Meu telefone começou a tocar e eu tateei o sofá em busca dele enquanto ainda tentava assimilar as palavras de Dylan.
Isabel nos encarava sem entender nada, mas ao mesmo tempo parecia entender absolutamente tudo.
Ela refletia meu medo.
-
Alô? - Balbuciei.- Shivani Paliwal? Aqui é Lana Jones do conselho tutelar. Bom, descobrimos que a senhora perdeu o emprego fichado recentemente. Procede?
Uma lágrima escorreu dos meus
olhos.
- Sim. - Sibilei.Isabel correu para o quarto e fechou a porta. Dylan sentou do meu lado no sofá e me encarou.
- Eu acredito que a senhora tenha conhecimento do que isso irá surtir em relação à sua guarda quanto a menor. Certo?
- Sim.
- A senhora não tem mais nenhuma renda fixa e como pretende sustentar a menina?
Olhei para Dylan que esperava pacientemente. Mordi o lábio inferior.
- Eu ainda não sei, mas estou procurando um trabalho e...
- A senhora deve entender que em circunstâncias assim a menina não pode ficar desamparada...
Fiquei de pé.
- Mas ela não está desamparada! - Retruquei. - Eu canto em um bar à noite e minha filha nunca passou fome.
- À noite? - Ela diz. - Deixa sua filha sozinha à noite para trabalhar em um bar?
Engulo em seco.
- Ela fica com uma amiga.
- Mesmo assim. - A mulher suspira do outro lado da linha. - Olha, eu também sou mãe e entendo todos os empecilhos e problemas que passamos, mas a lei precisa ser cumprida e...
- Que lei!? - Explodo. - Está na cara que o cretino do pai dela pagou para vocês! Ele comprou à todos! Que inferno, ninguém vê que esse homem arruinou a minha vida!? Que espécie de mãe é você que não me entende!?
Cala a boca.
Dylan se ergue e se aproxima de mim. Mas dane-se! Ele comprou mesmo.
- A senhora está totalmente fora de si e isso pode configurar difamação! A senhora além de tudo quer ser presa!? - Grita do outro lado da linha.
E é aí que eu caio em mim novamente.
Olho para Dylan com a testa vincada e a mão tremendo enquanto segura o telefone.
Era tudo um plano dele desde o início.
Ele está me enlouquecendo para pegar minha filha.... Ele pagou à essas pessoas...maldito!- Desculpa! - Me apresso a dizer. - Me desculpa, eu...
- Vou encaminhar essa ligação à corte. Se eu fosse a senhora arrumava um bom advogado, pois será praticamente impossível ganhar a causa e a guarda. Tenha um bom dia.
E então a ligação foi cortada e eu cambalaeei para trás me sentindo uma estúpida.
Ele não mudou.
Ele me enganou.
De novo. E eu estava nas mãos dele.- EU TE ODEIO! - Esbravejei atirando celular no chão. - Seu maldito miserável!
- Está louca!? - Berrou de volta.
Avancei nele como um animal raivoso e lhe desferi uma bofetada, depois outra e Empurrei seu peito com socos.- Maldito! Desgraçado! Você quer acabar com a minha vida!
Ele segurou meus braços e me fitou.
- A nossa filha está no quarto, você vai assustar ela, Shivani! - Falou.
Me soltei de suas mãos.
- Você é mal. Por que, Dylan? Porquê? - Indaguei.
Ele esfregou a nuca e balançou a cabeça.
- Por que eu te amo e por amor eu sou capaz de tudo. - Falou com tanta frieza que me afastei.
- Quer se casar comigo sabendo que amo outro só porque sente um amor doentio!? - um sorriso de nervoso escapa dos meus lábios. - Você é um psicopata!
Ele sorri, mas não há humor.
- Você também me amava. Seu amor não pode ter desaparecido e, se você casar comigo terá a guarda da nossa filha. O que mais você quer!?
- PAZ! - Grito. - Eu quero paz e que você vá para o inferno de onde nunca deveria ter saído. O que foi? O capeta te devolveu?
Ele ri achando graça das minhas palavras e se encosta na parede com os braços cruzados.
- Você pode fazer piada ou aceitar o fato. Ou você casa comigo ou perde a guarda da Isabel.
Minha filha...
Imagens do nascimento dela passam pela minha cabeça de forma tão nítida como se fosse um filme; consigo sentir meu coração acelerado como senti no dia em que a pus nos meus braços pela primeira vez.
Os primeiros passos, a primeira palavra, o primeiro dia indo pra escola e eu chorando dentro do carro enquanto ela nem lembrava de mim... Momentos. Momentos de nós duas.
Eu não iria viver sem ela. Sem o cheiro dela.E não posso deixa-la com ele. Jamais.
Escondo o rosto entre as mãos e me encosto na parede.
Bailey.
Lembro do quarto do filho dele onde fotos minhas pendem da parede.Sorrisos sinceros.
Seu olhar sobre o meu, seus beijos, seus carinhos, suas palavras, suas cores.
A voz dele...
Outra onda de choro me faz escorregar pela parede e apoio a testa nos joelhos.
- Não chora, mamãe. - Sinto os bracinhos de Bel em torno do meu corpo. - Por que você está chorando?
Levanto a cabeça e enxugo os olhos com o dorso da mão.
- Você perdoa a mamãe? A mamãe devia ter contado do Dylan...
Ela olha para ele que ainda continua parado e depois me olha.
- Só se eu não tiver que ficar sozinha com ele. - Cochicha. - Eu tenho medo.
Puxo-a para o meu colo e a abraço forte enquanto encaro o maldito desgraçado que sorri maliciosamente na minha direção.
A velha Shivani alcança a margem e me faz falar algo que eu não devia.
Mas por amor quem nunca errou?- Eu aceito. Eu aceito casar com você. - Falei.
De soslaio vejo uma movimentação e quando giro a cabeça o rosto de Dylan contorcido em dor e decepção me fita.
Ele ouviu.
Não devia ser assim.
- Shivani... - Ele sibila e depois olha para Dylan. - Como?
Dylan ocupa meu campo de visão abruptamente e fala com a voz autoritária.- Não ouviu? Ela me escolheu. - Pronuncia e, Bailey me olhar em busca de respostas.
- SHIVANI? Shivani, diz que é mentira! - Pede, tentando passar, mas Dylan não deixa.
Aperto Bel contra mim e, incrivelmente ela está quieta. Assustada.
- Bai, por favor, vai embora. - Digo, com uma dor atravessando meu peito.
- Por favor.
Perdão.
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Faltam 06 caps pra acabar a fic 💔Amo vocês e os comentários tbm kkkk
Até depois <3
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𝐏𝐨𝐫 𝐚𝐦𝐨𝐫; 𝐌𝐚𝐥𝐢𝐰𝐚𝐥 / 𝐒𝐡𝐢𝐯𝐥𝐞𝐲
FanfictionFazemos tantas coisas por amor que perder a cabeça acaba sendo consequência. autora original; AmandaYvina (ps; isso é uma adaptação)