Um senhor baixinho na casa dos quarenta e tantos anos nos chamou em sua sala para falar sobre a Bel.
Pedi que Bailey entrasse comigo, pois notei que ele estava ansioso mesmo que tentasse disfarçar.
Me sentei em uma cadeira e ele sentou na outra.- Bom, primeiramente me chamo Eduardo e eu atendi sua menininha. - O senhor sorriu e isso me deixou mais tranquila afinal ninguém sorri antes de dar uma má notícia, certo? Ele proseguiu: - A Isabel tem um quadro de infecção intestinal e era por isso a febre e a barriga inchada.
Soltei os ar e fechei os olhos por um segundo.
- Então ela está bem? - Bailey perguntou.
- Está. Ela só precisa beber bastante líquido e tomar um antitérmico só para baixar a febre mesmo, mas daqui há uns dois dias estará recuperada. - Ele me lançou um olhar solidário. - A filha de vocês é muito forte, podem ficar tranquilos. Isso acontece.
A filha de vocês.
Olhei de soslaio para Bailey e ele estava muito concentrando ouvindo as palavras seguintes do médico. Ele realmente estava agindo como um pai, era aceitável que o médico pensasse isso.
Passei as palmas das mãos suada pela calça de moletom que eu estava usando e balancei a cabeça concordando com algumas recomendações do médico.
Eu precisava realmente ficar de olho no que a Bel comia.- Eu posso vê-la agora, não posso? - Falei.
- Claro, ela está na enfermaria cinco. Podem ir vê a menininha de vocês. - Ele sorriu mais uma vez e eu desejei lhe dar um abraço, porém eu precisava ver minha filha logo.
Depois de agradecer sai na direção em que algumas placas indicavam ser a ala das enfermarias.
Bailey segurava minha mão e ia contando em voz alta os números das portas até que chegamos à número cinco.
Abri a porta devagar e vi uma moça verificando o soro que estava hidratado Bel.- Mamãe! - Minha menina chamou, porém dessa vez não era pesadelo ou delírio. - Eu fui muito forte. Nem chorei quando a moça furou meu braço.
Sorri para ela e me sentei numa cadeira ao lado de sua maca.
- Você é muito forte mesmo! - Falei.
- Forte e esperta, mas agora precisa descansar e logo o médico dará a alta. - A enfermeira falou em um tom brincalhão que me deixou ainda mais tranquila. - Daqui a pouco eu volto para tirar o soro.
Concordei com um aceno de cabeça e voltei toda minha atenção para Bel.
- A mamãe estava tão preocupada!
Ela sorri, mas noto que está meio grogue pelos remédios.
- Eu estou bem, mamãe. Sou forte!
Acabo rindo daquilo e escuto a risada de Bailey que está encostado na parede nos observando.
- Vem cá. - O chamei e ele veio. - Bel, olha só quem cuidou de você com a mamãe.
Isabel me olha com os olhinhos verdes arregalados e cobre a boca com a mãozinha que não está com soro.
- Oi, Bel! - Bailey falou. - Gostou da surpresa?
Ela assentiu veementemente.
- Sim! Me dá um abraço? Os dois? - Pediu toda manhosa e não tivemos como negar.
Eu sentia uma paz tão imaculada e única que me fazia querer chorar apesar da felicidade que expandia meu peito.
Só de estar ali, com a minha filha se recuperando, com Bailey lhe acariciando a cabeça e com a certeza de que não estava sozinha, nossa... Eu tive um lindo vislumbre de como é uma vida perfeita. Uma vida que eu estava começando a viver.°°° °°°
Chegamos em casa quase seis da manhã e Bailey estava com Bel nos braços pronto para colocá-la na cama.
Segurei a porta do quarto e depois afastei os lençóis para que ele pudesse deitá-la e ela pudesse enfim dormir tranquila.Sentamos os dois na beirada da cama e suspiramos de alívio na mesma hora.
Era até engraçado então nos olhamos e começamos a sorrir.
Pareciamos dois bobos cheios de olheiras e, só então, me dei conta que tinha saído com uma calça velha de moletom e uma blusa fina sem sutiã, sem contar que minhas sandálias eram diferentes. Eu nem sequer tinha reparado que estava usando sandálias trocadas.Mas tudo bem. Estava tudo bem agora.
- Meu Deus, que noite! - Suspirei. - Quer um café?
Ele balançou a cabeça.
- Acho melhor não. Eu preciso ir para você poder dormir um pouquinho com ela.
Neguei com um movimento breve de cabeça.
- Não posso. Vou ligar para uma moça que cuida dela às vezes. Se eu me atrasar ou faltar o Luciano me demite.
Bailey ergueu uma sobrancelha.
- Se tem uma vantagem de ser dono daquele lugar deve ser a de poder dar folga à quem precisa sem maiores explicações. Então, Shivani Paliwal, você está de folga e deixe que com o Luciano eu me acerto.
Fiquei de pé e neguei novamente.
- De jeito nenhum, Bailey. Eu não quero nenhum tipo de favoritismo. Sério. Não gosto dessas coisas e não é justo.
Ele se levantou também e parou bem na minha frente com sua camisa ( mais uma das tantas ) toda estampada e que estava pelo avesso.
- Não tem acordo, Shivani. Você precisa e eu posso ajudar. - Ele contrapôs. - A Belzinha precisa de cuidados e mais tarde eu passo aqui com os remédios que o médico passou. Você descansa e deixa que, só dessa vez, o peso do mundo saia dos seus ombros.
Cruzei os braços e me aproximei um pouco mais dele.
- Não acho justo.
Ele segurou meu rosto com delicadeza e beijou meus lábios com tanto afeto que eu quase desmaiei.
- Me deixa cuidar de vocês. Por favor.
Olhei no fundo dos seus olhos e busquei alguma coisa que me fizesse negar aquele pedido, mas tudo que eu lia ali era o mais puro carinho e a mais bonita boa vontade.
Devolvi o beijo em seus lábios e toquei sua barba que começava a nascer.- Eu deixo. - Respondi.
Ele me beijou mais uma vez e caminhou até a cama para dar um beijinho na testa da Bel.
- Dorme bem, princesa. - Murmurou.
Bel abriu os olhinhos por uns segundos e voltou a fechar, mas antes disso falou baixinho com a voz arrastada:
- Te amo, papai.
Arregalei os olhos e senti minhas juntas perderem as forças.
Papai.
Busquei o olhar de Bailey, mas ele a estava olhando e, quando finamente me olhou, seus olhos estavam marejados e um sorriso enorme estampava seu rosto.
- Você ouviu? - Ele perguntou todo eufórico. - Ela me chamou de papai.
Uma lágrima seguida de outra escorreu pelo meu rosto e eu abri um sorriso tão grande quanto o dele e falei:
- Sim. Eu ouvi, querido.
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[🥀]aaaaa, que fofos meodeus... estou totalmente rendida :)
[🇵🇭]demorei mais voltei ksks... minhas aulas voltaram hj, não estou preparada pra isso aaaaa. Então, por conta da aula irei postar um dia sim e um dia não, porq minhas aulas começam as 13:15 e acabam 18:20 aaa
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𝐏𝐨𝐫 𝐚𝐦𝐨𝐫; 𝐌𝐚𝐥𝐢𝐰𝐚𝐥 / 𝐒𝐡𝐢𝐯𝐥𝐞𝐲
FanfictionFazemos tantas coisas por amor que perder a cabeça acaba sendo consequência. autora original; AmandaYvina (ps; isso é uma adaptação)