Capítulo especial
Narrado por Bailey May
Puxei Shivani para junto do meu corpo numa tentativa de fazê-la parar de tremer. Ela estava inconsolável desde que a conselheira tutelar fora embora com a promessa de voltar no dia seguinte para uma conversa.
Era ridículo imaginar aquele homem tendo qualquer tipo de moral para tirar a Bel de nós. Ele nem sequer demonstrava gostar dela. Aquele imbecil só queria fazer da Shivani sua refém novamente.
Filho da puta.
Isabel dormia tranquila mesmo depois do susto que tomou ao ver Shivani chorando descontroladamente. Quando cheguei no quarto a imagem da minha mulher abraçada à filha enquanto chorava profundamente ficara gravado na minha mente.
Elas não merecem passar por isso.- Bai?
Abaixei o olhar para Shivani que estava com o rosto molhado e vermelho.
- Precisa de algo, amor?
Ela se afastou um pouco e enxugou as bochechas com o dorso da mão.
- Preciso te contar uma coisa.
Me ajeitei no sofá para olha-la melhor. Ela respirou fundo antes de começar a dizer.
- O que foi? - Indaguei.
- Dylan fez uma proposta... Uma proposta para que não fosse preciso passar por todo esse processo em relação à guarda da Bel. Uma proposta que mudaria tudo.
Franzi o cenho pronto para o pior.
Eu não conseguia conceber a ideia de uma proposta boa saindo da boca daquele infeliz.- Que proposta, Shivani?
Ela ergueu o olhar até onde Bel estava e depois de alguns segundos me olhou e falou:
- Ele me pediu em casamento, Bailey. Dylan me pediu em casamento.
Fiquei de pé sentindo uma onda de fúria subir pelo meu corpo e se espalhar pelas minhas veias até trincar a última parede de vidro do meu autocontrole.
Passei a mão pelo rosto e um sorriso de escárnio passou pelos meus lábios.
- Ele o quê? - Guinchei.
Shivani também ficou de pé e tentou segurar minha mão, mas eu não queria. Eu estava tão puto que só uma coisa iria me acalmar.
- Bai...
- Eu vou matar aquele desgraçado. Ele não pode chegar agora e querer estragar tudo, Shivani. Será que você não percebe? Eu deixei que você tomasse a frente da situação, mas já vimos que conversar com ele não resolve nada.
Ela negou com a cabeça.
- Você não pode bater nele ou algo do tipo. A conselheira tiraria a Bel de mim, Bailey. Você não percebe? - Rebateu.
Sim, ele ganharia no final.
Soltei um grunhido de ódio e soquei a parede sentindo minha mão latejar.
- Maldito! - Resmunguei.
Shivani abraçou minhas costas e encostou a cabeça nela. E, de certa forma, aquilo me acalmava.
Fechei os olhos e apoiei as palmas da mãos na parede para tentar controlar a respiração.
Não posso fazer besteira.
Não posso fazer besteira.Girei nos calcanhares e segurei as mãos da mulher da minha vida. Eu não posso desmoronar. Eu preciso ser a rocha delas duas.
- Precisamos ter um advogado. - Avisei. - Não acho que apenas conversar com ele resolva algo.
Ela assentiu.
- Mas eu não tenho como pagar um, Bai.
Balancei a cabeça.
- Eu vou dar um jeito, ok? - Segurei o rosto dela entre minhas mãos e beijei seus lábios. - Eu vou dar um jeito.
°°° °°°
Assim que sai do elevador e entrei no saguão do hospital que estava abarrotado de pessoas, digitei o número da minha mãe no celular e o coloquei no ouvido.
Minha mãe e eu mal nos falávamos desde que ela bloqueou meus bens. Hoje em dia só falo com ela para explicar que está tudo bem com a livraria daqui, pois é a única que ela me deixa cuidar, mas mesmo assim tudo é supervisionado por ela.
Eu odiava isso.
Mamãe nunca aceitou meu casamento com Samira e muito menos o bebê que tivemos e odiou mais ainda quando larguei tudo depois que eles morreram.
Ela os culpa até hoje por eu ter desistido das empresas, mas... Eu apenas não suporto essa vida massante que ela me impôs desde adolescente.
Depois do quinto toque ela atendeu.
- O que quer, Bailey?
Parei na calçada do hospital.
- Preciso do número do doutor Avelar.
É uma emergência.Doutor Avelar era o advogado da família e fazia anos que eu não o via.
- Pra quê? A pobretona que você está agora se envolveu em problemas? - Ironizou. - Não vou pagar fiança para soltar essa ralé que você se junta.
Rangi os dentes para controlar a raiva.
- Não quero que se meta. Apenas quero que me dê a porra do número!
Ela riu do outro lado da linha.
- Não conte comigo para nada, eu já tinha te dito. Você me abandonou nesse mundo dos negócios e eu, agora, estou abandonando você.
Eu podia sentir meus olhos enchendo de lágrimas, mas eu não iria me permitir fazer isso.
- Mamãe, eu estou realmente precisando de você. É por causa de uma inocente! É para ajudar uma criança que eu amo. Mãe, você não é essa mulher cruel.
- Desculpe filho, mas eu tenho uma reunião. - E então desligou.
Me sentei no meio-fio com o celular entre as mãos. O aparelho estava em brasas ou talvez fosse meu corpo que estava febril de tanta decepção.
Merda!
Enxuguei os olhos e fiquei de pé.
Eu prometi que daria um jeito.---------------------------------------------------------
[🙁] me dói ver o Bailey assim, ah.
[🙈] me divirto horrores com os comentários de vocês kkkkk
Até o próximo capítulo.
Se comportem crianças, não descubram o endereço do Dylan kkk ele vai ter o que merece por fazer tudo isso com nosso casal <3
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𝐏𝐨𝐫 𝐚𝐦𝐨𝐫; 𝐌𝐚𝐥𝐢𝐰𝐚𝐥 / 𝐒𝐡𝐢𝐯𝐥𝐞𝐲
FanfictionFazemos tantas coisas por amor que perder a cabeça acaba sendo consequência. autora original; AmandaYvina (ps; isso é uma adaptação)