28 • Aldeia de dragões

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Vou postar logo pra não demorar mais ainda kk
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4 dias depois

Eijirou se decidiu. Não ficaria mofando naquela cama por mais nenhum segundo, tinha que no mínimo fazer algum esforço para seus músculos não perderem a força. Se exercitar, andar, socializar e até mesmo tentar encontrar algum meio de escapar daquele lugar. Precisava fazer algo, mesmo que seu corpo ainda estivesse dolorido.

Levantou, sentando na cama e sentindo a dor percorrer sua coluna, se espreguiçou com cuidado, ouvindo os estalos de seus ossos e logo apoiou seu peso nos pés, sentindo uma leve tontura ao andar, mas nada tão sério. As bandagens - devidamente trocadas - permaneciam em seu corpo e sentia certa agonia das partes costuradas de sua pele, mas entendia que agora não tinha como voltar atrás. Andou com certa dificuldade até a porta e quando levou sua mão à maçaneta, alguém a abriu.

- O que faz em pé? - uma mulher de madeixas arroxeadas perguntou. Eijirou a conhecia, chamava-se Kyoka Jirou e fora alguém com quem conversou durante estes dias monótonos.

- Quero fazer alguma coisa, não aguento mais ficar deitado. - assumiu, e para sua sorte, a arroxeada concordou, abrindo espaço para que passasse.

Quando saiu do quarto, pôde ver uma estrutura muito parecida com a de casas humanas. O corredor era apertado, as paredes de madeira eram pintadas com um vermelho cor sangue e logo à frente encontrava-se a sala. Se direcionou até lá, sendo seguido pela mulher que pretendia ajudá-lo caso encontrasse alguma dificuldade maior.

Ao chegar à pequena sala, seu olhar percorreu o cômodo; viu algumas pinturas nas paredes de madeira, estantes do mesmo material, além do sofá de couro amarronzado, qual um certo alguém se sentava. O ruivo o reconheceu, era Tokoyami. Por mais que fosse um dragão esquisito, não deixava de ser alguém com boa alma.
Conversou bastante com o dragão com aparência de ave durante estes dias, junto a Jirou.

- Conseguiu levantar? - Os olhos afiados do dragão lhe fitaram.

- Consegui. - afirmou - Quero sair.

Ele ficou em silêncio, encarando Eijirou como se estivesse o julgando, mas poucos segundos depois, permitiu sua saída. Surpreso, Kirishima apenas acenou positivo e saiu antes que ele voltasse atrás em sua decisão.

A sensação de ter o sol batendo contra sua pele, trazendo um calor natural ao ser, era incrível. Sentiu saudades dela. Não só dela, mas também do ar fresco que inalou assim que botou os pés para fora. Deu uma boa olhada ao redor, vendo casas muito parecidas com de aldeias humanas, dragões trabalhando em sua forma humanoide, trabalhando em plantações, crianças brincando em suas formas draconianas. Era um cenário agradável e calmo.

Os cheiros variavam, mas todos pertenciam à mesma espécie. Só haviam dragões ou híbridos de dragões por ali. Nada de humanos. Isso levou Kirishima a pensar sobre Katsuki, sentia saudade de seu amado e precisava encontrá-lo de novo, mas aparentemente, a entrada de humanos não era permitida.

- Moço? - foi desperto de seus devaneios ao ouvir uma voz infantil. - Que tipo de dragão você é? - olhou para baixo, vendo uma menininha lhe fitando com as írises brilhando em expectativa. Ao lado dela estavam outras três crianças que sustentavam a mesma expressão curiosa.

Jirou riu ao ver a confusão aparecer na face de Eijirou.

- O seu elemento, Kirishima. - explicou.

- Ah... fogo, eu acho? - soou mais como uma pergunta do que uma resposta.

Os sorrisos das crianças apenas se intensificaram e logo elas começaram a fazer vários elogios, citando nunca terem visto um dragão de fogo de perto antes. Kirishima não compreendeu muito bem, mas sorriu de volta e afagou os fios da menininha que era quem parecia mais animada com tudo aquilo.

Beloved Dragon [DESCONTINUADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora