Simon always finds you

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Mark sentou-se em sua cama, observava Haechan treinar o sorriso que o canadense havia o "ensinado" enquanto o rabo dançava de um lado para o outro. Ele estava feliz. Feliz com a ideia de poder ver Mark de novo, feliz com a ideia de poder ter o canadense por perto por mais tempo.

— Haechan...eu não posso ir com você... — foi o que o canadense deixou escapar após um longo tempo refletindo sobre como seria a melhor maneira de revelar aquilo ao de cabelos vermelhos.

O sorriso quadrado de Donghyuck desapareceu e a calda caiu em queda livre, descansava no chão, como um defunto. Ele estava triste.

— Mark...você não gosta, Mark? Não gosta dos chifres? Tem...me-...do? — Donghyuck estava agitado, os chifres brilhavam e as sobrancelhas eram suspendidas em sua feição.

— Não, não, não! — o Lee mais velho se apressou para negar, gesticulando com as mãos enquanto se aproximava de Donghyuck. — Isso não tem nada a ver com eles Haechan! Não tem nada a ver com você...

— Então...porque? Ele disse que vai ser divertido, ele disse que não vai me machucar mais quando você estiver com a gente... Ele disse que eu vou poder voltar a...cantar.

O coração de Mark disparou. Então Simon estava comprando sua liberdade a preço da felicidade de Haechan? O dono do circo era calculista, tinha tudo muito bem pensado dentro de si, mas Mark não cederia... Mark arranjaria uma saída mais segura para Donghyuck.

— Eu não posso ir até lá, e você também não pode voltar Haechan...é perigoso, Simon é perigoso. V-você tem que ficar aqui...é isso mamãe pode cuidar de você e..

— Mas o circo não é...minha casa? Aqui fora não tem espaço para alguém como eu... — Donghyuck o interrompeu, fazendo com que Mark se sentisse surpreso.

— Haechan é claro que tem espaço pra você...! L-lá não é bom pra você, e-ele vai te machucar... Simon é um homem ruim que quer me separar da minha família. Aqui você vai ficar seguro, aqui você pode cantar o quanto quiser... Eu só tenho que falar com o John e a mamãe e...arranjar algum lugar onde podemos te esconder. — agitado, Mark rodeava o quarto com olhos como se procurasse por um esconderijo para o mais novo.

— Mark...ele vai me achar, Mark ele sempre acha... Quando Taeil foi embora, eu fui atrás dele... Ele me cortou aqui... — Haechan estava tremulo enquanto erguia a camiseta esfarrapada e apontava para uma cicatriz em sua barriga — Quando eu fui brincar muito longe com o Jungwoo e ele fugiu, ele me cortou aqui...e aqui. — Quando eu conversei com o Kun quando ele chegou ele me acorrentou e fez esse roxo aqui... E-ele disse que eu não poderia conversar com mais ninguém pois as pessoas não mereciam serem atormentadas pela minha cara feia... E aí machucou muito aqui...
Mark não podia parar o aperto que sentia no peito ao observar o outro garoto apontando para o próprio coração relatando sobre onde Simon havia o ferido.

— Taeil...ele era seu amigo, não? — Mark proferiu, tentando ganhar tempo para pensar no que deveria fazer, sem que alarmasse o mais novo.
Haechan sorriu quadrado novamente, lembrando-se de como se sentia seguro junto ao mais velho.

— Taeil fazia show comigo... Sem Taeil não consigo mais cantar. Taeil me acalma... Depois que ele foi embora, apenas sou capaz de gritar... — Donghyuck encarava o chão, sentia falta da presença do palhaço perto de si.

— Isso...não é verdade. Quando eu te encontrei você estava cantando Haechan... — sentindo-se na obrigação de reanima-lo, Mark fez questão de citar o episódio.

— Sim! — Donghyuck exclamou em empolgação, o rabo dançando no ar. — Porque Mark estava lá, pude cantar!
O canadense estranhou. Do que Donghyuck estava falando?

— Você acalma como Taeil, faz com que eu possa cantar... Ele disse que você é mágico pra mim como Taeil.

Mark não podia entender... O que Simon pretendia manipulando Haechan daquela forma? Por que ele o fazia acreditar que só era capaz de cantar quando havia alguém de que ele gostava por perto?

O canadense estava tão pensativo que mal pode reparar no que estava acontecendo bem ali debaixo de seu nariz, entretanto, Haechan, que já estava mais alheio a toda aquela problemática devido a sua inocência, não pode deixar de reparar que havia um papel sendo passado por debaixo da porta do canadense.

— Tem mensagem pra você Mark!

O canadense acompanhou a mão de Haechan, a qual apontava para o chão, bem a frente da velha porta de madeira do quarto dos garotos. Descansando no piso de madeira, uma anotação a caneta esperava por Mark para ser entregue. O Lee mais velho não demorou a apanhar, passando os olhos pela escrita de maneira apressada.

“ Me desculpe dongsaeng por não ter acreditado em você, eu espero que possa me perdoar. Eu vou sempre cumprir com minha promessa de te proteger, não importa o que for. Vou com você até esse circo se for necessário, vamos resgatar seu amigo, chamarei o Jaehyun para conversar com o pai dele, ele é policial.
 Fique calmo, vamos ajuda-los.  Se Simon estiver os maltratando, será preso com certeza.
Do seu hyung John”

Mark leu aquilo com um sorriso no rosto. John o ajudaria como sempre, o Seo faria tudo para ve-lo feliz.  O irmão poderia acabar com Simon se quisesse, não sobraria um dente na boca deste para contar a história. Haechan não haveria mais de temer que este o machucasse, ele poderia finalmente se ver livre.

 Tamanha era a emoção que Mark sentia, que este pretendia alcançar o mais velho e lhe dar um abraço para agrade-lo. Por ter voltado atrás em seu erro, por colocar a felicidade do mais novo em primeiro luvar, por tentar enfrentar Simon ao seu lado, Mark sentia-se grato. E foi por isso que o Lee abriu a porta do quarto sem pensar duas vezes.

O canadense demorou a entender o que estava acontecendo quando viu o corpo do irmão desmaiado no chão. Ele não sabia que aquela seria a última vez que veria John.

         XXX


Ouvindo seu primo reclamar em sua orelha, Lucas tentava inutilmente pensar em uma maneira de contar a Mark sobre algo estranho que vinha sentido a respeito do amigo. Ele sabia bem que aquele não era o momento certo para isso, afinal, Mark estava ocupado demais pensando em como poderia ajudar Haechan, e o chinês jamais o julgaria por estar fazendo algo tão nobre.

Entretanto, por mais imerso que estivesse em seus pensamentos, e ainda que Hendery falasse extremamente alto, Xuxi jamais deixaria passar o que havia acabado de ver pela sua janela.
Um homem alto, trajado de um terno e cartola, caminhava despreocupadamente carregando algo em seus braços. Ao seu lado havia um garoto acorrentado, com chifres escarlate saindo pela cabeça.

𝙲𝚒𝚛𝚌𝚞𝚜 𝙼𝚘𝚗𝚜𝚝𝚎𝚛 - 𝙼𝚊𝚛𝚔𝚑𝚢𝚞𝚌𝚔Onde histórias criam vida. Descubra agora