𝙲𝚒𝚛𝚌𝚞𝚜 𝙼𝚘𝚗𝚜𝚝𝚎𝚛 - 𝙼𝚊𝚛𝚔𝚑𝚢𝚞𝚌𝚔

He's devil's son

Era quinta-feira pela manhã, o relógio pendurado na frente da sala apontava que já passavas das 12:30, Mark já não conseguia mais permanecer sentado. O canadense queria ir embora logo, pois precisava chegar em casa antes que seu irmão voltasse do trabalho. O atraso da professora em liberar os alunos parecia algo planejado para tirar o pré-adolescente do sério.

— Professora... Já são 12:31... — Mark ergueu a mão esquerda, levantando-se da carteira e chamando atenção não só da mulher de coque, como também de seus colegas de turma.

— Minhyung sente-se e fique quieto!
Mark jogou-se de volta na cadeira fria de madeira. Controlava-se para não bufar, já que sabia que tal atitude desagradava ainda mais a mulher.

— Os outros podem ir... — a mais velha disse logo em seguida, deixando Mark incrédulo.

Lucas, o único amigo com quem Mark estudava na mesma sala, passou gargalhando em sinal de provocação para o mais novo. Daquela vez, Mark não conseguiu evitar de demonstrar que estava insatisfeito.

— Não reclame mocinho, ou você ficará aqui por mais 20 minutos... — a professora comentou enquanto apagava o quadro.

O canadense não entendia como a mulher poderia ter o visto fazer caretas se estava de costas para si. O Lee reclamava assim com tanta frequência durante as aulas ou a mulher havia simplesmente chutado aquela hipótese? Mark preferiu relevar a situação, achando que se veria livre daquilo depois de um ou dois minutos, entretanto segundos os cálculos mentais do mais novo, já haviam se passado cinco e ele ainda estava ali sentado na cadeira de madeira.

— Te segurei aqui por que precisamos conversar sobre sua prova de matemática... — a mais velha finalmente revelou sua pretensão após finalizar seu intento de apagar o quadro negro, batia as mãos no vestido rosa a fim de se livrar da poeira que o giz havia deixado em sua roupa.

Mark engoliu em seco, ele sabia que não era lá muito bom em matemática, mas vinha se esforçando, com o auxilio de John, para manter uma nota aceitável. O que poderia ter acontecido de errado daquela vez?

— Meus parabéns Mark, você foi o melhor da turma...tirou 10! — a professora deu um largo sorriso que fez Mark se esquecer que mais cedo estava desejando torcer seu pescoço.

O mais novo não pode conter sua empolgação, e por ser agitado exclamou um alto “eba” que fez a mais velha sorrir ainda mais.

— Sempre soube que seu esforço valeria a pena, mas não se esqueça de que os finais de aula são tão importantes quanto o começo e o meio destas, querido...

O canadense assentiu, ainda animado com a notícia que havia recebido.

— Você já pode ir agora... Até amanhã.
Mark se despediu com um aceno de mão e saiu saltitante até a porta da sala, lugar este em que encontrou Lucas.

— O que deu? Ela te deu uma advertência? — o chinês o interrogou assim que este ousou se aproximar de si.

— Não... Tirei 10 em matemática! Bem feito, idiota! — o mais novo esfregou na cara do amigo, o qual contentou-se em revirar os olhos ao receber uma língua em sinal de provocação.

— Como você conseguiu isso se sua nota mais alta era 7,5? — o mais alto duvidou, enquanto Mark já saia na frente para ir embora do local.

— Estudando bobão! Coisa que você deveria fazer também... Está muito encrencado em ciências que eu sei... Meu irmão é bom em ciências, ele pode te ajudar se você quiser.

Lucas fez que sim de pronto, por mais que não gostasse de estudar sabia que corria riscos de repetir se deixasse as coisas do jeito que estavam.

XXX