cap 13 - irmã adotiva

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Estava saindo da escola guardando meus livros na mochila quando de repente esbarro em alguém.

Estava prestes a me desculpar, mas quando levanto o rosto e vejo quem é acabo mudando de ideia.

- Ora, Ora, se não é Milena Jones

- Olá Naja. Eaí como vai a vida? Espalhando seu veneno matinal?

- Ainda não, tava procurando a vítima perfeita pra isso e aí encontrei você, pelo jeito é o destino não acha?

Fico calada e apenas continuo meu caminho.

Nádia Jones, ou como gosto de chamá-la, Naja.

Nádia é órfã, seus pais eram viciados e morreram de overdose quando ela tinha 4 anos, por conta disso ela acabou indo parar em um orfanato onde permaneceu até seus 11 anos.

Para quem não sabe, orfanatos costumam ser muito cruéis, pessoas no geral são cruéis, até você é cruel, ninguém escapa. As pessoas geralmente não adotam negros, deficientes e crianças grandes, elas preferem crianças recém nascidas ou até os 4 anos, se você passar disso vc tem grandes chances de não ser adotado e acabar sendo expulso quando completar 18 anos. Não importa se você tem ou não um lugar para morar.

A um bom tempo eu queria ter uma irmã e meus pais estavam querendo uma outra filha também, mas eles não queriam passar pelo processo de gestação pelo fato de que eu não poderia brincar com a criança, por isso decidimos adotar alguém que regulasse idade comigo. Foi aí que encontramos Nádia, ela tinha onze anos e eu dez, nas primeiras semanas foi incrível, até que Nádia começou a roubar minhas bonecas e não deixar eu brincar com ela, com o tempo foram sumindo coisas lá em casa, por mais que não quiséssemos ser preconceituosos nós sabíamos quem estava roubando.

Mamãe disse que ela passou por uma infância difícil e que por isso tínhamos que ter paciência. E eu tentei, juro que tentei, mas Nádia não colaborava. Um belo dia encontrei ela chorando e resolvi consola-la. Após dois anos não aguentamos mais, então decidimos não ficar mais com ela. Mas eu e meus pais gostávamos muito dela então resolvemos ficar com ela até ela achar outra família.

Após alguns meses Nádia foi adotada por uma das famílias mais ricas da cidade, ela se formou ano passado e hoje tem uma vida de luxo. Ela nunca mais nos perdôou por não termos ficado com ela e eu nunca a perdoei por ter nos roubado todos esses anos.

Mas eu amo ela, sempre vou amar e sei que ela sente o mesmo pois mesmo depois de mudar de família ela ainda usa nosso sobrenome, o sobrenome Jones não está mais presente nos documentos dela, mas ela exige que todos a chamem pelo sobrenome Jones. A sorte é que os Marqueses são muito legais, por isso respeitaram a decisão dela e entenderam o sentimento dela pela nossa família.

- Mili - ela me chama pelo meu apelido de infância, inclusive, uma curiosidade sobre meu apelido, foi a Nádia que o escolheu, uma vez estávamos brincando e ela disse que Mili combinava mais comigo, depois do que ela disse eu passei a falar para todo mundo me chamar de Mili, na verdade só minhas amigas mais íntimas.

- Sim? - eu respondi

- Sinto sua falta - dito isso ela se virou e foi embora.

****

- Alguma vez já pensou em voltar a falar com ela? - perguntou Amanda, eu e ela estamos deitadas na cama e Amanda está de cabeça para baixo.

- Não sei, muita coisa mudou desde que ela foi embora.

- Eu sei, mas vocês se adoravam e ela mesmo disse que sente sua falta.

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