capítulo 08

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No fim das contas o pôr-do-sol havia sido realmente bonito e até me permiti viver a sensação de liberdade de quando era mais jovem. Eu adorava essas coisas ao ar livre, aproveitar a natureza, sentir a brisa no rosto.
Eu tinha muito a agradecer ao Bailey.

- Por favor, aceite minha carona, é minha forma de dizer obrigada pelo ótimo fim de tarde. - Falei.

Estávamos próximo ao estacionamento onde eu havia deixado meu fusquinha azul e ele tentava se esquivar da minha carona pois pensava que ia me atrapalhar, mas poxa ele até que tinha ganho um crédito depois de hoje.

- E se isso acabar tirando do seu tempo com a Bel? Você e ela podem querer ir fazer algo e ir até onde eu moro pode demorar bastante. - Ele contrapôs.

Dei de ombros.

- A Bel não vai precisar de mim pelas próximas horas, pode ter certeza.

- Por quê?

Avistei meu carro mais a frente e apontei para ele. Bailey me seguiu de perto.

- A Sofya sempre cozinha alguma gororoba para a gente nos sábados à noite e a Bel ajuda ela. Então elas devem estar bastante concentradas.

Ele riu.

- E o que você faz? - Quis saber.

- Eu como. E crítico às vezes. - Fiz uma careta e ele riu ainda mais. - Você está rindo porque nunca tomou o café sem gosto da Sofya. É sério, faz você querer pôr a bile para fora!

- Ah, não deve ser tão ruim.

O fitei por cima do teto do carro e balancei a cabeça.

- Ótimo, eu vou te pôr à prova e você me diz. Um dia eu te faço beber aquele café medonho e quero ver sua reação.

Destranquei a porta do carro e tirei o chapéu para poder entrar.

- Eu aceito o desafio. - Disse, enquanto abria a porta do carona e ocupava o banco. - Me diz o dia e a hora e a gente vê isso aí.

Fechei a porta do meu lado e coloquei minha bolsa no banco de trás.

- Eu posso gravar sua reação? - O encarei com uma sobrancelha erguida. Ele me encarou de volta.

- Pode, mas só se eu puder tirar uma foto desse sorriso no seu rosto, porque ele parece ser raridade.

Na mesma hora um calor subiu pelo meu rosto e senti meus lábios se curvarem ainda mais para intensificar aquele sorriso.
Eu nem havia me dado conta do quanto estávamos próximos ali naquele carro. Eu nem sequer tinha percebido o quanto aquele carro era pequeno até estar ali, cara a cara com um homem que me deixava completamente bem e intrigada.

- Não sou muito de tirar fotos. - Expliquei ainda com os olhos presos nos dele. - Só tiro fotos em ocasiões realmente esporádicas. Talvez no natal, talvez no ano novo, talvez no meu aniversário e sempre no aniversário da Bel, porque ela me cobra muito e eu não posso negar isso à ela.

Bailey sorriu de lado e encostou a cabeça no encosto do banco.

- E se a gente fingir que estamos dentro de um desses 'talvez'? - Propôs.

Estalei a língua e ergui as duas sobrancelhas.

- Não é natal nem ano novo, muito menos meu aniversário, Bailey.

Ele puxou o lábio inferior para fora e para baixo e depois balançou a cabeça de um lado para o outro bem devagar.

- Ok. Você tem razão, mas... Hum... Já sei! - O observei puxar o celular do bolso e digitar algo e, em seguida, uma música natalina preencheu todo o interior do carro. - Agora já é natal! Vamos, agora podemos tirar a foto.

𝐏𝐨𝐫 𝐚𝐦𝐨𝐫; 𝐌𝐚𝐥𝐢𝐰𝐚𝐥 / 𝐒𝐡𝐢𝐯𝐥𝐞𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora