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    Após passar novamente por vários outros exames ao longo do mês, finalmente teve alta para passar a véspera de natal em sua casa, a muito não adentrava a grande mansão, sentia-se uma criancinha sendo levada por mary e seu pai escada a cima, seu quarto havia parado no tempo o mesmo papel de parede, cada um de seus móveis estavam exatamente no mesmo lugar. Quando foi deixada no quarto sozinha, repensou em toda sua vida, aquele homem que tanto amou e foi fiel iria matá-la assim? Sem dó nem piedade, deixando seu corpo dilacerado, e fugiu, evaporou, onde estava ele, o amor que sentia no começo, todo o amor, havia virado ódio. em seu momento mais vulnerável ele a tinha deixado em sua gestação aquele bebê se foi e seu marido também, logo após a complicação ficou estéril, seu pai e seu marido sempre lhe cobravam um bebê mas, se ao menos soubessem como seu coração doía, depois de ver aquela menininha em seu coma à chamando de mamãe a ferida reabriu novamente. Sua mãe tudo o que disse à ela foi estranhamente confuso, afinal, porque queria tanto que a ruiva a perdoasse?, e o que disse sobre seu pai a fez refletir, estava tudo tão confuso, havia perdido três meses da sua vida e passou com um piscar de olhos é ja era natal.
     ‘toc-toc’ a ruiva olhou para a mulher que estava parada na porta com um prato de comida nas mãos ‘quem é?’ aurora descediu entrar na brincadeira ‘Você tem todo o direito de me chamar como quiser mary, madrasta ou até amor da su…’ a morena arregalou os olhos parando a frase com a afirmação que iria fazer, a ruiva soltou uma gargalhada divertida ‘prefiro Mary e mais adequado… por enquanto.’ e piscou sorrindo para a morena, a ruiva podia sentir a vergonha da morena emanar até ela, mary pigarreou quebrando o silencio adentrando a sala enfim ‘Trouxe um pouco de comida adequada, aquela do hospital era um horror.’,  ‘realmente. obrigada!.’  mary sorriu em concordancia, a mesma insistiu em dar a comida na boca de aurora mas, o orgulho e a teimosia da ruiva pareceu nunca deixâ-la ‘Ok, Ok, senhora teimosa, você parece seu pai.’ a ruiva revirou os olhos com o comentario da morena que a observava comendo - ou tentando - ‘mary... porque ficou comigo todo esse tempo no hospital’ a morena olhou para ela com intensidade ‘porque… eu me importo com você, é eu nunca deixaria minha enteada sozinha.’ a ruiva retribui o olhar com um sorriso encantador, a última parte a decepcionou um pouco mas, ela gostava de passar um tempo com mary, talvez por terem praticamente a mesma idade nunca se sentiram uma “madrasta e enteada”, mary era inteligente e encantadora, sem contar que descobrirá que gostavam praticamente das mesmas coisas, em um futuro próximo podiam ser até amigas.
      O natal estava próximo e a ceia começaria em poucas horas, a ruiva sentia-se um pouco confusa no que usar, uma empregada tinha adentrado a sala mais cedo com várias roupas que aparentemente seu pai comprará para ela, vestidos lindíssimos e luxuosos mas, nenhum parecia confortavel o suficiente ou agradava a ruiva, pensou em até não descer as escadas e encontrar políticos desagradáveis e amigos de seu pai e queria dar a desculpa que precisava descansar mas, a verdade era que seus ferimentos praticamente nem doiam e estavam bastante cicatrizados mas, seus amigos estariam lá também e mary… o banquete seria bem grande. Seus olhos fitaram um look que a impressionou ‘é esse’ a ruiva exclamou em voz alta, seus olhos brilharam, a pessoa que o colocou no meio de todas essas roupas certamente entende seus gostos. Aurora se arrumou muito bem, tentando esconder ao máximo suas cicatrizes, graças ao universo seu rosto estaca intacto e bem mais que perfeito, seus lábios marcados com um vermelho sangue, seus cabelos ruivos enrolados caidos por todo o ombro, pela primeira vez na vida sentia-se bonita e ousada, uma empregada chamou em seu quarto a conduzindo até o andar de baixo, ajudando-a descer as escadas.
  Todos os olhares do andar de baixo se viraram no mesmo instante para ela, ao fundo viu Hock totalmente de boca aberta, todos pareciam muito bem vestidos e chiques, ao chegar no fim da escada seu pai chegou segurando seu braço dispensando a empregada ‘venha, minha filha!, está simplesmente deslumbrante.' Sussurrou no ouvido da ruiva a conduzindo no meio de todos que a olhavam, parou no meio da sala onde estava a decoração e algumas bebidas, um pouco de música clássica tocava ao fundo ‘Você está um brotinho papai!’ ela sorriu para ele segurando suas mãos ‘Não me venha com esses elogios de velho aurora, e um tapa na minha cara.’ aurora gargalhou revirando os olhos, seu pai continuava tão debochado quanto antes ‘Ok, senhor mézoto, o senhor está um gostosão.’ seu pai sorriu para ela com alegria, talvez fosse a primeira vez que a ruiva via seu pai sorrindo que não fosse de sarcasmo. Logo seu pai foi puxado para um canto com homens elegantes, bem provavelmente políticos e pessoas importantes na cidade, seu olhar era minuncioso procurava mary com o olhar enquanto bebia drinks, Hock se aproximou sorridente ‘Uau, amiga!! Você está um arraso.’ a loira olhava de cima a baixo ela ‘ah Hock, hoje e um dia importante, eu tive que me produzir, você ta linda também.’ a loira abraçou aurora com força ‘ai! Eu estou tão feliz que você ta bem, quase morri junto quando descobri que você estava no hospital…’  a ruiva revirou os olhos divertida ‘não e pra tanto amiga, eu to viva, alias, cade o seu marido e a angelic?' Aurora se desvencilhou do abraço olhando ao redor ‘Não vieram, esse e meu momento, tive um descanso daqueles dois, mais tarde vou pra casa.’ antes de abrir a boca um homem bastante elegante intrometeu ‘Com licença senhoritas, desculpe o incomodo mas, posso roubar a senhorita mézoto por um instante.’ aurora pareceu confusa nunca tinha visto aquele homem em toda a sua vida ‘Fique a vontade, e se mexer com a minha irmã ‘oohh’ ’ a loira se distanciou fazendo sinal de cortar a cabeça dele, a ruiva sorriu oara hock, sua amiga era uma louca, o homem pareceu assustado com a ameaça ‘não sabia que o senhor mézoto tinha outros filhos ’ ele se virou para aurora ‘é não tem, ela e minha minha irmã de consideração’ o homem franziu o cenho mas, deu de ombros ‘Não pude deixar de notar a senhorita, a mais bela e… exótica dessa festa.' Aurora sorriu com o elogio, era o primeiro que recebia a muito tempo ‘Bem… obrigada!' A ruiva corou um pouco e o olhou, não era tão feio, seus olhos era castanhos seus cabelos loiros, parecia um vampiro de tão branco, era um tanto mais alto que aurora, eles conversaram relativamente bem, a conversa fluio ‘que tal irmos, um instante lá fora, tem muita gente aqui.' Seu olhar parecia malicioso mas, de certo modo ele estava certo, tinha muita gente ali, a lua esta divina, era a primeira vez desde que saiu do hospital que via a lua, a ruiva retirou um cigarro rapidamente do bolso, acendendo-o, o homem franziu o cenho ‘não sabia que você fumava!.’ aurora se voltou para olhar ele ‘Claro, você me conheceu hoje, não sabe nada sobre mim.’ aurora sentiu que estava sendo um pouco grossa mas, ele demora demais para fazer algo ‘de certo que s…’ a ruiva o interrompeu ‘Olha, eu sei que não viemos aqui para ver a lua e as estrelas, então se quer algo e so falar.’ o homem sorriu ‘você e bem direta, gosto disso!!’ ele se virou para se aproximando, aurora sentiu um certo desconforto mas, seus lábios estavam relativamente perto um do outro para ela recuar ‘Com licenç…' a voz feminina parou no meio do caminho, aurora se virou rapidamente, antes de conseguir beijar o homem, a morena a sua frente parecia um tanto quanto chocada, ela se virou e saiu calmamente fechando a grande porta de entrada, o peito de aurora de apertou no mesmo instante, sem dar satisfação ao homem saiu correndo atrás de uīmary. ‘Mary!, Mary!’ ela puxou o braço da morena com cuidado ‘Não precisa me dar explicações aurora, você e uma mulher adulta, faz o que bem entender.’ sorriu tristemente, ela puxou seu braço das mãos da ruiva e saiu andando pela hall cumprimentando a todos, aurora saiu pela porta novamente mas, o homem já não estava mais lá, ela queria chorar “porque sou tão estupida?” gritou para sí mesma, ela caminhou lentamente ao redor da casa para chegar aos fundos, felizmente não havia ninguem, estava um pouco frio mas, seu choro a aquecia, um banco ao longe foi visto por ela, a ruiva sentou-se olhando para a lua mil coisas vieram a sua mente, tirou um outro cigarro o tragando levemente, a nicotina era seu vicio, a tranquilizava de uma forma serena, passos atrás de sí foram ouvidos, a ruiva apenas fechou os olhos tentando não chorar, não queria ser incomodada ‘O que faz aqui Dra.?’ a morena se sentou ao seu lado, aurora pareceu bem surpresa ‘rosalina!!!' A morena sorriu largamente a abraçando ‘então o que faz aqui? Sozinha?’ a ruiva bufou com o cigaro em mãos ‘pensando… a vida e tão complicada.’ ela deu um longo suspiro ‘mas se fosse facil não teria graça, a gente sempre permaneceria no mesmo lugar, não lutaria por nada!.' Isso pareceu esclarecer algo dentro da ruiva, ela colocou o cigarro na boca tragando a fumaça, um grande silencio se fez ‘presumo que está assim por causa da sua madrasta!?’ a ruiva levantou as sobrancelhas a fitando com surpresa ‘como sabe!!?’ a morena deu um longo sorriso, tomando o cigarro das mãos da ruiva o tragando, aurora pareceu ainda mais surpresa ‘Eu vi quando ela saiu la para fora e voltou pálida, e você veio logo depois, ela parecia decepcionada. você estava beijando alguém?' A ruiva corou, rosalina parecia quase uma vidente ‘não chegou a ser isso.’ rosalina sorriu lhe entregando o cigarro ‘acho melhor deixar você sozinha aqui, suponho que precisa de um tempo, eu e lionel estamos lá dentro qualquer coisa já sabe.’ a morena se levantou e sumiu da vista da ruiva. agora era so ela e ela mesma, quando pensou em entrar outros passos foram ouvidos atrás dela “essa gente não me deixa em paz” pensou consigo mesma mas, quem sentou ao seu lado foi justamente a mulher que estava pensando ‘ta frio aqui fora… porque está aqui.’ a morena sentou-se ao seu lado olhando horizonte ‘Não sei… queria pensar.’ a ruiva jogou a bituca no chão olhando mary, agora notará que mary estava tão linda que podia parar o coração de qualquer pessoas, seu cabelo estava em ondas virado para o lado, seu vestido verde ia até os pés, na frente exibia uma grade decote em V, continha mangas que paravam na altura dos cotovelos. ‘Cuidado para não babar.’ disse mary com divertimento na voz, a ruiva corou saindo de seus devaneios ‘Você está incrivel!!’ a morena olhou de cima a baixo a ruiva ‘você também, maravilhosa, quase não à reconheci com esse terno!, gostei mais dos seus sapatos!’ mary riu olhando para os pés descalços da ruiva ‘Sapatos são apertados, não gosto muito, e não vi necessidade.’ ambas olharam para a lua novamente apenas em um silêncio reconfortante ‘Me desculpe… é so que, ele queria me beijar e não consegui dizer não.’ a ruiva olhou oara baixo mexendo nas mãos ‘Aurora!, você e adulta, acabou de sair de uma casamento abusivo, você merece ser feliz, não há porque se desculpar.' mary puxou o queixo da ruiva a olhando nos olhos, aqueles olhos azuis eram hipnotizantes, seu peito se aqueceu “é ela” uma voz em sua cabeça sussurrou ‘eu acho melhor…’ a morena olhou para trás onde a casa estava, um pouco afastada, a ruiva como um impulso segurou a bochecha de mary com uma mão e conectaram seus lábios, a ruiva se arrepiou imediatamente dos pés a cabeça, mas não era uma arrepiou que sentiu quando ficou com fernando, esse era renovador como se a enchesse de energia e não de pura luxúria. Seus lábios se abriam e fechavam em movimentos constantes, suas linguas se tocavam com experiência, a mão de mary deslizou para o pescoço da ruiva a puxando mais perto, aurora colocou uma mão atrás da cintura da morena, seus beijos foram longos e demorados, com um pingo de consciência a ruiva de desvencilhou puxando o ar em seus pulmões ‘Me… me desculpe é so que… meu deus!!!’ ela ficou sem jeito olhando para o espaço entre elas no banco, mary riu em extase respirando fundo ‘e melhor a gente entrar… já vai começar a ceia.’ aurora olhou para cima encontrando o olhar envergonhado de sua madrasta, ambas limparam o batom manchado rapidamente, e adentraram a casa pela cozinha. foram por caminhos diferentes, mary ficou com joseph que conversava animadamente sobre politica e aurora se juntou ao seu grupo de amigos.
   A ceia foi realmente um tremendo banquete, a comida era farta, depois de muitos drinks muitos foram embora, como o esperado pela ruiva Hock ficará bebada e incapaz de ao menos ficar de pé, e conversou com literalmente todos da festa, a ruiva e mary tentava ao máximo não e esbarrarem, era demais para aurora ver a morena dando beijos em seu pai, passado das três da manhã aurora deu por encerrado sua noite despediu-se de seus amigos e levou sua amiga junto consigo para seu quarto, afinal, não conseguia nem falar mais ‘Amiga você ta vendo… ta vendo né’ Hock falava sozinha enquanto subia a escada com a ajuda de mary e aurora - a morena insistiu em ajudar - ‘cara, porque vocês estão me sequestrando? Meu deus! vocês estão me sequestrando?!! Socorro’ Hock gritou na escada chorando, a gargalhada das mulheres foram soltas involuntariamente com o show da loira ‘Amiga, bem e essa sua amiga? Porque ela e tão gata e tá me sequestrando?' Aurora sorriu ‘gata eu sei que é mas, te sequestrando? Não mesmo’ a ruiva exclamou o que deixou a morena totalmente corada ‘Hum… você gosta dela amiga?, gosta né, esse seu olhar de puta safada nunca… nunca…never… nunquinha me enganou, beija ela amiga, vocês são fofinhas juntas.' A ruiva olhou sem jeito para Hock, mesmo bebada a loira era bocuda, as mulheres chegaram no quarto da ruiva jogando hock na cama ‘Ufa!! Prontinho, ainda bem que ela dormiu, pelo menos assim cala a boca.’ disse aurora olhando a loira na cama, mary olhou para ela rindo ‘bem… já vou indo.’ a morena se virou rapidamente ‘antes… hey!!’ a ruiva se virou bruscamente encontrando os lábios de mary que deu um longo selinho ‘boa noite!’ a morena saiu sorrindo da sala deixando uma aurora surpresa e petrificada dentro da sala ‘Eu sabia… amiga, uhuuuu, vocês se beijaram.’ Hock disse abafando a voz no travesseiro, a ruiva sorriu jogando uma almofada nela “espero que não se lembre disso amanhã” disse para sí mesma entrando no banheiro.

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