Fim de uma Era

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Faltava um minuto antes do relógio indicar o horário combinado entre meus jovens pais. Eu já estava a espera dos mesmos na entrada do karaokê, ansiosa, vestida casualmente, pois não queria que cogitassem a pensar na ideia de eu querer impressiona-los com uma roupa. Poderia também ser o caso. Acho que tudo o que eu queria, na verdade, é um elogio. Apesar de os kwamis, deixados para trás na entrada mágica, já haviam me elogiado mais vezes que o necessário. Queria algo vindo deles.

O ponteiro começou a se mover próximo das sete horas e meia e, atenta, observava o céu na esperança de vê-los se locomover entre as estruturas até o local. 

Forçando um poucos os olhos, consegui enxergar duas sombras, praticamente um borrão, sobressaltando de uma casa à um prédio. Uma delas tentando camuflar o seu vermelho com o negro da noite, e outra quase imperceptível seguindo o borrão vermelho, sendo notado apenas por suas passagens nas nuvens acinzentadas. Ambos alternando entre tomar a frente um do outro a fim de não serem identificados por turistas em volta, com cuidado para não aparecerem na luz que a Torre Eiffel emitia naquela horário.

Acenei. Enquanto me movia para luz, permitindo que seus olhos pudessem me ver, percebi que os heróis estavam...diferentes. 

- Nós demoramos muito? - Ladybug perguntou descendo elegantemente do telhado, parando ao lado de uma roseira do nosso local de encontro. Ela sorriu observando a flor, combinava com sua cor.

- Oi querida! Chegamos! - Chat Noir desceu deslizando em seu bastão, ficando ao lado de sua querida joaninha. 

- Mari-Mãe! Mãe, pai! - tentei disfarçar o nervosismo no tom de voz por quase tê-la chamado pelo nome real. - Fico tão feliz que conseguiram vir. - eu sorri. - Mas, por que estão...diferentes? 

- Ah, isso... - ela acariciou o próprio braço, meio com vergonha. 

Os dois salvadores de Paris continuavam mascarados e com a sua cor ainda predominante. porém os trajes já não diziam respeito.

Ladybug vestia uma saia, que começava relativamente curta na frente e grande atrás indo até seus pés, também usava um chale vermelho transparente. As maria-chiquinhas se transformaram em um coque o topo da cabeça com uma presilha de flor nele, e uma sapatilha preta para combinar com todo o resto de suas bolinhas. 

Chat Noir usava um blazer, branco, entalhado uma pata de gato verde ao lado direito. Seu cabelo, totalmente liso puxado para trás, deixava a testa amostra com pouquíssimos fios caindo sobre seu rosto. As orelhas permaneciam escondidas sobre um chapéu preto, porém o cinto que tratava como um rabo, ainda estava exibindo. Ele fazia a pose mais sedutora possível, como se estivesse num desfile tentando impressionar alguém. Por que será? - pensei, já sabendo a resposta. 

- My Lady me trouxe essas roupas, disse combinaria com o lugar. - ele colocou o fio caído ao lado de seu rosto atrás da orelha. 

- Eu só pensei que seria divertido mudar...nessa ocasião! E você vai precisar me devolve-la, depois. - ela cruzou os braços. - percebi o modo desajeitado de falar, o lado Marinette, a garota do ensino médio, transparecia sem querer. Mas só quem a conhece perceberia. 

- O que? - o gato disse totalmente intrigado. 

Enquanto os dois entravam na sua mini-discussão, eu escondia o riso com a mão no rosto. Mas em algum momento a risada se tornou incontrolável. Sentia falta dessas briguinhas que meus pais tinham no dia-a-dia, tudo neles me fazia sentir mais falta de casa. 

INYL-  From The Future To The PastOnde histórias criam vida. Descubra agora