A semana passou mais rápido do que alguém poderia contar, mas por um momento; nesse exato momento, o tik tak do relogio batia lentamente, como se o ponteiro voltasse duas vezes sempre que avançava, sair daquele lugar era a sua última esperança, tinha que ser feitas avaliações clínicas de sua saúde mental, seu caso era o mais peculiar se não o único, e o psicologo deveria ter uma boa impressão de si. Por mais que ela possa pedir a qualquer momento para mary a soltar, ela queria provar pra todos e para si mesma que não estava louca - por mais que nada parecia fazer sentido, os dez anos que viveu de horror com um homem cruel não poderia ser um delírio. provavelmente ele tinha matado seu pai mas, foi constatado que a bala do rifle que a perfurou no braço, não era do mesmo calibre que matou seu pai. Tudo parecia muito confuso, porém, a resposta parecia estar a um passo. - ‘aurora mézoto’ a voz ecoou no corredor, fazendo borburilho entre os outros, a ruiva saiu de seus devaneios e se levantou rapidamente, a mulher a seguiu até um extenso corredor com uma única porta, em outras circunstâncias seria amedrontador, entretanto, tudo o que viu nos últimos anos conseguia ser bem pior. Uma única cadeira estava no meio da sala, e do outro lado um pequeno sofá, a mulher que a seguia sentou-á na cadeira e saiu logo em seguida, normalmente quem estava na outra posição era a ruiva, estar no lado do paciente parecia uma brincadeira idiota ‘Uhum… bem Aurora… Mézoto?’ a mulher pigarreou e arregalou os olhos, quando a mulher sentou mais perto da ruiva foi que notou a expressão familiar ‘Rosalina!!’ aurora soltou um suspiro pesado e com alegria ‘Meu deus!! Aurora! Como… como veio parar aqui?’ a morena parecia muito surpresa, ela se levantou do sofá e chegou mais perto da ruiva ‘Uma longa história mas, resumidamente todos acham que eu estou louca.’ a ruiva revirou os olhos e sorriu levemente, Rosalina segurou sua mão e suspirou ‘parece que seu caso e bem complicado, li bem rapido na prancheta, o Dr que estava no caso sugeriu até mesmo esquizofrenia.’ a ruiva sentiu seu sangue ferver, todos a taxavam como demente e esquizofrenica pelo o único fato de que a polícia era incompetente e nunca encontrou seu marido ‘Rosalina!, olhe bem pra mim, você acha que uma mulher como eu, no auge dos quarenta e seis anos estaria esquizofrenica, você acha que eu como psicologa que fui dos meus vinte e cinco anos até agora não saberia se estivesse louca?’ a morena tinha um olhar de preocupação e tristeza no olhar, ela se levantou e voltou ao sofá ‘Aurora!… você sempre foi uma grande inspiração pra mim, eu sempre deixei isso bem claro, mas as evidências são mais fortes, a gente ja trabalhou juntas e desde aquele tempo você tinha evidencias marcantes.’ a ruiva estava enfurecida com as acusações ‘Você sabe oque é violência domestica? Você sabe o que e ter medo de chegar em casa? Ou pior ainda chegar um minuto atrasada em casa? Você sabe o que e ser estuprada, espancada e ameaçada durante anos por alguém? Essa e a pior dor que alguem poderia sentir… e me desculpe se eu não era uma chefe alegre que saia cumprimentando todos os funcionários e fazendo amizades, e que eu estava ocupada apanhando de um retardado covarde.’ isso foi definitivamente a primeira vez que a ruiva falava tão abertamente daquele período, foi como um grande peso saindo de suas costas, cutucou uma ferida que estava fechada a muito tempo, seu peito já não aguentava ser quebrado e apenas sentiu uma leve tristeza, a morena estava com os olhos arregalados e com um olhar distante, uma lágrima escapou de seus olhos ‘Uau… bem… eu sinto muito mesmo, minha mãe… sofreu violencia do meu pai… até…bem ate ela morrer nas mãos dele e eu sei como é essa sensação porque eu presenciava ela clamar a morte. e com certeza você não inventaria tudo isso, eu queria tanto, tanto te ajudar mas, você tem que passar por mais dois psicologos, a única coisa que eu poderia fazer e ter um bom relatório sobre você mas… você tem que colaborar.’ a ruiva suspirou surpresa e assentiu com a cabeça, lágrimas rolaram de seu rosto freneticamente, a morena secou seus olhos rapidamente sorrindo ‘tudo bem… então, ele foi seu marido durante dez anos? Agora me conte como se conheceram…’ mil lembranças passaram por sua mente, até mesmo do seu jeito doce e ingênuo de antes, havia mudado tanto, uma pequena parte de si so retornou quando encontrou marie. Antes disso as memorias daquele homem á aterrorizava, tornou-se tão amarga que nem mesmo percebeu, ele invadia seus sonhos, sua mente, e nada que fizesse parecia o que o manteria longe dela, ele estava destinado a atormenta-la. as visões daquele homem horrendo a chamando naquele corredor nunca pararam, ela mesma acreditava que estava louca mas, precisava sair daquele lugar urgente, tudo estava desmoronando e ela estava indo junto.
Após longas horas de perguntas enfim os três psicologos avaliariam seu caso e o que tudo indica e que foi muito bem nos três, é obvio que teve que mentir para os últimos dois, nada que compromente-se o diagnostico. antes de sair por um corredor de volta a saída Rosalina correu ao seu alcance a segurando ‘Aurora!! Hum… eu quero te falar algo mas, eu acho que é muito anti profissional, porém, contando tudo o que eu fiz hoje ser mais um pouco anti profissional não será um problema.’ a ruiva riu e a olhou ainda mais curiosa, a morena parecia muito inquieta e falava em um quase sussurro, ela olhou os dois lados do corredor novamente ‘Sabe… eu sou de uma matriz, tem muita coisa que eu sei que muito provavelmente você não sabe, enfim... na nossa religião acredita-se que enviados tanto do céu quanto do além, podem vir para fazer algo a você. E a sua história e muito parecida com a dos espíritos G, ele vem enfurecido por algo mal resolvido no passado, e para ele estar próximo de você… você tinha que estar perto de algum parente de sangue dele, ele não pode te matar mas, pode te perseguir até que você mesma se mate.’ a ruiva arregalou os olhos e um vento frio passou por sua espinha, enfim algo parecia fazer sentido em sua vida mas, por mais que algum dia fosse espírita essa história parecia uma grande loucura, seu choque foi ainda maior quando lembrou de uma pessoa ‘Mary!’ ela falou em um sussurro, ela se despediu da morena e saiu praticamente correndo para seu quarto. Tudo estava processando na mente da ruiva, muita coisa que rosalina disse parecia fazer sentido, e se fernando fosse esse espírito G por isso ele a vem perseguindo, ele tinha que ser parente de mary, mas o que ela poderia ter feito para ele ficar tão enfurecido? Em seus sonhos as únicas pessoas que apareciam era angelic e Sebastian, e nenhum deles parecia estar enfurecidos com ela… não era diferente, era tão puro e angelical. Sua mente tentava encontrar um ponto certo em toda essa história, e se apenas não pensasse nisso? Talvez respostas viriam mais rápido. '‘Eai ruivinha, vai ir embora dessa merda? Ou te enrolaram pra fazer sessões intermináveis?!.’ nicole despertou a ruiva de seus devaneios “essa garota não cala a porra da boca?” pensou consigo mesma, não escondendo a frustação ‘nicole!! eu te dou 100 reais pra você calar a boca e me deixar em paz até segunda-feira.’ a garota começou a rir compulsivamente ‘Ah, ruivinha, 100 reais não me serve de nada aqui dentro mas, você pode me pagar com outra coisa…’ a garota se levantou de sua cama e sentou lentamente ao lado de aurora, a ruiva a olhou de cima a baixo, um sorriso malicioso se formou em seu rosto ‘Talvez se… me desse uma única chance…’ ela sussurrou tão perto da ruiva que ela sentiu seu alito ‘Hum…Nunca! Por mais que você seja bonita, eu tenho a pessoa que eu amo’ um sorriso presunçoso saiu dos lábios da garota ‘Olha ruivinha, eu pretendo fazer sexo com você e não me casar.’ aurora riu e chegou perto do ouvido da garota ‘então…’ antes de falar qualquer coisa a garota a beijou ferozmente, não tinha nem um pouco o gosto que mary carregava mas, fazia tanto tempo que não se tocava e não era tocada, já que a garota insistia tanto acabou cedendo e de qualquer forma tinha uma grande esperança de ir embora na segunda-feira; os beijos da garota desceram por todo seu corpo, até que isso estava bom, ela parecia bem experiente, ter uma cabeça pra fechar as pernas envolta era com certeza a melhor sensação que sentiu dentro daquele lugar, a garota era feroz e incrivelmente sedutora, na chegada de seu orgasmo que ela poderia jurar que foi duplo, ela sentiu a necessidade de retribuir o que recebeu, e assim fez e nunca havia visto uma mulher gritar tanto na vida, quase se arrependeu do que fez, a garota mudou de humor varias vezes durante o sexo o que fez a ruiva se assustar um pouco mas, não deixar de terminar o seu trabalho. ‘Uau! Que porra! Você e melhor do que a louca do quarto 212, me fodeu literalmente.’ a garota começou a rir, a ruiva ainda olhava para cima esperando aquela pontada de ressentimento sumir, a garota se virou e olhou aurora curiosamente ‘O gato comeu sua lingua?’ a ruiva se virou também ‘Já te paguei o que você queria, agora cale a boca.’ a garota sorriu debochada e levantou da cama se vestindo novamente ‘ta bom madame. sua esposa tem sorte, até transando comigo você chamou o nome dela.’ aurora corou envergonhadamente, nem notou quando isso aconteceu ‘ela não é minha… esposa…’ ela disse mais para si mesma, um sorriso brotou em seu rosto; ainda era sexta-feira falta longos dois dias para segunda, nada conseguia abalar sua esperança de sair legalmente daquele maldito lugar.
‘O QUE?!!’ a ruiva gritou surpresa, os psicologos se reuniram em uma sala com aurora ‘Olha senhorita mézoto… não temos algo realmente lógico para explicar o porquê de você ser legalmente casada com um homem por dez anos e ele simplesmente não deixar rastros, verificamos o inquérito da polícia sobre seu caso e é tudo uma bagunça, te monitoramos e nada realmente aponta para uma esquizofrenia, então so o que podemos concluir e que você tem depressão, ansiedade e um trauma intenso desse… relacionamento… enfim, concluímos que não foi algo criado em sua mente, poderia sim ter um homem a solta que ameaça sua integridade física.’ o sorriso da ruiva rodeava seu rosto, lágrimas de alegria saiam de seus olhos, enfim, psicologos formados atestaram que ela não estava alucinando, esfregaria esse diagnostico na cara de quem a atravessa-se na rua, sua alegria era imensa. Logo após mary foi chamada para buscar a ruiva, aurora arrumava suas coisas como um relâmpago - não que tivesse muitas coisas - nicole estava sentada na cama olhando para o chão ‘sabe… vou sentir sua falta, mesmo você me mandando calar a boca toda hora… você era a minha única companhia lúcida.’ era a primeira vez que a ruiva via nicole chorar e falar algo que não fosse sarcastico, uma grande empatia pela garota se formou dentro de sí ‘nicole… eu tambem vou sentir falta da sua tagarelisse, você e bastante estranha garota, e com certeza vai sair daqui. ’ a ruiva sorriu, nicole levantou a cabeça e assentiu sorrindo ‘não acho que tenho chance… eu matei minha familia inteira, bem… não eu, mas foi umas das minhas personalidades, eu estou presa nesse inferno desde que eu tinha quinze anos.’ a ruiva arregalou os olhos mas, apenas passou a mão por seus cabelos antes de a puxar para um abraço um sinal ecoou e a ruiva tinha a certeza que estava em sua hora ‘eu vou te ajudar nicole, prometo.’ ela pegou sua mochila e saiu correndo, um segurança chegou e a levou até a porta de saída onde estava as duas mulheres que mais amava a esperando, mary estava inquieta e a olhou quando ficou de boca aberta ‘Ruivinha!!’ um grito ecoou do final do corredor e nicole veio correndo com algo em mãos ‘você esqueceu seu… caderno.’ a garota disse respirando fundo, a ruiva pegou seu caderno e sorriu ‘Obrigada nicole…’ antes de prosseguir a garota lhe deu um abraço, aurora a abraçou esquecendo que mary e sua filha a olhava curiosa ‘mary, marie essa e a nicole. Nicole essa e a minha filha marie e essa e mary.’ nicole sorriu largamente ‘hum... então você e mary? Prazer.’ nicole assenou de longe e aruiva corou, sabia exatamente o que esse tom de voz da garota estava sugerindo, a morena assenou de volta devolvendo um “prazer.” nicole olhou para marie e sorriu maliciosamente ‘Marie? Hum… prazer, tão bonita quanto a mãe.’ aurora lhe deu tapa no braço, marie corou olhando para outro lado ‘tchau ruivinha.’ a garota a olhou e suspirou pesadamente ‘tchau nicole e espero te ver de novo, mas em outra situação.’ a garota assenou e saiu correndo de volta pelo corredor, a ruiva enfim se virou para as mulheres ‘nicole é?’ mary falou indiferente a ruiva começou a rir e a abraçou com toda força que conseguiu ‘ciúme uma hora dessa?’ aurora começou a rir e mary pegou sua bolsa a levando para fora ‘filha!! Que saudade, eu te amo.’ a garota sorriu alegremente e a abraçou ‘eu também te amo, mamãe.’ lágrimas de felicidade escorreram por seu rosto, marie a soltou e correu para o carro, mary que olhava a cena encantada pegou a mão da ruiva ‘eu também te amo.’ aurora sorriu e a puxou para um beijo, um barulho de buzina ecoou do outro lado, as duas olharam na direção e sorriam para a garota apressada.
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NADA É O QUE PARECE
Mystery / Thriller{CONCLUIDA} Fanfic Aurora mezoto tem sonhos vividos de sua vida passada; olhos azuis que à miram em uma tapera rodeada de bêbados. Problemas encubados em sua historia que mais tarde atormenta sua mente, problemas familiares, e misterios em sua vida...