Demorou, mas veio aa
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Segundos, minutos, horas e enfim, um dia se passou até que o loiro despertasse. Abriu os olhos lentamente, sentindo as dores musculares de alguém que havia dormido por mais de oito horas.
Passou os dedos por seu abdômen, sentindo o um tecido diferente ali.
Levantou-se, se sentando na cama e retirando o lençol de cima de si para ver. Eram bandagens. Não havia morrido então?
Olhou ao redor do quarto, reconhecendo-o imediatamente. Era o quarto de Deku."Então eles me encontraram naquele estado?" assumiu enquanto a lembrança de ser carregado nos braços de Eijirou passou por sua mente.
Seu olhar continuou a vagar novamente, até começar a reparar na presença ao seu lado. Olhou para o lado e viu uma cabeleira ruiva debruçada sob a cama, se assustando ao ver que se tratava de ninguém menos que aquele dragão idiota qual nutria um sentimento misterioso.
Começou a levar suas digitais à face do ruivo conforme o chamava a fim de acordá-lo.
- Ei, Kirishima... - sem resposta. Chamou-o de novo, sem sucesso. - CABELO DE MERDA! - Gritou em desespero por pensar que algo pudesse ter acontecido com ele.
Suspirou aliviado ao ouvi-lo gemer irritado por ter sido acordado aos berros. Porra, que não lhe desse outro susto assim.
- hmm? - nem sequer abriu os olhos, apenas buscando tentar dormir novamente.
- Acorda, cabelo de merda. - Katsuki falou uma última vez, vendo o dragão abrir seus olhos de uma vez e fita-lo com as orbes cor carmesim brilhando em esperança.
- BAKUGOU! - Gritou sem receio, se levantando com certa dificuldade pela posição que havia dormido e cuidadosamente envolvendo o loiro em um abraço apertado enquanto as lágrimas formavam-se em seus olhos.
Katsuki estava completamente sem reação. Não sabia que o abraçaria sem hesitação alguma, muito menos de que choraria ao vê-lo acordar. Começou a retribuir o abraço, apertando o ruivo como se não fosse soltá-lo.
- Eu sinto muito, Bakugou... - falou entre soluços. - por duvidar de você, eu deveria ter confiado!
- Pare...
- Eu não suportaria ter te encontrado morto, não quero que alguém que eu ame morra novamente, não de novo - declarou, lembrando-se do passado, dos erros que ele cometeu, de quem ele não pôde salvar.
- Porra - praguejou - É eu quem tenho que me desculpar, cacete.
- Como? Te machucaram, Bakugou! Você não precisa se desculpar por nada!
- Eu fiz eles me machucarem. - assumiu.
- Hã? - arregalou os olhos atordoado com a informação.
- Eu não revidei. - afirmou, não conseguindo olhar nos olhos do outro - Fiz eles me atacarem pra morrer - puxou o ar pesadamente - Eu tentei morrer, Kirishima.
- Não... - não queria aceitar aquilo - Por quê?
Katsuki levantou a cabeça por um momento e fixou seu olhar às orbes carmesim, não conseguindo contar mais nada.
- Só... Sinto muito - ele diz com dificuldade - Não quero falar sobre isso, não agora. - declarou, se aproximando para não dar chances ao ruivo de responder, selando seus lábios suavemente aos dele e aumentando o aperto no abraço.
Eijirou ainda estava alarmado, confuso e perdido com aquela nova informação, contudo, compreendeu a situação, lembrando-se sobre a fala de Midoriya sobre coisas terem ocorrido em seu passado. A sensação de ter seus lábios selados com os do loiro foi maravilhosa, mas sabia exatamente que aquilo era apenas para dispersar sua atenção quanto ao assunto anterior, contudo, aproveitou a suavidade daquela ação, carinhosamente apertando Katsuki contra seus braços.
- O-o que é isso? - Ouviram uma voz feminina espantada.
Se separam e procuraram a direção de onde a voz vinha, parando seus olhares sob uma figura feminina idêntica à Bakugou. Possuía madeixas louras espetadas e orbes vermelhas, com um olhar tão afiado quanto o do loiro, porém ao fita-lo, seu olhar se contraiu em preocupação. Começou a se aproximar a passos largos até a dupla, aproximando suas mãos à face de Bakugou, tocando sua pele com delicadeza enquanto lágrimas escapavam por entre seus olhos.
- Filho, é você mesmo? - indagou, mesmo sabendo muito bem que não poderia ter outro pessoa tão igual a si no mundo.
Então, vendo o clima instaurado, Kirishima tratou de dar espaço para que a loira pudesse falar com Katsuki.
"Filho?" pensou. Bakugou possuía uma família, então? Isso aquecia seu coração ao passo que também lhe fazia sentir certa angústia por não possuir tal laço.A loira continuou chorando abraçada a Bakugou enquanto o próprio segurava-se para não desabar, retribuindo seu abraço.
Eijirou viu outra figura adentrando o quarto, dessa vez sendo um homem de cabelos castanhos e um olhar alarmado provavelmente por ter ouvido a esposa chorar. Olhou para o loiro sendo quase esmagado nos braços dela, se aproximando rapidamente e abraçando-o também.
- Pelos deuses, pensei que nunca mais fosse te ver, filho - o homem disse, sua voz era gentil e recheada de carinho. Passavas as mãos gentilmente pelos fios de Katsuki, enquanto o abraçava apertado, como se não o visse há tempos.
A cena se prolongou por mais cinco minutos, onde Bakugou, mesmo ainda feliz de saber que seus progenitores estavam bem, começou a afasta-los e se levantar com certa dificuldade da cama. Sorrateiramente, se aproximou de Eijirou que não tinha ideia de como reagir àquela cena.
- Como souberam que eu estava aqui? - questionou verdadeiramente confuso e irritado.
- Midoriya nos avisou que havia te encontrado.
- Porra, Deku - praguejou.
- Me chamou, Kacchan? - o esverdeado surgiu na porta do quarto com um sorriso de desespero.
- Por que caralhos chamou eles?
- São seus pais, Kacchan! Estiveram preocupados com você! - explicou para ele - prometi que os avisaria caso te encontrasse, então cumpri minha promessa, pedindo para que Sero passase minha mensagem.
- Tsc. - estalou a língua para não descontar todo seu ódio no garoto. Não é que odiasse os pais, mas não queria vê-los assim, de surpresa. E ainda mais quando sua mãe lhe pegou beijando Kirishima.
- Quem é esse? - a mulher perguntou curiosa, apontando para Kirishima que se encontrava calado por todo esse tempo.
"Um amigo? Um amante? Um companheiro?" Katsuki não sabia descrever o que ele era para si, ficando travado nessa questão.
- Sou Eijirou Kirishima - se apresentou - Seu filho me salvou, então ando com ele para devolver o favor.
- Devolver o favor, é? - a loira estreitou os olhos, lembrando-se da cena que presenciara ao entrar no quarto.
- É-é - gaguejou, virando a cara para evitar contato visual com a mulher.
- Sejam sincer-
- Olha, parece que o Todoroki-kun chegou! - Midoriya gritou alto. É óbvio que foi de propósito para interromper a mãe do amigo e atrapalhar seu raciocínio. Porém, não estava mentindo. Todoroki chegou no timing perfeito.
A mulher suavizou a expressão, parecendo esquecer do assunto por hora, não hesitando em abraçar carinhosamente o filho mais uma vez pela saudade que sentira dele. O homem de cabelos castanhos fez o mesmo, e ambos foram até a pequena sala na casa para receberem Todoroki.
Era um príncipe, afinal.[...]
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Beloved Dragon [DESCONTINUADO]
FanfictionKirishima Eijirou era um híbrido de dragão. Passava seus dias pacíficos e solitários vivendo em uma caverna que havia encontrado depois de ser praticamente expulso de sua terra natal meses atrás. Porém, um jovem loiro - belíssimo, por sinal - apare...