5 • Descoberta (parte 2)

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- Por que está acordado? - gritou em desespero, ignorando a pergunta do outro.

- Por que eu tô acordado? Porque VOCÊ tá acordado cacete? - questionou de volta irritadiço - E não me ignora! Que porra é essa nas suas costas? E na sua cabeça?

- S-são... - o ruivo tentou se explicar, buscando alguma desculpa plausível. Mas não tinha nenhuma.
Ele começou a recuar para trás, sem ver que se aproximava do rio cuja correnteza estava consideravelmente forte naquela madrugada.

- São asas e chifres de dragão, né? - indagou, se aproximando a medida que o ruivo se afastava.

- N-não! - tentou negar - Eu posso explicar, eu- - pisou em falso, começando a se desequilibrar e cair.

- EI! - Foi a última coisa que ouviu do loiro antes de vê-lo correr em sua direção enquanto caia na água.

*

Lentamente, o dragão começou a abrir seus olhos com certa dificuldade. Sua visão estava um pouco turva e sua cabeça latejava de dor.
Conseguiu enxergar um brilho, e ao que tudo indicava, era o de uma fogueira.

Inclinou um pouco a cabeça para olhar os arredores e se arrependeu de imediato quando ela começou a doer mais, fazendo-o soltar grunhidos sofregos.
Ergueu sua mão até a cabeça e surpreendeu-se ao sentir um tecido amarrado lá.

De repente, sentiu uma presença. Graças aos céus, era uma presença conhecida.

Farejou o ar em busca do cheiro da possível pessoa que estaria se aproximando e agradeceu novamente ao sentir a fragrância suave de Katsuki.

- Kirishima! - a voz rouca chamou por seu nome - Você acordou... - sua voz soou mais amena - Graças aos deuses, você acordou! - Pode sentir a voz do loiro vibrar em alegria.

- Sim... - o ruivo responde bem baixo, só agora notará que sua garganta estava seca.

- Água? - o ruivo assentiu.

Katsuki então pegou um cantil e entregou a Kirishima, que, com dificuldade, se sentou e bebeu em silêncio, até notar que nenhum dos dois possuia aquilo.

- Onde pegou isso?

- Fui em uma vila e troquei carnes e peles de animais por algumas coisas e medicamentos - explicou - Já tava hora, né? Sobreviver sem nada é difícil pra caralho.

- Vila? Aqui perto? - desesperou-se.

- Não. Era meio longe, mas tanto faz agora - disse, sentando-se ao lado do ruivo.

- Espera... Por quanto tempo eu dormi?

- 4 dias. - virou sua face para o ruivo, fitando-o intensamente - Pensei que não fosse mais acordar. - e estendeu sua mão até a cabeleira - agora abaixada - do ruivo, afagando-a. - Pensei que fosse te perder também - murmurou para si mesmo, descendo sua mão para apertar a do ruivo.

Eijirou se manteve em silêncio. Sentia-se tremendamente arrependido pelo o que havia feito o loiro passar, mesmo que não fosse necessariamente sua culpa.

Katsuki logo lhe explicou que ele havia caído no rio, batendo a cabeça em uma pedra e sendo levado pela correnteza. A sorte era que o loiro tinha pulado imediatamente, conseguindo o alcançar e tirar de lá, trazendo-o para a caverna.

Contudo, repentinamente uma memória lhe veio a mente. Lembrou de tudo que aconteceu antes de cair no rio.

Bakugou o viu com sua forma meio-dracônica, com asas nas costas e chifres na cabeça. Não tinha mais porquê mentir.

Beloved Dragon [DESCONTINUADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora