2O.

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Aquela música, todos nossos momentos. Tudo passava na minha cabeça. Ele também facilitava. Ele facilitava a minha vida.

Eu já não sentia medo, quando pensava em nós dois na cama. Eu só sentia desejo. Eu estava disposta a tentar. E aquele momento parecia perfeito.

Fui nos levando pra cama. Enquanto olhava em seus olhos, esperava que ele entendesse meu olhar, se fosse pra falar, me confundiria, e com certeza, iria gaguejar.

— Tem certeza, Jade? — Lendo em meu olhar ele disse.

— Mais do que nunca!

— Não quero que se arrependa.

— Se for com você, não irei me arrepender. — E até eu mesma me impressionei com a verdade. Eu não me arrependeria de passar a vida em seus braços.

O beijei de volta. Tentando demonstrar todo o meu desejo e vontade.

Ele então começou a beijar meu rosto, cada parte, eu sentia suas mãos percorrerem meu corpo, em um carinho leve e gostoso. Senti seus lábios descerem por meu pescoço, me arrepiando.

Ajudei ele tirar a camisa, abrir o cinto e a calça. Pela primeira vez, admirei seu corpo. Ele não era malhado extremo. Mas estava definindo. Vi o volume em sua cueca. Era grande, mas de vez medo, eu sentia desejo. Ele procurou o zíper do meu vestido, que era na lateral. E abriu, me deixando só de calcinha, já que o vestido não precisava de sutiã.

Ele parou por um minuto, olhando meu corpo, vi o desejo tomar conta dos seus olhos, junto com ternura e amor. Fechei meus olhos quando ele voltou a me beijar. De olhos fechados a sensações de intensificavam.

Seus lábios percorreram meu corpo, todo. Ombros, barriga, braços, pernas, pé. Seios. Que receberam uma atenção especial. Com toda delicadeza, ele tirou minha calcinha. Senti beijos nas minhas coxas, na virilha, quando enfim ele atingiu minha intimidade. A língua dele percorria com delicadeza cada centímetro, até se concentrar em um ponto. Meu corpo irradiava sensações jamais sentidas. Pela primeira vez na vida, atingi um orgasmo. Ele me olhou sorrindo.

— Ga, não tenho camisinha aqui.

— Luan, por favor, não se preocupa com isso hoje.

— Certeza?

— Sim. Certeza.

Ele tirou a cueca. Não sabia como retribuir o "favor", mas iria tentar. Quando ameacei ir, ele me impediu.

— Hoje a noite é toda sua. Outro dia a gente faz isso.

Ele voltou a beijar meu corpo, ele cochichou em meu ouvido:

— Pode ser que doa. Se doer, me fala. Eu paro na hora.

Então ele começou a me penetrar, senti um incômodo. Mas se não prosseguisse, eu não sabia se conseguiria tentar novamente. Não reclamei.
Depois que ele entrou, senti ele parar, e respirar. Sentia ele me encher de beijos.

— Você é linda. — um beijo. — você é perfeita. — outro beijo. — você é tudo que eu sempre sonhei. — mais um beijo.

Ele começou a estocar, e o prazer desconhecido, me invadiu. Soltei gemidos, que pareciam incentivar ele, que aumentou a velocidade. Eu não parava de sentir beijos por todo o meu corpo. Era assim se sentir amada?

— Jade, eu te amo. — Não foi a primeira vez que ele falou, mas claramente foi. Ele já tinha dito na música. Mas daquela forma, foi mais profunda. Olhando em meus olhos, como se só eu e aquele momento importasse, como se ele precisasse me convencer que aquilo era verdade.

— Luan, eu também te amo, muito. — E foi a primeira vez que eu disse. Senti seu líquido me preencher, enquanto eu mesma atingia mais uma vez um orgasmo.

Ficamos parados, ele em cima de mim, recuperando a respiração. Ele me olhou, me beijou, e foi ao banheiro.

Era a primeira noite que eu me entregava após o ocorrido. E eu nem tinha pensado no que me aconteceu. Luan fazia magia. No meu coração. No meu corpo. Só percebi que estava chorando quando ele voltou.

— Jade? Me perdoa. Eu sabia que não devia ter feito nada.

— Não é isso, Luan. É só que eu me entreguei. E eu consegui, e foi perfeito. Foi mágico. E eu não pensei no estupro nenhuma vez durante o ato. Só depois, quando percebi que consegui. Obrigada. Você é perfeito demais.

— Eu te amo, Ga.

— Eu também te amo, Luan. De verdade.

×

Nos vestimos e voltamos pro quarto dele. Tomamos banho juntos. E mais uma vez nos amamos. Dormimos tarde. Acordamos quase na hora que acabava o café. Corri para o meu quarto, me arrumei e descemos.

— Onde os pombinhos estavam? Demoraram hoje. — Bruna disse enquanto nos sentavamos na mesa que estavam.

— Bruna... — Amarildo já chamou a atenção dela.

— Estávamos dormindo.

— E você aceitou, Jade?

— Aceitei o que?

— Você não pediu, Luan?

— Pediu o que?

— Jade, — Luan começou a coçar a cabeça, — eu ia te pedir em namoro na noite passada.

— Bom, pode pedir agora.

— Tinha todo um discurso. Que não faz mais sentido agora. Vou ter que preparar outro.

— Na sua hora, amor.

— Amor? — Bruna já olhava de um jeito que parecia que já tinha entendido o que aconteceu. Mostrei a língua pra ela.

— Quer alguma coisa em especial? Eu pego pra você, princesa.

— Huuum, princesa.

— Bruna. Cala a boca. — Luan se irritou. Eu apenas ria.

— Não precisa. Quero só café hoje.

Essa manhã decidi me abster de trabalho. Passei a manhã com o Luan. A tarde, e a noite também.
Minha vida podia ser ao lado dele todos os dias. Eu não me inportaria. Não me importaria de estar ao lado deles todos os dias, de estar abraçada a ele. De amá-lo, e ser amada por ele. O Luan era meu raio de luz, meu socorro. Meu refúgio. Quando comecei a escrever pra ele, era apenas um desabafo, eu jamais imaginei que ele iria se apaixonar por mim. Nem imaginei conhecê-lo assim. Sempre achei que seria só mais uma fã a passar no camarim. Mas eu vi que ninguém era apenas uma fã. Ele se preocupava, cuidava. E amava. Eu tenho orgulho do ser humano que ele é. E me sinto lisonjeada de ser a escolhida do coração dele para amar. Eu só queria ouvir aquelas três palavras, pra assumir ao Brasil que era eu quem o amava de volta. E tão intensamente quanto ele.

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