia ainda mais rouca do que nos seus pensamentos, uma lágrima escorreu por sua bochecha, a morena tirou as cobertas de cima dela e a puxou para um abraço forte ‘Oh! Aurora, ninguém vai vim amor, eu estou aqui… já pensou em sei lá… um hospital psiquiatrico?’ a ruiva se desvencilhou do abraço e levantou da cama, suas pernas tremeram levemente ‘O que?!!! Você acha que estou ficando louca?’ mary arregalou os olhos ‘não, não é isso, é so que talvez seria melhor… você teria um psicologo e uma ajuda que nem eu e nem marie podemos te dar.’ a ruiva revirou os olhos, uma raiva inundou seu corpo, a morena ao menos sabia como era um desses hospitais psiquiátricos? ‘Mary… EU SOU PSICOLOGA e fui por vários anos se não se lembra, você ao menos ja entrou em um desses manicômios?, e horrivel! As pessoas são dopadas com remedios, viram zumbis andando de um lado para o outro, tem alguns que comem as próprias fezes,mary?!! Eu nunca entraria em um lugar desse.’ o seu estomago se revirou, a ultima vez que entrou em um teve que sair correndo, era horrivel, em cada corredor pessoas gritavam desesperadas, andavam de um lado para o outro desnorteadas, tinha quase a certeza que podia ouvir os gritos de socorro so de olha-los, mary se levantou e ficou a sua frente com as mãos em seus ombros ‘Aurora! Você estaria em um dos melhores hospitais psiquiatricos, o diretor e meu amigo, e eu sei que ninguem ira te machucar, não acha melhor irmos por conta própria?.’ a ruiva fechou a cara e andou de costas encontrando a porta, olhando diretamente nos olhos da morena ‘conta própria é? Mende-os entrar agora!’ mary pareceu surpresa e abriu a porta chamando alguém, duas pessoas de branco entraram olhando ao redor, a ruiva olhava com a sobrancelha levantada e os braços cruzados ‘Aurora eu so…’ a ruiva sentiu seu interior queimar em angustia e decepção, sem dizer uma única palavra ela assentiu para os paramédicos e saiu da sala com os dois atrás ‘não se atreva a me colocar uma dessas camisas de força.’ os dois se entreolharam e deram de ombro; de repente tudo pareceu um filme em camera lenta, no final da escada perto da porta marie estava chorando ‘mamãe! Me desculpe é so que…’ a ruiva a abraçou ‘não se preocupe.’ estalos de salto vieram apressados escada a baixo ‘Aurora!! Desculpa… por favor, Eu te amo tanto…’ a sua fala foi interrompido com a mão de aurora em seu rosto, ecoando o barulho do atrito pelo hall, os dois que estavam logo atrás seguraram os braços da ruiva e a levaram para fora, o sol que irradiava queimavam seus olhos e sua pele branca mas, a dor em seu peito não era nada comparado ‘Não diga que me ama, quem ama certamente não faria isso. Ah! E parabens senhorita mary elizabeth mézoto, esse foi meu melhor presente de aniversario de todos os anos’ um rosnado sarcastico saiu de sua boca enquanto os paramedicos injetavam algo em sua veia e a jogavam na ambulância, a ultima coisa que viu foi mary segurando seu próprio rosto e os olhos arregalados, marie chegou logo depois chorando e a abraçou, em dias normais nunca tocaria em mary mas, a pessoa em quem mais confiava estava a mandando para um inferno, e traiu sua confiança de uma maneira mais covarde, o sentimento de impunidade é ódio a inundaram ‘Vocês não tinham que estar aqui atrás me segurando?.’ a ruiva falou com a voz arrastada, risadas ecoaram da cabine ‘nem vamos precisar.’ aurora apertou os olhos e tudo em sua volta começou a ficar turvo, seu corpo logo estava estendido no chão e a sensação de que o mundo estava girando tomou conta de si.
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NADA É O QUE PARECEOnde histórias criam vida. Descubra agora