NADA É O QUE PARECE

APENAS

"VOCÊ O MATOU, FOI VOCÊ" o grito estridente da ruiva ecoou por toda a sala, misturando-se com uma profunda tristeza, o homem que estava elegantemente a sua frente permaneceu calmo fumando um charruto cubano; "eu?! Oras, minha cara, parece que alguém esteve com amnésia" apenas aprofundou-se mais na poltrona, com um sorriso no rosto, esticou-se e pegou um pequeno controle de botão único; 'veja' uma imagem apareceu na enorme parede branca da sala -- uma ruiva jovem muito atordoada, estava a frente de uma casa apontando o que seria um rifle na direção de um homem, um clarão e um forte estrondo pode ser visto -- 'não, não, não... eu preciso-so ir' sua voz se tornou miúda, ela estava chocada demais para reagir, seus olhos ameaçavam marejar, antes de desabar naquele lugar; sons de salto estendeu-se por toda a sala 'ai, ai ela até que era interessante, quase tornei-me hetero' o homem apenas sacudiu a cabeça levemente, rindo.

DEZEMBRO DE 1990

A jovem ruiva acabará o seu doutorado de psicologia, seus sonhos de infância à levaram para esse ramo - olhos azuis piscina, cheios de luxúria à fitavam em uma bar de época, suas roupas eram um tanto quanto fora de moda, mas aquele olhar nunca sairá de sua mente - estudar a mente humana à atraia, estudará por toda a sua juventude os pais da psicologia Wilhelm Wundt, platão, Aristóteles, Sócrates, etc. Saber que seus sonhos poderia ter explicações, ajudar pessoas com os mesmo problemas a se encontrarem, trazia a sí mesma grande paz de espírito, acreditava fortemente em vida pós morte mesmo que seu trabalho tenha que deixar suas crenças fora disso, nunca duvidou de sua mediunidade - mesmo que sempre sofresse grande repreção por isso - e seguiu a ser espirita assim como sua mãe - que por obra do destino a levará cedo demais - acreditava que tinha uma grande conexão com sua mãe e por mais que o destino as separassem iriam sempre se reencontrarem.
'Oh! Oras, oras, o senhor prefeito Joseph Mézoto e a recem primeira dama Mary Elizabeth Mézoto, foram flagrados saindo de um luxuoso restaurante de tauret' a ruiva leu em voz alta revirando os olhos, segurando o jornal 'você acredita nisso Hock?, nem esperou o corpo da ex-esposa esfriar, para ir se esfregar em outra jovenzinha boba qualquer, que tem a idade da própria filha dele' revirou os olhos jogando o jornal longe bufando 'olhe para você aurora, parece uma menininha birrenta, a vida e do presidente ele faz o que bem entender, afinal, sua esposa faleceu a 8 anos, espera que ele fiquei solteiro eternamente?, alias não sei porque se importa tanto' disse a loira em desdém com o assunto se sentando a mesa de café ao lado da ruiva 'é, verdade' disse a ruiva por fim. Apesar de serem grandes amigas e dividirem o mesmo apartamento ambas sempre guardavam grandes segredos. Seu dia prosseguiu pacificamente, seu escritório não tinha grandes movimentos - o que é de se esperar pra uma cidadezinha de dois mil e um habitantes - o que significava que faltaria dinheiro novamente para ajudar no aluguel, ao anoitecer aurora saiu de seu consultório rumo ao único lugar que ia, sua casa, ao adentrar avistou o síndico discutindo novamente com uma vizinha 'olá, senhor saléz, sinto em lhe dizer mas os negócios estão fracos esse mês, posso lhe pedir um prolongamento do aluguel para o próximo mês?' O síndico antes com uma carranca lhe estendeu um largo sorriso 'oh senhorita aurora, não se preocupe, seu pai veio e pagou o aluguel por mais cinco meses' aurora o olhou com fogos nos olhos 'ele fez OQUE?!!' o síndico tremeu ao ver a ruiva gritar e sair correndo para o carro.
A estrada era escura e mal iluminada um único farol de carro era visto, o da ruiva, seu pé se mantinha pesado no acelerador, logo subiu um moro íngreme onde tinha a maior e mais bela casa de toda a tauret, seu corpo tremia de raiva, logo estava a enorme porta de entrada batendo na porta 'Oh! Minha querida, não precisa bater para entrar, ja lhe disse uma vez, a casa é sua, entre!' a voz do homem era calma e sarcástica o suficiente para irritar ainda mais a ruiva 'não me venha com sarcasmo uma hora dessas papai, quem lhe deu o direito de se intrometer em minha vida' aurora parou no hall o olhando 'ah, sim, você fala do aluguel daquele muquifo?, bem soube que seu consultório não estava indo tão bem, e resolvi dar-lhe uma mãozinha' o homem mais velho se pós em frente a uma grande lareira, sentado em uma poltrona de couro, dando as costas à ruiva 'eu lhe disse uma vez quando sai daqui e não irei repetir, não se intrometa em minha vida' uma risada massante ecoou por toda a enorme sala 'puxou o temperamento explosivo todo de sua mãe, alguém ja lhe disse que fica um tanto quanto fofa assim?' aurora se pós a sua frente percebendo que seu pai estava com um grande roupão de ceda branca, antes de ter tempo de dizer algo a mais passos foram ouvidos vindo da escada - uma linda jovem dos cabelos negros avolumados, olhos tão cristalinos que pareciam ser transparentes, os lábios marcados com um vermelho sangue - descia as escadas vagarosamente a ruiva podia jurar que ja tinha visto ela em algum lugar, algo dentro de si dizia que sim, todos os olhares se voltaram a ela 'oras aurora não olhe muito se não vai acabar babando em meu tapete' o homem disse rindo em quanto olhava a reação da ruiva em sua esposa, um grande rubor formou-se em suas bochechas 'oi, você e certamente a aurora prazer em lhe conhecer finalmente' a morena disse estendendo a mão para a ruiva que agora estava em sua frente, aurora a olhou por um tempo antes de estender a mão para a mulher 'então você e a nova presa do presidente joseph' seu tom soou mais debochado o possível, a morena apenas riu timidamente, de repente o homem que estava na poltrona puxou a morena para seu colo o que a fez soltar um gritinho e a beijou 'isso e modos de tratar sua madrasta aurora' a ruiva revirou os olhos e foi saindo sem aviso previu 'so vim para avisa-lo para não se intrometer em minha vida' seu grito ecoou pelo hall até chegar na sala 'gostei dela, parece com você' a morena riu pensando em como aquela ruiva era bem bonitinha 'sei, sei, agora vamos deixar ela pra lá' o homem se levantou da poltrona carregando a morena em seus braços em direção a extensa escada.