Listen to the clock sounds

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Por mais que todos os conselhos lhe dissessem o contrário, Mark decidiu se arriscar e ir até Hyuck. Com medo do que poderia acontecer com o mais novo, Kun seguiu em seu encalce, dando apoio para que o garoto andasse com maior facilidade, e já se preparando para puxar o garoto para fora do vagão caso o Lee mais novo acabasse indo a seu ataque.

Quando mais próximo o canadense ficava do local em que Donghyuck estava, mais alto e aterradores tornavam-se os barulhos provenientes do último vagão. O Lee poderia até se esforçar para lutar contra aquele sentimento, mas era inegável que este estava amedrontado.

Foi Kun a tomar a iniciativa de se aproximar da porta, olhando para trás em busca de algum sinal de que o mais novo houvesse voltado atrás em sua arriscada decisão.

— É isso que quer mesmo, Mark? — com a mão sobre a maçaneta da porta, Kun questionou o menino, vendo que este estava abalado com o que ouvia.
Mark assentiu de maneira frouxa, temendo que os dizeres dos outros artistas do circo pudessem se provarem reais.

— Se ele fizer qualquer coisa que possa te ameaçar quero que você grite, eu abrirei a porta no mesmo minuto... — Kun poderia ter dito aquilo com a intenção de acalmar o Lee, entretanto tal pronunciamento apenas reforçou a insegurança que crescia dentro do pequeno canadense.

A porta foi aberta com Mark ainda hesitante sobre sua decisão. Não demorou muito para que o Lee notasse Donghyuck, em um canto da parede, acorrentando dentro de uma caixa metálica. Estava em fúria, fazia com que a jaula se movimentasse pelo vagão.

Mark respirou fundo, aproximando-se com cautela do mais novo com as mãos apoiadas na parede. Era estranho para si, mas Donghyuck realmente aparentava ser alguém agressivo na situação em que se encontrava. Os chifres do outro Lee, os quais Mark costumava achar tão majestosos, agora pareciam carvão em brasa.

— H-haechan...? — Mark disse baixo, tentando enxergar Donghyuck no meio da fúria de seus orbes ônix.

O garoto mais novo entortou o pescoço em direção a Mark, revelando sua cauda atrás de si, a qual estava  pendida como o ferrão de um escorpião, em posição de ataque. Haechan estava consumido pelo ódio, e por pouco não atingiu o outro com suas garras afiadas.

— H-haechan....s-sou eu...Mark... — ainda assustado com o ataque repentino de Donghyuck, Mark gaguejava, levando uma de suas mãos a sua barriga.

— Mar..k? Mark.... Mark!

A atitude do canadense, mesmo que inesperadamente, havia gerado resultados. Donghyuck parecia de volta a si, Mark havia o trazido de volta.

— Mark... — Donghyuck agarrava as barras metálicas com um sorriso invertido em seu rosto machucado, os olhos estavam em sua perna ensanguentada que marcava o chão de vermelho — E-eu...que fiz isso com você não foi?

O Lee mais velho pode sentir o desespero do monstrinho através de seu tom de voz, Donghyuck não aceitaria ter machucado seu porto-seguro.

— N-não Hae! V-você não fez nada...eu consegui me esquivar... Isso aqui é culpa do Simon... — Mark afoitou-se em dizer, vendo que o outro tinha um olhar melancólico em sua face.

Haechan mirava o chão, assustado consigo mesmo. Sentou-se ao chão e com as próprias mãos começou a puxar os chifres de sua cabeça, em uma tentativa falha de autopunir-se.

— Haechan não! E-eu já disse que foi o Simon... — Mark tentou chegar ao mais novo a fim de impedi-lo de se machucar, entretanto, não era possível que o canadense se afastasse da parede, já que se tinha a perna debilitada.

— MENTIROSO! EU FERI VOCÊ, MARK! EU! S-SE EU NÃO TIVESSE GRITADO...VOCÊ NÃO ESTARIA ASSIM... Mark não pertence a circo, tirei Mark de sua família porque sou...ego...egoísta...porque sou ruim. — Haechan gritou em fúria, arranhando o próprio rosto enquanto sussurrava palavras autodepreciativas— eu sou um monstro inútil...eu sou um monstro inútil...eu sou um monstro inútil....

𝙲𝚒𝚛𝚌𝚞𝚜 𝙼𝚘𝚗𝚜𝚝𝚎𝚛 - 𝙼𝚊𝚛𝚔𝚑𝚢𝚞𝚌𝚔Onde histórias criam vida. Descubra agora