Me levantei em um solavanco e a cadeira caiu para trás ecoando um barulho oco por toda a sala.
Balancei a cabeça negando veementemente.
- Você está maluco!
Ele riu preguiçosamente.
- Shivani, se eu bem imagino, você não deve ter um emprego lá muito fixo, certo? Imagina se, por acaso, você perde esse emprego?
Um sorriso de escárnio escapou dos meus lábios.
- Eu não vou casar com você. Você é maluco e não vou desistir até que essa coisa de guarda se encerre. Minha filha não vai ficar sozinha com você jamais. Eu não confio em você!
- Não me diga que ainda carrega aquelas besteiras do passado? Não acha que já está adulta o suficiente para superar aqueles pequenos...incidentes?
Passo as mãos pelos cabelos e espalmo as mãos na mesa.
- Quando um homem bate em uma mulher não é incidente, é crime. Um puta de um crime! - Falei com a voz trêmula pela raiva. - E eu daria tudo para ter esse pensamento no passado.
Ele contraiu os lábios e seu maxilar ficou tenso.
- Eu pedi perdão.
Eu ri com nojo e deboche.
- Vai se foder, Dylan! - Empurrei todos os papéis e todos eles caíram no chão junto com um notebook e algumas pastas. Ele me olhou boquiaberto e ficou de pé. - VAI SE FODER!
Peguei minha bolsa e sai batendo a porta.
°°° °°°°
Dois dias depois
Abri a janela do quarto onde Bel estava e deixei que o sol entrasse e trouxesse um pouco de ar puro para dentro.
Nos dias que se seguiram eu mal vi Dylan e fiquei feliz por isso. Isabel havia sido transferida para um quarto e, graças a Bailey, conseguimos colocá-la na ala particular e agora eu estava mais segura quanto aos médicos.
Me sentei em um banco próximo a cama e a olhei enquanto comia uma barra de chocolate que Sofya trouxera quando passou aqui antes de ir a livraria.
- Filha, não come tudo pra não ficar com dor de barriga. - Adverti.
Bel estava como antes: astuta, corajosa, brilhante e sem papas na língua. Ela estava normal.- O papai falou que eu posso comer chocolate. Ele disse que é, como se diz mesmo? Ah, é uma recompensa!
Rolei os olhos.
Eu vou matar o Bailey.
- Seu pai é um besta que não consegue negar nada à você e você, mocinha, se aproveita do ótimo coração dele.
Ela riu com as minhas palavras e se ajeitou na cama.
Isabel ainda estava usando um gesso que ia até um pouco acima do joelho, mas segundo o doutor Gastón, o novo ortopedista, daqui uns dez dias ela faria outro raio-x e poderiam tirar isso da perna dela.
Eu quase chorei de alívio.
- Onde o papai está, mamãe? - Ela perguntou lambendo os dedinhos sujos de chocolate. - Ele falou que ia trazer um livro novo.
Apoiei os cotovelos no colchão da cama e a encarei admirada com o quão minha menina estava grande.
Ela era tão linda.
- O papai foi até a empresa do tio Andrey, mas disse que volta logo. - Expliquei.
- Eu gosto do tio Andrey. - Suspirou. - Ele e a tia Sofy estão namorando... - Completou com um sorriso sapeca nos lábios.
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𝐏𝐨𝐫 𝐚𝐦𝐨𝐫; 𝐌𝐚𝐥𝐢𝐰𝐚𝐥 / 𝐒𝐡𝐢𝐯𝐥𝐞𝐲
FanfictionFazemos tantas coisas por amor que perder a cabeça acaba sendo consequência. autora original; AmandaYvina (ps; isso é uma adaptação)