Reencontro - Parte 2

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-Pensei que não o veria nunca mais... garoto prodígio. - ela se vira em minha direção e me lança um sorriso.

Naquele momento eu desaprendi a respirar. Ouvia meu coração pulsar e o sangue passando por ele. Minha boca ficou seca e comecei a ter uma leve tontura. Soltei o ar.

Bárbara levanta de seu telhado, ela o faz parecer seu. O modo como anda sobre ele até mim me fascina, talvez não exista alguém como ela.

-O morcego perdeu a língua? - riu. Ainda paralisado, ela passa seus dedos enluvados sobre minha bochecha me deixando envergonhado por não ter feito a barba antes de me encontrar com Estelar.

Estelar...

-Continua a mesma garota de sempre, Bárbara. - me liberto de meu transe e a encaro. Agora sou mais alto que minha colega de equipe e consigo olhá-la por sobre seu rosto. -É bom vê-la de novo.

-É um prazer receber de volta o parceiro mais querido do Batman. - tirou sua mão de meu rosto e se afastou de mim. - Agradeço por ter vindo, acabei atrapalhando seu encontro. - ela mostra sua luva suja com algo cor de rosa que estava em minha bochecha, marca de batom.

-Há coisas que um super herói tem que fazer. - digo com uma expressão mais séria tentando evitar o incômodo de meu rosto transparecer. 

-Entendo completamente. - ela se vira dando as costas para mim, caminha até uma maleta preta que se encontra atrás de algumas caixas. - Aqui estão os dados dos crimes e seus respectivos criminosos mais recentes de Gotham. - abre a maleta revelando um computador moderno em sua nova atualização, devia ser mais avançado que o que eu possuía. Batman deve tê-lo aperfeiçoado. Listas completas com nomes, endereços e fotos aparecem na tela - Todos esses casos foram solucionados pela mulher que se encontra em sua frente, menos um. - um novo arquivo se abre revelando a foto do Sol Negro, filho do Pinguim.

-Ethan Cobblepot, agora leva o nome de vilão Sol Negro. A startup dele desenvolveu um aplicativo onde as pessoas solicitam a remoção de sem tetos das ruas.

-Mas isso não seria bom? Levar essas pessoas para locais seguros? - pergunto.

-Se fosse para isso que o aplicativo servisse... Os agentes que são solicitados para a remoção dessas pessoas, abusam delas, espancam, humilham, agridem psicologicamente e fisicamente. Eu acredito que Ethan saiba do que acontece por lá, já que outros aplicativos de sua startup estão causando problemas com diversas pessoas. Um deles é de acompanhamento a pé para a casa dos usuários. Mulheres foram estupradas e homens roubados. De acordo com minhas suspeitas, Ethan está roubando dados das contas de seus usuários e os vendendo para outras empresas, ou até vigiando todos para tomar conta da cidade. 

-Acha que o Pinguim tem alguma coisa haver com tudo isso?

-Pouco provável. Fui em escondida em seu escritório e ele estava lá, com raiva de seu filho tanto quanto eu estou. 

-Então vamos resolver esse caso. Não será tão difícil.

-Dick... você não está entendendo. Ainda falta uma parte do problema para lhe contar. - ela respira fundo, arruma seu cabelo para trás da orelha como faz quando está nervosa. - Eu e Ethan estamos namorando.

Meus olhos se arregalaram. Estava surpreso e chateado por algum motivo. Minha garganta parece se fechar e pigarreio para voltar a falar. - Felicidades ao casal. - tento sorrir.

-Você não está entendendo, Ethan pode estar me vigiando neste exato momento, já deve saber que sou eu quem o está investigando. 

-Então ele pode estar fazendo isso pelo seu celular, por que me ligou por ele?

We Are Coming - Uma História de Jovens TitãsOnde histórias criam vida. Descubra agora